domingo, 10 de maio de 2020

Binary Land


Nome: Pac-Hack
Editora: NA
Autor: Joflof
Género: Puzzle
Ano de lançamento: 2020
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Não faz ainda um ano, Azimov trouxe-nos uma muito engraçada conversão deste jogo que foi criado em 1983 para várias consolas e computadores (mas nunca para o Spectrum). Apesar de B1n4ry! não ser um jogo muito longo, estava muito bem concebido, ainda mais tendo sido programado em Basic. Mas eis que agora Joflof pegou neste velhinho quebra-cabeças e foi ainda mais longe, tendo recriado todos os 100 níveis originais da versão do NES. Como conseguiu colocar tudo em 48K, escapa-nos, mas o que interessa é que conseguiu.

Em Binary Land assumimos o controlo simultâneo de um casal de pinguins. A mecânica é bastante original, pois esses começam os níveis em locais opostos do ecrã e movem-se de forma simétrica, mas apenas horizontalmente. Quer isso dizer que se estivermos a controlar um pinguim para a esquerda, o outro move-se para a direita, e vice versa. O objectivo último é colocar ambos lado a lado com o coração, que até os pombinhos se juntarem, encontra-se aprisionado. Mas a tarefa não é nada fácil, como iremos ver.

Para começar, os níveis estão cheios de inimigos. Os mais comuns, as aranhas, podem ser eliminadas com um tiro certeiro de um spray que temos em nosso poder. Este spray também elimina as muitas teias de aranha que se encontram pelo caminho, e que se por um lado até podem ajudar, na medida em quando ficamos presos numa os inimigos não nos podem atingir, mas outras vezes atrapalha, não esquecendo que se ficarmos com os dois pinguins presos na teia, perde-se uma vida. Curiosamente, utilizámos as teias a nosso favor para irmos avançando nível a nível. Assim, utilizámos como estratégia inicial deixarmos um dos pinguins presos na teia, enquanto que o outro ia limpando o caminho à volta, estando a nossa atenção centrada em apenas um deles. Depois de tudo limpo, o pinguim livre soltava o que estava preso, e era mais fácil caminharem em conjunto até ao coração.


No entanto, nem todos os inimigos podem ser eliminados, pelo menos enquanto não tivermos apanhado o power-up (na forma de um peixe), que não só aumenta a velocidade do pinguim, como limpa todos os inimigos à volta, fogo fátuo incluído. Esses têm que ser evitados a todo o custo, e escusado será dizer que se algum inimigo nos tocar, perde-se uma vida. Existe ainda um pássaro, que vai voando ao longo do ecrã, e que embora não nos tire uma vida, troca a posição dos pinguins. Não só é altamente desorientador (não se esqueçam que os pinguins movem-se simetricamente), como corremos o risco de perdermos tempo para os nossos inimigos e sermos abalroados por estes.

Por fim, o tempo. Como se as dificuldades não fossem poucas, existe um inimigo ainda maior. Cada nível tem um tempo limite para ser completado. Embora este seja relativamente generoso, não nos permite parar para ver as vistas ou trocar juras de amor com o parceiro. Há que correr (já que os pinguins não voam, pelo menos estes), e tentar chegar ao coração o mais rápido possível.

Periodicamente aparece um nível de bónus, no qual se começa com um dos pinguins aprisionado, e o parceiro tem não só que o libertar, como comer o máximo de corações possíveis e mais uma vez colocar ambos junto ao coração aprisionado (ver ecrã acima). Além disso, não se esqueçam do ritual de acasalamento, por vezes traz bons resultados (e mais não dizemos).


A nível gráfico Binary land está bem conseguido. O sprite dos pinguins está um mimo, e até é possível escolhermos com qual queremos iniciar com os comandos direitos, isto é, não invertidos, sendo o outro pinguim aquele que se desloca com comandos invertidos. É mais um pormenor de classe do programador. E os cenários, mesmo sendo à base de "blocos", estão bem imaginados de forma a constituírem um desafio estimulante. Até a melodia ajuda à festa, tenda a capacidade de não nos desconcentrar do objectivo proposto.

Mas acima de tudo, aquilo que mais gostámos, foi a excelente jogabilidade. O movimento dos pinguins é muito fluído, e o nível de dificuldade crescente, mas não impossível, irá fazer com que rapidamente se apanhe o jeito à mecânica e se comece a galgar níveis atrás de níveis. Assim, Binary Land é já um dos melhores arcades do ano, e mesmo não tendo sido anunciado com pompa e circunstância na maior parte das páginas da especialidade, temos a certeza que irá ser do agrado de todos. Não fosse alguns níveis mais para o fim parecer estarem inacabados (situação hoje corrigida pelo programador com uma actualização à versão inicial), mas principalmente alguma repetitividade inerente à própria versão de arcada, e seria mesmo Mega Jogo.

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