Nome: Mighty Final Fight
Editora: NA
Autor:
Alexander Udotov, Eugene Rogulin e Oleg Niktin
Ano de
lançamento: 2018
Género: Street Beat ’em up
Teclas: Não
redefiníveis
Joystick:
Kempston
Memória:
128 K
Número de
jogadores: 1
Desde que foi anunciado na ZX Dev – Conversions, Mighty Final Fight, era sem dúvida o
jogo mais aguardado de todos. O teaser
apresentado estava soberbo, com a aliciante do líder do projecto ser o
programador Alexander Udotov (Sanchez),
responsável por obras-primas como Castlevania
Interlude e Xelda.
Originalmente lançado no final da vida da NES, Mighty
Final Fight foi a resposta da Capcom para converter um dos seus grandes sucessos das máquinas de jogos, para a
consola de 8 Bits da Nintendo, que resultou
numa espécie de spin-off do jogo
original, uma vez que seria impossível convertê-lo com a mesma
qualidade para o sistema. Nesta nova versão o enredo ficou praticamente o
mesmo, com a mudança da jogabilidade para dois botões de acção e com os gráficos
redesenhados para ficar com um toque infantil de desenho animado. A versão do ZX Spectrum é então um demake da versão da Nintendo 8 Bits, com
pequenas diferenças que iremos referir, mais adiante, na análise.
O Final Fight original
chegou a ser lançado para o Spectrum em 1991 pela U.S. Gold. Aos olhos da
época parecia uma conversão impossível e mesmo com uns gráficos soberbos, fieis
ao original, a jogabilidade era sofrível e o jogo acabou por ser um flop.
Mighty Final Fight
é um daqueles jogos que à partida também parece impossível de converter, mantendo a
jogabilidade e fluidez da acção do original, mas sendo Sanchez um programador exímio o impossível foi feito, tendo conseguido
com que o jogo retivesse toda a mestria do original, com pequenas diferenças na
jogabilidade, mas que em nada afectou a qualidade do demake.
O jogo desenrola-se
num único modo de história, apenas para um jogador, através de 5 níveis. Pode
parecer pouco, mas tendo em conta que podemos jogar com os 3 personagens
originais, Cody, Guy e Haggar, cada um com estilos de luta diferentes, o que proporciona divertimento por um bom par de horas enquanto não conseguirmos
acabar o jogo, resgatando a filha do presidente da Câmara, Mike Haggar, raptada pelo temível líder
do gang Mad Gears, com todos os três
personagens, a fim de vermos os três finais distintos.
A grande
diferença da versão do Spectrum para
o original reside no seguinte aspecto da jogabilidade: O jogo da NES tem uma espécie de evolução “RPG”, consoante vamos progredindo nos
níveis e aniquilando inimigos enche-se uma barra de experiência, ao subir de
nível permite que desbloqueemos mais golpes, ficando os mesmos disponíveis até
ao final do jogo. O nível de experiência Mike
Haggar começa no nível 3, sendo o personagem mais forte, mas em
contrapartida mais lento. Cody e Guy começam no nível 1, sendo Guy o
mais rápido de todos, mas também o mais fraco, e Cody, o personagem que reúne um conjunto de características
intermédias, entre força, rapidez e evolução de experiência.
Na versão de Spectrum as características físicas são iguais, mas a barra e evolução de experiência foi substituída por uma barra de poder, que vamos enchendo ou vazando ao longo do jogo. Quando está mais cheia, esta atinge certas cores permitindo que tenhamos acesso a golpes mais poderosos, vazia a menos, e isto vai variando em todos os níveis do jogo. Esta opção pode ser mais chata nos níveis mais avançados, conforme a dificuldade sobe, ou contra um chefe, já que se levamos mais dano ou usamos os golpes mais poderosos a barra vai vazando, voltando apenas a termos acesso aos golpes básicos. Para enchê-la é só darmos mais dano do que recebemos dos nossos inimigo, ou irmos apanhando os itens de bónus deixados pelas ratazanas ou barris. No Spectrum existe também diferenças no enchimento da barra de poder, a do Haggar está uns traços mais acima, e é o que mais facilmente enche a mesma, comparada com a do Guy, que tem imensa dificuldade a enchê-la, através dos danos infligidos a terceiros, mas que para mim é o personagem que dá mais gozo jogar, pela fluidez dos golpes. Pessoalmente prefiro a da versão da Nintendo, mas confesso que assim o jogo ganha mais dificuldade, já que temos que apurar melhor a técnica de combate, para sofrermos menos dano.
