sexta-feira, 7 de setembro de 2018

All Hallows (Rise of the Pumpkin)


Nome: All Hallows (Rise of the Pumpkin)
Editora: Rucksack Games
Autor: John Blythe
Ano de lançamento: 2018
Género: Plataformas
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
memória: 48/128 K
Número de jogadores: 1

Se houve jogo responsável por nos fazer arrancar os cabelos nos anos 80, foi Cauldron II. E trinta anos depois, como John Blythe acha que ainda nos restam muitos pêlos no escalpe, resolveu lançar uma espécie de sequela que vai fazer com que fiquemos completamente carecas...

Estamos assim perante a nova maldade deste profícuo programador (conta com a ajuda dos já habituais Andy Johns e Allan Turvey, nomes amplamente conhecidos no panorama do Spectrum), saindo quase dois meses antes da data prevista (Halloween), mas John estava em pulgas para o lançar (e nós para o jogar, evidentemente). E o que podemos dizer é que fez muito bem, pois este é daqueles jogos que imediatamente nos viciam até ao tutano.

Diz-nos então a história que no meio de uma escura e sinistra floresta (tinha que ser), existe um local com uma torre negra onde está aprisionado desde tempos muito antigos, o poderoso e maléfico Senhor da Floresta. Passaram-se mil anos, e o poder mágico dos seres que aprisionaram o Senhor da Floresta, os Sages, está a diminuir. Entra então em cena o espírito das árvores, que tem que se aventurar na torre negra e voltar a acordar as pedras da Lua, por forma a restaurar o poder mágico dos Sages e aprisionar o Senhor da Floresta por mais mil anos. Para isso terá que apanhar as cinco pedras da Lua, assim como três tábuas mágicas.

Como já se aperceberam, assumimos a pele do espírito das árvores, incorporado numa abóbora saltitante, muito ao estilo do já referido Cauldron II. Aliás, a mecânica do jogo é em tudo semelhante, pois é através dos saltos que vamos atingindo as plataformas e outros objectos que nos permitem chegar aos pontos mais afastados do cenário.


A tarefa, no entanto, é tudo menos simples. Em primeiro lugar têm que lidar com o imenso exército do Senhor da Floresta. Os menos malignos são os morcegos, que "apenas" roubam um pouco de energia. Mas as aranhas, lava, bolas de fogo e as caveira demoníacas são fatais ao toque. Depois, a torre não é propriamente uma brincadeira de crianças. São muitas as armadilhas onde uma abóbora saltitante pode cair, quase todas a roubarem de imediato uma vida.

Existem ainda alavancas que permitem abrir portas que dão acesso a novas partes da torre, pois sem as activarem não vão longe. E isso implica delinearem muito bem o caminho a fazer, pois doutra forma arriscam-se a andar para trás e para a frente, sujeitos aos muitos inimigos e obstáculos que se encontram no caminho. Para vos ajudar (John Blythe ainda tem uma réstia de bondade para convosco), deixou algumas abóboras extra pelo caminho. Começam com três, mas podem encontrar mais sete nos lugares mais recônditos da torre. E é bom que se esforcem a encontrá-las, pois bem vão precisar de vidas extra.


Quem conhece os jogos anteriores de John Blythe sabe precisamente o que vai aqui encontrar. Desafios muito interessantes (e difíceis), e sendo John um designer gráfico, podem sempre contar com loadings screens e gráficos fora de série. E All Hallows não nos desilude. Os sprites são fabulosos, imensamente coloridos, e os cenários muito imaginativos. É incrível o que se consegue fazer com um motor como o Arcade Games Designer, e com talento (muito talento, diga-se).

O som também atinge a bitola máxima, mas confessamos que tivemos que o desligar. Doutra forma retirava-nos concentração, E sendo este um jogo que exige tempo e posição de salto perfeita (ainda mais com a abóbora sempre a saltitar), máxima concentração é exigida se querem chegar ao fim.

A única lacuna que encontrámos no jogo é a sua dimensão. Tendo sido criado com o AGD já se sabe que não pode ser muito longo, devido às limitações de memória. Isto obriga os programadores a criarem alguns mecanismos para aumentar o tempo de jogo, nomeadamente o percorrem os mesmos caminhos várias vezes. Quando se abusa, os jogos acabam por ser chatos, o que não é aqui o caso. O reverso da medalha é o jogo ser mais curto e terminar-se mais rapidamente, e isso mesmo com um grau de dificuldade muito elevado, mas aos poucos vai-se memorizando os padrões de movimentação dos inimigos, facilitando a tarefa.

O nosso conselho é então não esperarem pelo Halloween para jogarem All Hallows. Saltem já à página do John Blythe e descarreguem o jogo. É gratuito (poderá haver uma versão física mais tarde) e incluí a versão normal e a versão ULA. Aguardamos agora impacientemente pela prometida sequela...

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