quarta-feira, 10 de junho de 2020

Cocoa and the Time Machine


Nome: Cocoa and the Time Machine
Editora: Minilop Retroware
Autor: Bruce Groves
Ano de lançamento: 2020
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Bruce Groves, o programador de Cocoa and the Time Machine, regularmente foi mostrando à comunidade a evolução de um jogo que estava a desenvolver, que tinha o curioso nome de Cocoa and the Time Machine. E estávamos a gostar bastante do que víamos, até que nos contactou a propor testar o jogo. Imediatamente aceitámos, e em boa hora o fizemos. Foi sem dúvida alguma dos jogos que mais prazer nos deu testar, e foi também motivador ver que algumas das nossas sugestões foram sendo favoravelmente aceites por Bruce. Embora os jogos de estratégia sejam os predilectos por aqui, não dispensamos nunca dar conta de um bom platformer, como é aqui o caso...

O ilustre herói desta aventura, com  o nome de Cocoa (cacau), que tem uma figura semelhante ao célebre Monty, e a isso não se devendo uma simples coincidência, como iremos ver, promete vir a agitar o mundo do Spectrum nos próximos tempos. E tudo porque uma máquina do tempo transportou-o, juntamente com a sua toca, para o ano de 1452 AC. O problema é que nessa viagem todo o combustível foi gasto, e agora receia não conseguir regressar a casa a tempo do chá das 5.

Cocoa tem algumas fraquezas, a primeira é a salsa ("parsley"), a sua comida favorita. Não pode ver um pezinho de salsa, que se esquece de tudo o que está a fazer para a tentar apanhar e degustar. O positivo disso é que a salsa restabelece os níveis energéticos do nosso herói, havendo algumas variedades, umas com maior capacidade de regeneração que outras. Mas atenção que em tempos de pandemia, os pés de salsa são mais escasso que o papel higiénico, portanto há que os usar com conta, peso e medida. Alguns pés são colocados inicialmente em pontos do cenário, e depois não regeneram, mas outros vão aparecendo esporadicamente, como consequência de algumas das nossas acções (não iremos dar grandes pistas, essa exploração e descoberta é parte do prazer que vão retirar do jogo).

                                       Ecrã inicial e a máquina do tempo responsável pelo infortúnio de Cocoa 

Mas a missão não é assim tão simples. Não basta recuperar o combustível para colocar a máquina a funcionar e regressar à origem. Há também que recolher até 11 artefactos (estes definem a percentagem de sucesso da missão), só que estes não são todos obtidos de forma imediata, pois alguns são zelosamente guardados por alguns dos personagens que vamos encontrar ao longo desta maravilhosa aventura. E para que eles nos cedam os artefactos, teremos que resolver os seus problemas mais imediatos, sejam eles obter-se os ingredientes para preparar uma refeição, seja encontrar o papel higiénico para colmatar uma qualquer necessidade Real.

Alguns artefactos também são obtidos de forma ainda menos imediata, implicando trabalhar alguns dos elementos incluídos nos cenários. Se repararem, as pedras têm mais funções do que simplesmente permitirem chegar a plataformas mais elevadas, ou esborrachar-nos, se temos a infelicidade de nos colocarmos por baixo delas. Há que explorar todas as possibilidades, pois só desta forma conseguiremos obter todos os artefactos e o combustível, e se em relação aos primeiros, não é condição obrigatória para se regressar a tempo do chá das 5, sem combustível é que não se mete a máquina a trabalhar. Lembrem-se é de uma coisa: acidentes acontecem, mas também podem ser provocados, e isso aplica-se ao nosso personagem, mas também aos seus inimigos.

                                Será seguro caminhar sobre a lava e fogo, questiona-se inocentemente Cocoa...

Como se pode ver, Cocoa and the Time Machine é muito mais que um simples jogo de plataformas. É uma verdadeira aventura, onde mais do que estarmos com atenção aos tempo e precisão de salto, que também é necessário, há que pensar em como resolver os quebra-cabeças que vão sendo apresentados. Convém estar com atenção às mensagens que vão passando em rodapé, pois dão pistas seguras para as tarefas pendentes. Apenas para dar um exemplo, no ecrã acima vai passando a mensagem que um elevador não funciona. Mas que elevador é esse? E como o poderemos colocar a funcionar? Regra geral as peças encontram-se próximas, evitando grandes deslocações, mas nem sempre são tão imediatas como no caso aqui presente.

As parecenças com alguns dos trabalhos de Andy Johns ou John Blythe são óbvias. Por exemplo, o primeiro jogo que nos veio à memória foi Monty Mole and the  Temple of the Lost Souls, não sendo disparatado pensar-se em Nixy and the Seeds of Doom ou All Hallows (Rise of the Pupkin). A mecânica é em tudo semelhante, e os gráficos são do mesmo gabarito. Pouco importa se o que Bruce aqui apresenta já foi feito antes por outros autores, o que importa é que tem grande qualidade, e quando assim é, tudo se perdoa.

                          Cocoa e as suas Doc Martens, antes de ganhar calçado mais condizente com a época 

O programador teve em atenção todos os detalhes. Podemos comprovar isso mesmo, pois fomos acompanhando várias versões do jogo e a forma como foi melhorando alguns aspectos. Por exemplo, no ecrã acima, numa versão prévia à final, Cocoa apresenta um "calçado" a fazer lembra umas Doc Martens, conforme Bruce nos disse no gozo. Resolveu então aprimorar a personagem, e bastou calçá-lo com uma botas mais apropriadas à época medieval, para o personagem ganhar logo outro brilho, como se pode ver comparando com os outros ecrãs que deixamos. É a atenção dada pelos programadores a estes pormenores que destingem os projectos de excelência, dos restantes.

Sendo este o primeiro trabalho a sério de Bruce Groves para o Spectrum, não podemos deixar de dizer que ficámos estupefactos por apresentar já um nível tão elevado de consistência (o autor fez alguns programas educacionais, uma aventura de texto quando tinha 14 anos, e uma versão em Basic de Track and Field). Cocoa and the Time Machine  é dos jogos mais divertidos que tivemos oportunidade de experimentar nos últimos tempos, é viciante, e não vai dar descanso a ninguém enquanto não o terminar. E mesmo depois, é daqueles que a ele voltamos com muita regularidade.
 
O jogo poderá ser aqui descarregado, estando prevista para breve uma versão com o ecrã de carregamento e a música incorporada, e uma versão 128K com música AY, a ser lançado em edição física pela mão da Bitmap Soft. Aguardamos também com muita expectativa pela sequela, pois boas ideias não faltam a este programador.

6 comentários:

  1. Muy muy bueno, me gusta mucho el juego,tan solo cabe felicitar al autor, Un fuerte abrazo para todo el equipo de Planeta Sinclair !!!.

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    1. Muchas Gracias Mr. Galamond. Tinha-te dito que ia ser um jogo muito chulo ;) Abraço

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  2. byevoltor
    Número um ..... Planeta Sinclair !!!!

    Antes de todas as páginas europeias.

    Parabéns por esse trabalho árduo.

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    1. Muchas gracias Byevoltor. A vossa satisfação é a nossa melhor recompensa :)

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  3. Respostas
    1. You´re welcome. It was a pleasure, really love the game :)

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