sexta-feira, 3 de abril de 2020

Colonos ZX


Nome: Colonos ZX
Editora: NA
Autor: Jose Manuel Gris
Ano de lançamento: 2020
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Já alguma vez se tinham questionado qual a história por trás de Rescate en Marte e que levou ao resgate dos colonos? O novo jogo de Jose Manuel Gris desvenda um pouco a ponta do véu, sendo a sua prequela. Assim, os colonizadores escavavam as profundezas de Marte à procura de minério, quando são atacados por uma raça desconhecida de marcianos (haverá alguma conhecida?). A nossa missão é conseguir subir até à superfície do planeta e encontrar o veículo de resgate, e que depois terá continuação no já referido Rescate en Marte.

O jogo desenrola-se ao longo de quatro níveis, e estes são substancialmente diferentes uns dos outros. No primeiro temos que encontrar as 10 chaves que permitem abrir a porta para o nível superior. As diversas salas por onde temos que passar estão recheadas de inimigos em pontos estratégicos para dificultar a nossa vida. Cada vez que um nos toca, perdemos um pouco da energia que temos. Começamos com 30 unidades, mas existem pontos onde podemos recarregar as nossas forças, e bem vamos precisar, pois existe um poço com a profundidade de várias salas, que temos que obrigatoriamente descer e depois subir, e que implica conseguirmos aterrar em segurança nas plataformas existentes, processo sempre difícil (já veremos porquê).

 
Depois de recolhidas as chaves, e encontrada a porta para o segundo nível, entramos numa série de galerias horizontais, exclusivamente, mas nas quais temos que tocar nos mecanismos que se encontram no tecto e que permitem desbloquear a porta para acesso à sala seguinte. Mas se se poderia pensar que a tarefa seria mais simples pelo facto de existirem menos plataformas, as coisas não se passam bem assim. Surgem novos inimigos, alguns com uma irritante tendência para se colarem a nós, outros que até têm a veleidade de disparar na nossa direcção.

Se conseguirmos atingir com sucesso a porta que dá para o nível 3, deparamo-nos então com outro poço, este em sentido ascendente, e que mais uma vez tem que ser percorrido nos dois sentidos várias vezes. Isto porque nas paredes laterais encontram-se os mecanismos que têm que ser accionados e que desbloqueiam o acesso ao quarto e último nível, e que para nos conseguirmos chegar a eles, temos que cair ao longo de várias salas. Mas neste terceiro nível o principal problema, além das plataformas e dos inimigos estrategicamente colocados, são os laseres nas paredes que nos obrigam a pensar rápido, e saltar ainda mais rápido, quase sempre sem sabermos onde se encontra a plataforma seguinte, arriscando a queda no abismo e no encontro com as aberrações marcianos. Vá lá que no fundo do poço podemos recarregar a energia.

E finalmente o quarto e último nível, exclusivamente com salas na horizontal, com poucas plataformas, mas muitos inimigos e uma espécie de casulos no chão, que têm que ser evitados a todo o custo. Apesar de não ter o sobe e desce de níveis anteriores, é o mais difícil de todos. Qualquer passo em falso é a morte do artista. Por falar em morte, o que acontece quando se esgota a energia é que se volta ao início, e se conseguirmos terminar o jogo, é então indicado o número de mortes que tivemos. Mais um pormenor engraçado deste criativo programador...


E agora o mais surpreendente: o jogo foi criado em Basic, compilado, mas mesmo assim Basic. E isso nota-se assim que se começa a jogar devido aos movimentos menos fluídos do astronauta ou na passagem dos ecrãs, mas que são parte do divertimento (tal como Dave Hughes referiu num conhecido fórum). Não é fácil encontrar o equilíbrio nos saltos, muitas vezes damos um passo a mais e é o suficiente para cairmos onde não queremos. Felizmente que conseguimos mudar de direcção enquanto estamos no ar, e essa é a chave para transpor a maior parte dos obstáculos e atingirmos as plataformas.

E apesar de Colonos ZX ter um nível de dificuldade bastante elevado, também devido à própria linguagem de programação com que foi desenvolvido, possuí uma curva de experiência bastante interessante, sendo que de cada vez que voltamos a percorrer o nível, vamos sempre um pouco mais à frente.

Mas talvez o mais espantoso de tudo sejam os gráficos. Incrível o que Jose Manuel conseguiu fazer, ainda mais tendo em conta todas as limitações já referidas. Se não estamos aqui perante o vencedor da competição Basic 2020, pelo menos um lugar no pódio merece...

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