terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Dead Zone


Nome: Dead Zone
Editora: Antonio Roman Martín
Autor: PCNONOGames
Ano de lançamento: 2019
Género: Shoot'em'up
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Dead Zone foi outro dos concorrentes à competição ZX-DEV-MIA-Remakes e desta vez trouxe um MIA tão pouco conhecido que nem nunca ouvimos falar dele. O jogo foi lançado em Janeiro e até teve direito a uma edição física, via Matranet. Entretanto os autores disponibilizaram a versão digital, ao preço simbólico de um euro, sendo agora libertado gratuitamente para a competição.

A temática de Dead Zone é muito batida.  As principais cidades do nosso planeta estão a ser invadidas por OVNI's que raptam todos os seres vivos que encontram pelo caminho, deixando-as como zonas mortas (daí o título do jogo). Entretanto as grandes potências militares, como os Estados Unidos, Inglaterra, França, etc., uniram forças para criar uma máquina capaz de combater a invasão. Cabe a nós usar esta máquina e salvar o planeta...

Nada de novo ao nível da história, portanto. Novidade é o facto de Dead Zone ser criado com recurso ao Arcade Game Designer e apresentar um puro shoot'em'up, ao bom estilo de Operation Wolf ou Space Invaders (palavras dos seus autores). Isto mostra bem a versatilidade da plataforma AGD, que está muito longe de estar morta e enterrada. Aliás, algo semelhante já tinha Gabriele Amore feito com Crazy Kong City - Episode 2: Saving Kong, mas com Dead Zone, a mecânica da acção é bem mais profunda, com uma muito maior diversidade, apesar dos ecrãs estáticos, embora bastante atractivos.


Dead Zone é também apresentado em duas versões e que revelam bem o cuidado que os seus autores dedicaram a este lançamento. Podemos seleccionar então duas línguas (naturalmente o castelhano e o inglês). Como se não fosse pouco, existem também dois modos de jogo, Control Point e o Survival. No primeiro, sempre que se perde, o jogo continua no nível onde perdemos (daí o nome Ponto de Controle), facilitando-nos sem dúvida a missão. No segundo, sempre que perdemos voltamos ao início, aconselhado apenas para os shooters de eleição, ou, nas palavras do autor, para aqueles que "like the challenges or the lovers of the old school"

São cinco as missões, ou níveis, como lhe quisermos chamar, Guiza, Paris, London, New York, e a última, o confronto final. Em cada uma delas o objectivo é semelhante, livrar todo o perímetro da cidade da invasão alienígena, e isso faz-se movendo-se um cursor (à boa maneira do clássico Armageddon), atirando em tudo o que se mexa. As naves vão descendo pelo ecrã, e antes de conseguirmos completar o nível, termos que abater noventa e nove (existe um contador no tableau du bord). Se alguma delas pousa no chão, irá procurar um dos cidadãos para o raptar. Se ficarmos sem população, a cidade torna-se Zona Morta e é fácil de perceber o que acontece.


Como se não fosse pouco, vão também aparecendo outras naves de maior dimensão, e que apesar de não raptarem a população, provocam danos na nossa nave (medido pelo indicador "engine heat". Se este ultrapassar o vermelho, fim da missão. Temos também que estar com atenção ao indicador do combustível e das munições, pois se estes se esgotam, mais uma vez ficamos sem possibilidade de ser bem-sucedidos.

A nosso favor, uma espécie de helicóptero que por vezes sobrevoa a cidade, deixando munições e bombas (estas muito úteis), e por terra algumas viaturas vão fornecendo combustível e a possibilidade de arrefecer o motor. Mas para isso teremos que passar com o cursor por estes extras, e enquanto andamos à cata de suprimentos, não estamos a disparar contra as naves. Muito semelhante ao que acontecia em Operation Wolf.

Existem ainda três modos de disparo, o sniper (pressionando a tecla de disparo uma única vez - poupa munições), rajada (pressionando continuamente a tecla de disparo), e as bombas, que são activadas quando as apanhamos e rebenta tudo o que estiver no ecrã.


Para o género, Dead Zone é bastante aceitável, mesmo tendo apenas cinco níveis (não é um jogo longo). Não exigindo o uso das células cinzentas, apenas dedo rápido e preciso no gatilho, vai fazer as delícias de todos os shooters. Apenas podemos apontar uma falha: os camiões de reabastecimento são aleatórios e já nos aconteceu ficar sem combustível, apenas porque durante o jogo todo não passou um único camião com o líquido precioso.

Também esperávamos um pouco mais da batalha final (ecrã acima), que apesar de ser a missão mais difícil de todas, soube-nos a pouco. De qualquer modo, tendo em conta que o jogo até é gratuito (também existe a versão física para coleccionador), não se poderia pedir mais.

Dead Zone poderá aqui ser descarregado, podendo ser feito gratuitamente, ou podendo ser doado um valor, mesmo que simbólico, ao programador, o que neste caso é mais que merecido. Apenas apoiando os programadores teremos a oportunidade de ter mais destes lançamentos.

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