segunda-feira, 4 de março de 2019

Aliens: Neoplasma


Nome: Aliens: Neoplasma
Editora: Sanchez Crew
Autor: Sanchez, ER, n1k-o
Ano de lançamento: 2019
Género: Acção
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 128 K / TR-DOS
Número de jogadores: 1

A expectativa era grande para ver o que Sanchez tirava da cartola desta vez. Para quem não sabe, Sanchez é o alter ego de Alexander Udotov e costuma fazer acompanhar-se de uma equipa de excelência, ER (Evgeniy Rogulin ) e n1k-o (Oleg Nikitin). O seu portfolio fala por si, senão vejamos apenas os mais recentes, Castlevania, Mighty Final Fight, Survivisection e Vradark's Sphere, tendo ainda em carteira No Fate e Power Blade. Impressionante não é? 

E de facto, olhando para Aliens: Neoplasma, vemos imediatamente que saiu mais um projecto vencedor, não sendo necessário passear-se pelos corredores de Nostromo por mais de cinco minutos para se perceber isso.  Por falar em Nostromo, quando Sanchez lançou o trailer para este jogo, na véspera do último Natal, a nave tinha desde logo lugar de destaque (também terá na sequência final do jogo, mas para isso precisam de lá chegar). E já agora, Aliens tem dois finais diferentes, até aqui mostrando o detalhe dado pela equipa, confessa admirador de sci-fi e do cinema fantástico.


A história de Aliens é por demais conhecida, pelo que não vamos aqui fazer a sinopse, mas neste jogo assumimos o papel o papel da Tenente Ashley, que acorda desorientada no Deck 1 da nave. Não vê sinais da tripulação e a sua primeira tarefa é aceder ao computador de bordo (Achilles) para tentar perceber o que se está a passar. Mas as informações dadas por Achilles são um tanto ou quanto enigmáticas, e no mínimo contraditórias, levando Ashley a suspeitar que algo de muito errado se está a passar. Como está desarmada e com a energia em níveis mínimos depois de uma soneca de muitos anos, e antes mesmo de começar a combater a ameaça alienígena,deverá armar-se e recuperar a saúde. Para isso terá que aceder aos terminais (facilmente identificáveis) que se encontram ao longo da labiríntica nave.

Durante o percurso, Ashley repara também que as portas para novas salas estão fechadas. Para que as possa abrir, terá que entrar nos vários terminais que permitem desbloquear o acesso. Existe assim um percurso pré-definido a fazer-se, e que só por tentativa e erro se irá descobrir.


O armamento incluí uma metralhadora e granadas de mão. A primeira permite dar conta da maior parte dos inimigos, que são de dois tipos: os aliens pequenos, muito rápidos, e que normalmente aparecem pelas condutas da nave. São especialmente chatos, pois se conseguem chegar até Ashley, e se esta não se consegue libertar logo do monstro, atirando-o para longe e disparando de seguida, este suga-lhe a energia toda. E depois existe o alien maior, assustador e rapidamente identificável por quem conhece a série. Uma granada bem assente ou uma rajada de metralhadora é a forma de dar cabo dele. Não é necessário dizer o que acontece se este alcança Ashley…  

Mas a própria nave apresenta alguns obstáculos pelo caminho. Plataformas que se têm que saltar, condutas nas quais temos que andar agachado, mas sobretudo as ventoinhas no chão que impedem o caminho. Poderão ser úteis para dar cabo dos aliens pequenos, mas em alguns pontos Ashley tem que descobrir como as ultrapassar. Não iremos aqui dizer o que necessitam de fazer para isso, terão que descobrir por vós, sendo este trabalho exploratório parte do prazer que vão retirar deste magnífico jogo.


Aliens tem imensos pontos fortes. O primeiro é o ambiente criado pela equipa programadora. Poderemos jogar com ou sem a melodia de n1k-o (as duas versões foram disponibilizadas por Sanchez), e embora esta seja excelente, diminui um pouco a tensão que se vive durante todo o jogo. Esta tensão, que era vivida durante todo o filme de Aliens, foi transposta na perfeição para aqui. A qualquer momento poderá surgir um monstro de uma conduta, e esta incerteza dispara a adrenalina para pontos máximos, requerendo a máxima concentração do jogador.

Os gráficos são também uma pequena maravilha, recriando na perfeição a labiríntica Nostromo. Por vezes a fazer lembrar Trantor: The Last Stormtrooper, mas enquanto esse jogo pecava (e muito) na jogabilidade, Aliens não tem qualquer lacuna a esse nível. A jogabilidade é do melhor que se viu, e apesar de alguns sprites serem enormes, a suavidade com que se movem no ecrã é uma coisa assombrosa, um verdadeiro deleite para os nossos sentidos.


O scroll é muito semelhante a Castlevania. Poderá haver quem não se sinta tão confortável com o sistema adoptado (não é o nosso caso), mas perante cenários magníficos, duvidamos que exista alguém que se queixe deste pormenor.

Assim, a única coisa que julgamos que poderá melhorar é a própria dimensão do jogo. Mesmo tendo dois finais diferentes, contribuindo para aumentar a sua longevidade, em cerca de uma hora terminámos Aliens. De cada vez que morremos vamos ter ao último terminal por onde passámos, pelo que mais cedo ou mais tarde conseguiremos terminar a aventura. Mesmo sendo corrido apenas em 128K, existirá talvez a possibilidade de aumentar o número de salas.  

Assim, ou muito nos enganamos, ou estaremos aqui perante um jogo a ficar no top 3 da competição ZX-DEV-MIA-Remakes, se não mesmo o vencedor, e sem qualquer desprimor para os restantes concorrentes, pois apresentaram também produtos de grandessíssima qualidade. Aliás, na competição entrou a nata dos programadores, mostrando bem o prestígio e visibilidade que esta competição já angariou (Ivan, o seu criador, está de parabéns por tudo o que tem feito pela comunidade).

Perante tudo isto, não teríamos outra alternativa senão dar a nota máxima a este jogo. São muito poucos os casos em que o faremos (Los Amores de Brunilda, Castlevania e The Sword of Ianna são merecedores deste galardão, apenas para falar nos novos jogos), e neste caso é inteiramente merecido.

4 comentários:

  1. Jogaço!!
    Hardcore demais!!! Mas ainda assim um jogaço!!!
    Pretendo ir mais longe quando eu puder jogar novamente.

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    Respostas
    1. O jogo tem 2 finais diferentes 😉

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    2. O que o torna mais interessante.:D
      Esse fim de semana não consegui jogar nada (Allenders Simons é minha outra conta Google).
      Mas na semana passada joguei um pouco de Redshift, RetroForce, Maze Death Rally-X e Aliens: Neoplasma.
      Todos são muito bons! Assim como o Planeta Sinclair.
      Parabéns André.

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    3. Obrigado Luiz 😉 sem dúvida, o nível dessa competição é altíssimo...

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