Na versão de Spectrum as características físicas são iguais, mas a barra e evolução de experiência foi substituída por uma barra de poder, que vamos enchendo ou vazando ao longo do jogo. Quando está mais cheia, esta atinge certas cores permitindo que tenhamos acesso a golpes mais poderosos, vazia a menos, e isto vai variando em todos os níveis do jogo. Esta opção pode ser mais chata nos níveis mais avançados, conforme a dificuldade sobe, ou contra um chefe, já que se levamos mais dano ou usamos os golpes mais poderosos a barra vai vazando, voltando apenas a termos acesso aos golpes básicos. Para enchê-la é só darmos mais dano do que recebemos dos nossos inimigo, ou irmos apanhando os itens de bónus deixados pelas ratazanas ou barris. No Spectrum existe também diferenças no enchimento da barra de poder, a do Haggar está uns traços mais acima, e é o que mais facilmente enche a mesma, comparada com a do Guy, que tem imensa dificuldade a enchê-la, através dos danos infligidos a terceiros, mas que para mim é o personagem que dá mais gozo jogar, pela fluidez dos golpes. Pessoalmente prefiro a da versão da Nintendo, mas confesso que assim o jogo ganha mais dificuldade, já que temos que apurar melhor a técnica de combate, para sofrermos menos dano.
Outra
mudança de salientar foi a redução dos dois botões do comando da NES, para um
botão de acção no Spectrum. No começo
somos brindados, como opção antes do jogo, com um modo tutorial para
aprendermos os golpes, que funciona de uma forma distinta de outros jogos. Deixando a tecla de acção premida, o personagem começa a executar golpes e
combinando com outras teclas, ou com combinações pré-definidas, podemos
executar alguns golpes mais poderosos, ou finalizações. Pode parecer, por vezes,
que jogamos em modo piloto automático já que ao premir a barra de espaços, o
boneco faz uma combinação de meia dúzia de murros, em vez de premirmos a mesma
seis vezes. Com dois ou três jogos, encaixamos no esquema e não são nestas
diferenças que a versão de Spectrum
fica a perder face ao original, nem aqui, nem em nenhum aspecto, já que
tecnicamente o jogo está soberbo.
O grafismo está fiel ao original, apenas com
a limitação de cores da máquina, mas está magistralmente animado, quase nem
parece um jogo de Spectrum, face à quantidade de animações no ecrã. O jogo
contém pormenores deliciosos, como no nível em que defrontamos um chefe dentro
duma casa, onde podemos vislumbrar o trovejar no exterior e a projecção da luz
dos raios no chão onde combatemos, estando tecnicamente maravilhoso.
A nível
sonoro as melodias são do melhor que existe, com a adição de música e som de
efeitos em simultâneo, mesmo que básico, confere uma maior profundidade sonora
à acção. A melodia do primeiro nível é muito cativante, ficando no ouvido, mesmo
após termos jogado.
Um pormenor que muito nos agradou,
foi a disponibilização do projecto de código-fonte e das ferramentas utilizadas
pelo autor nesta conversão. Além do código-fonte em assembly e de todos recursos gráficos e de som, estão também
incluídos o SjASMPlus (um compilador
de assembly Z80), o emulador Unreal,
um editor para efeitos sonoros (AY Sound
FX Editor), e ainda, mais três utilitários para a edição dos níveis e
gráficos do jogo. E como se não bastasse, o autor também disponibilizou os projectos
de Visual Studio (e respectivo
código-fonte na linguagem C# da Microsoft)
destes mesmos utilitários. Quem se interessar por programação tem, neste caso,
um projecto pronto para ser compilado e modificado sem o habitual trabalho de
preparação do ambiente de desenvolvimento. Quem sabe se não servirá de base de
inspiração para novos projectos na comunidade?
Mighty Final Fight é uma conversão fabulosa
mas apenas disponível apenas para 128 K, e tendo a ROM de mais de 360 K torna-se
um jogo mais indicado para jogar em emulador do que na máquina real, a não ser que
tenhamos um dispositivo físico de leitura de ROMS para o Spectrum.
Em suma, este jogo é o melhor beat'em'up disponível para Spectrum,
após o velhinho Target Renegade, e já lá vão 30 anos. Ainda por cima gratuito, podendo aqui ser descarregado.
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