sábado, 14 de março de 2020

Bandito


Nome: Bandito
Editora: NA
Autores: Payndz
Género: Acção
Ano de lançamento: 2020
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

A vida no Velho Oeste em 1848 era fácil, mais ainda quando a nossa profissão era ser bandido (mexicano). Só tínhamos que atravessar a fronteira para o lado americano, assaltar os colonos gringos, e regressar rapidamente à origem, antes que o xerife e seus ajudantes fossem no nosso encalço. Mas a situação mudou, o México perdeu a guerra com os Estados Unidos, e os territórios que antes pertenciam ao México, agora fazem parte do vencedor. O problema é que tínhamos escondido nesses territórios as nossas pilhagens e agora temos que recuperar os 20 sacos perdidos. É assim que começa esta nova aventura de Andy McDermott, com nome de guerra Payndz...

O jogo tem 64 ecrãs no total, e embora seja passado no deserto, existe alguma diversidade, quebrando a monotonia do que seria ter todos os cenários em tons de amarelo. Assim, montanhas, cidades, acampamentos índios, fortes, rios, e até cavernas escuras, de tudo há um pouco. Os inimigos também são às dezenas, a começar pelos pouco mais que inofensivos escorpiões e cobras, que apesar de lentamente seguirem no nosso encalço, um tiro certeiro resolve o assunto, além de que não têm capacidade de ripostar. No entanto há inimigos bem mais perigosos, nomeadamente os búfalos, que assim que nos topam, investem na nossa direcção, ou os morcegos, que nos tentam atingir com as suas poias.  Os índios atiram-nos machados, e os mais perigosos, os xerifes e respectivos ajudantes, disparam contra nós, e apesar de os podermos eliminar, nada podemos fazer contra as suas balas a não ser fugir a sete pés.


Como seria de esperar, os sacos com o dinheiro das nossas pilhagens encontram-se nos locais mais difíceis de se alcançar. Por exemplo, no ecrã acima, para se chegar até esse, tem que se despachar meia dúzia de búfalos e um xerife que não parece muito contente por nos ver, demonstrando-o claramente através da sua seis tiros (que parece ter muito mais que seis balas).

Alguns elementos do cenário são também complicados de serem ultrapassados, em especial os cactos, pois o seu toque é fatal. Outros há, como as montanhas, que têm que ser contornados, e para se chegar ao ponto onde o dinheiro se encontra, temos que dar conta de dezenas de inimigos.

Tudo parece assim estar contra nós, e a nossa favor apenas temos uma arma, que felizmente tem munições limitadas. Aliás, a palavra de ordem é atirar contra tudo o que se mexa, quer pareça inócuo ou não. Uma enorme vantagem é podermos também disparar na diagonal, o que é bastante útil, pois metade dos inimigos vamos despachando desta forma, não correndo assim o risco de entrar na sua linha de fogo.


Mas apesar do jogo estar a ser bastante elogiado pela comunidade, com críticas bastante favoráveis, não o apreciámos por ai além. São vários os pormenores que achamos que deveriam ter sido melhor afinados, nomeadamente alguns bugs que ainda existem (inimigos que se desvanecem no ar, por exemplo), ou até o síndroma de entrar nos ecrãs e ser-se imediatamente (e repetidamente) atingido por um inimigo, levando a uma morte prematura e injusta.

Por outro lado, a aventura resvala para a monotonia, não obstante a diversidade nos cenários. Mas tanto amarelo, ainda por cima com o colour clash por vezes a ferir a vista, não contribuí para aumentar a atractividade dos cenários. E mesmo aqueles passados na caverna, com fundo preto, não revertem a nossa ideia. Com cenários do mesmo género, parece-nos que Paul Jenkinson conseguiu fazer um melhor trabalho com  ROVR. Veremos também como se porta Gnoni 2020, jogo que analisaremos muito brevemente, cujos cenários também representam o deserto, isto é, contendo fundos amarelos. Por fim, a própria lentidão do nosso personagem leva a alguma sonolência, o que até e bem apropriado a um mexicano, que não dispensa a sua siesta.

Não se pense assim que Bandito é desprovido de atributos. Nada disso, quem gosta deste género de jogos, vai encontrar aqui um desafio que o irá agarrar até ao fim. Simplesmente não se espere por grandes rasgos ou inovações, muito menos algo semelhante a Gunfright (o motor utilizado na construção do jogo também não o permitiria). Mas provavelmente também não seria isso o pretendido pelo seu autor, tão somente proporcionar-nos um desafio que nos entretivesse durante um bom par de horas, e nisso revela competência.

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