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domingo, 30 de setembro de 2018
R.A.M.
Nome: R.A.M.
Editora: Topo Siglo XXI
Autor: Jose Manuel Munoz Perez, Alfonso Fernandez Borro, T.P.M., Antonio Moya, ACE
Ano de lançamento: 1990/2018
Género: Acção
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
memória: 48 K
Número de jogadores: 1
A Topo Siglo XXI continua a sua tarefa de relançar os clássicos da Topo Soft em três línguas, inglês, espanhol e português (tradução feita por Planeta Sinclair). Normalmente cada lançamento traz alguns acrescentos relativamente ao original, seja um novo ecrã de carregamento, como é aqui o caso, seja a correcção de bugs, ou até novos jogos / versões nunca antes lançadas.
R.A.M. é então o sétimo título a aparecer pela renascida Team / Topo Siglo XXI, tendo o lançamento físico uma nova capa e instruções na nossa língua. Mas ao contrário dos outros jogos, R.A.M. não foi tanto do nosso agrado, talvez porque seja um estilo com o qual não nos identificamos. De facto, R.A.M. é muito bélico, remetendo para o ambiente de Green Beret e jogos semelhantes. Mas comecemos com a história, pois se até Rambo e Commando tinham uma...
Assim, em R.A.M. assumimos a pele de um espião, Fox, de seu nome, sendo o operacional mais qualificado do COE (Comando de Operações Especiais). Fox tem como objectivo ir até Chernovska e completar aquilo que um seu colega, desaparecido em plena missão nesta cidade, não conseguiu terminar. A última mensagem transmitida por este foi: "RAM", esta pode ser a chave para uma importante operação militar que poderá desestabilizar a paz mundial. Assim, cabe a nós apoderarmo-nos de um protótipo aéreo, que tem uma importância militar fulcral para se conseguir voltar a ter paz no Mundo.
Está dado o mote para um arraial de carnificina. Assim que começamos o jogo, aparecem logo dezenas (mas dezenas, mesmo) de inimigos. Se optarmos por disparar a nossa metralhadora (com munições inesgotáveis), rapidamente nos vamos aperceber que esta não tem capacidade para dizimar a horda de soldados inimigos que vai aparecendo (muito menos as granadas, estas sim, finitas), revelando logo um dos pontos fracos do jogo: a cadência de disparo é pequena para tanto alvo, implicando muitas vezes entrar nos ecrãs a disparar e baixarmo-nos um micro-segundo antes da primeira bala nos alcançar. Neste ecrã inicial isso não resulta e teremos que optar por uma abordagem diferente, a opção passando então por conseguir tomar de assalto a metralhadora de pé, por forma a conseguirmos varrer tudo à nossa volta.
Aqui reside mais um aspecto que vai deixar alguns de lado. Apesar de se poder interagir com alguns dos elementos dos cenários, nem sempre é fácil conseguir acertar com a posição exacta que nos permite tomar conta destes elementos extras deixados pelos programadores para ajudar na nossa tarefa. A metralhadora de pé é apenas uma delas, mas espectacular, espectacular é conseguirmos tomar de assalto uma hélice, que nos permite voar pelos cenários, ou melhor, ainda, conduzir os camiões, que varrem tudo à sua frente.
Apesar dos cenários serem magníficos, com gráficos do melhor que já se viu para o Spectrum e que é apanágio da Topo Soft, rapidamente a acção se torna um pouco monótona. Mesmo quando voamos ou conduzimos os camiões, limitamo-nos a disparar sobre tudo o que se mova, havendo pouca variedade nos objectivos de jogo.
Claro que quem gosta de jogos ao estilo do já mencionado Green Beret, apenas para falarmos do mais famoso, vai gostar de R.A.M.. De facto, existe aqui uma curva de aprendizagem crescente acentuada, que está directamente relacionada com o prazer que retiramos do jogo. Para sermos sinceros, ao início não lhe achámos grande piada. À medida que fomos avançando, até porque queríamos fazer uma análise o mais realista possível, fomos conseguindo apanhar as manhas dos inimigos e fomos apreciando mais a mecânica de R.A.M., o que para nós parecia um pouco impossível ao início, até tendo em conta a temática subjacente.
R.A.M. será então um jogo indicado apenas para os apreciadores do género. Gráficos espantosos, mas uma jogabilidade que necessitaria de uma melhor afinação, faz com que quem não esteja muito virado para jogos de acção, não o vá apreciar devidamente. O seu elevado grau de dificuldade inicial vai levar a muita frustração e que apenas com perseverança poderá ser ultrapassada. Mas nem todos irão ter capacidade para despender o tempo que R.A.M. exige até se dominar a sua mecânica.
R.A.M. vai ter lançamento físico, como habitualmente, mas quem quiser obter a versão digital comemorativa do trigésimo aniversário da Topo Soft, poderá aqui descarregá-lo.
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