domingo, 5 de abril de 2020

Moritz the Striker


Nome: Moritz the Striker
Editora: NA
Autor: Sebastian Braunert
Ano de lançamento: 2020
Género: Plataformas
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Agora que os campeonatos de futebol estão em stand by, pelo menos na Europa, chega um dos mais originais jogos para o Spectrum dos últimos tempos, e tendo mais uma vez Moritz como herói. De facto, as ferramentas actuais como o Arcade Game Designer e o La Churrera, apesar de facilmente permitirem criar jogos, mesmo a quem não tem grandes conhecimentos de programação, exigem alguma criatividade para que esses não pareçam todos iguais. E o AGD já provou que proporciona grande flexibilidade, permitindo até desenvolver shoot'em'ups. Não é aqui o caso, pois estamos perante um puro platformer, mas com características únicas, diferenciando-se de tudo o resto que utiliza este motor. Também não foi por acaso que falámos nos shoot'em'ups. É que uma das novidades do jogo é termos que "chutar" uma bola, tal e qual como se disparássemos uma arma.

O simpático Moritz tornou-se agora um jogador profissional de futebol. Isso mesmo dá a entender o belíssimo ecrã de carregamento, desenhado desta vez por Lobo e não pelo "suspeito" do costume. Logo aí percebemos que vamos estar perante uma aventura diferente.

Outro indício é o próprio tamanho dos sprites, que são agora maiores do que em anteriores jogos da equipa Moritz. Normalmente são desenhados por Lobo, e o nosso herói toma agora proporções que até permitem ver que se encontra equipado para uma jogatana de pelota, com uma baliza e um guarda-redes a condizer e tudo. O problema é que os adversário não estão pelos ajustes e não lhes interessa perder o desafio, para isso utilizando tácticas mais ou menos "sujas".


E que tácticas menos éticas são estas? Bem, em primeiro lugar plantou adversários de toda a espécie no terreno de jogo. Tesouras, cabeças, placards, árbitros, apitos, tudo serve para impedir a progressão de Moritz no caminho do golo. Também não falta o guarda-redes, e o tipo é mesmo bom de bola, pois sem que o consigamos retirar do caminho da baliza, não há maneira da bola entrar. Mas há mais...

Existe assim uma sequência de tarefas que têm que ser cumpridas para se conseguir desimpedir a baliza. Ora é senso comum que para se marcar golo, temos que meter a bola na baliza (neste caso disparando-a como se fosse uma arma). Assim, a primeira tarefa é mesmo ir recolher a bola. Ou não, pois esta, por vezes, tem um obstáculo a bloqueá-la (uma parede, por exemplo), pelo que em alguns níveis teremos que detonar dinamite para desobstruir o caminho para a bola.

Tendo a bola em nosso poder, temos então que pensar na forma de a meter na baliza. Surge aí o problema do guarda-redes, e a forma de o mandar para a bancada é acertar com a bola numa bandeira ou num interruptor. Quando isso acontece, finalmente temos o caminho livre para chutar a bola para golo. Ou quase, pois temos que caminhar até lá, e os restantes adversários continuam em campo a fazer de tudo para nos fazer perder o desafio.


A originalidade é então o forte deste jogo concebido por Sebastian Braunert, e se algo temos a apontar é, por vezes, os ecrãs estarem demasiado cheios. Tendo os sprites dimensões avantajadas, poderá provocar alguma confusão no jogador que às páginas tantas já se desorientou e arrisca-se a fazer autogolo.

Por fim, a música de Rich Hollins vai buscar um bem conhecido tema, e que deu origem ao melhor jogo de futebol a aparecer para o Spectrum. Não dizemos qual é, mas se forem ver o nosso top dos melhores jogos, encontram-no lá.

São apenas nove níveis (a memória não dava para mais - talvez no futuro apareça uma versão maior), mas é um jogo refrescante e que é garantia de entretenimento para muitas horas, pelo menos até conseguirmos chegar à dezena de golos (ou nove, se quisermos ser mais precisos, pois uma dezena já seria uma cabazada das antigas).

O jogo poderá aqui ser descarregado. Inclui as instruções, postais, banda desenhada e mais algumas surpresas, não faltando sequer Jurgen Klopp e o mítico "You'll Never Walk Alone". Um verdadeiro luxo...

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