Nome: Elite
Editora: Firebird
Autor: Philip Mochan, Ricardo J.M. Pinto, Dominic M.N. Prior, Mark Wighton
Ano de lançamento: 1985
Género: Estratégia
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Número de jogadores: 1
Elite é talvez dos jogos mais complexos e densos da história do Spectrum, mas também um dos mais aliciantes, daí que seja considerado um jogo de culto e tenha dado origem a muitos clones, alguns de grande qualidade, como foi o caso de Academy.
A atenção e carinho dado a Elite foi tanta que juntamente com a cassete vinha um livro com uma história sci-fi baseada no jogo, um poster, cartões indicativos das teclas para o Spectrum 48 K e para o Spectrum + / toastrack (fundamental, pois meio teclado é necessário para o jogo), e até o famigerado sistema de protecção lenslock, que felizmente foi abandonado em edições posteriores. Por tudo isso, e apesar de Elite custar £ 14.95 (dos jogos mais caros do mercado), tinha um excelente rácio preço / qualidade e não houve magazine que não o louvasse.
A história de Elite é também bastante complexa e para quem se quer iniciar no jogo impõe-se a leitura do manual de instruções. Mas para se ser minimamente bem sucedido, só muitas horas de voo o tornarão num piloto experimentado e apto para o desafio proposto. De forma muito simplista temos que nos tornar um combatente de elite e para isso temos que i) ser bom comerciante e negociador para obter lucros avultados que permitem equipar a nossa nave com mais e melhores equipamentos, nomeadamente defensivos e de combate ii) ganhar prestígio (e dinheiro), abatendo piratas e outros inimigos dos humanos, bem como cumprir certas tarefas que dão recompensas avultadas. Claro está que em algumas transacções ilícitas (escravos, narcóticos, tabaco, etc.) se obtém lucros mais avultados, mas corremos o risco de nos tornarmos fugitivos e termos a polícia atrás de nós. O que necessariamente irá acontecer numa fase mais avançada.
Uma simples review não é suficiente para conseguir explicar tudo o que Elite propõe, mas estamos perante um excelente jogo de estratégia, que requer de nós a tal capacidade de negociação e de selecção das mercadorias, assim como do melhor planeta para as comercializar, mas também muita acção. As sequências de combate e de aproximação às estações orbitais onde realizamos as trocas são uma verdadeira dor de cabeça, já que conduzir a nossa nave requer muita capacidade de concentração e algum talento, assim como muitas horas de voo até dominarmos o seu complexo sistema de navegação.
Podemos, no entanto, assegurar que vale a pena perdermos algum tempo a aprender a manobrar a nossa nave, que embora não sendo a coisa mais intuitiva deste mundo, permite-nos, ao fim de algum tempo e com a ajuda do compasso que se encontra no tableau du bord, ganhar algumas batalhas. Doutra forma, muito dificilmente conseguiremos avançar no jogo, pois não iremos durante muito tempo evitar captar a atenção dos nossos inimigos e ter que entrar em combate.
Em suma, estamos perante um dos melhores jogos alguma vez realizados para o Spectrum e, que para quem tiver disponibilidade para passar algum tempo inicial a levar pancada e a destruir naves, será depois recompensado com muitas horas de entretimento. E tem ainda o chamariz adicional de constar um português nos programadores responsáveis por Elite.
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