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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

The Malignant Gore


Nome: The Malignant Gore
Editora: Sanctum Games
Autor: Tom Dentith
Ano de lançamento: 2019
Género: Acção
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Uma entidade biológica, a "MG101 - Malignant Gore", espalhou-se pelas instalações da Omicron Shadow, infectando todos os seres vivos no seu caminho. Quando o sistema de emergência foi activado, só restou um sobrevivente, um solitário cientista que rapidamente entrou em pânico. Se conseguir chegar ao computador central e iniciar o processo de auto-destruição dos laboratórios poderá conseguir destruir esta entidade para sempre. Será uma missão suicida, mas caso esta entidade seja deixada em liberdade, irá propagar-se até ter consumido toda a vida na terra. Esta é a nossa única oportunidade. A nossa missão é controlar uma arma cujo disparo permitirá guiar o sobrevivente pelas salas contaminadas das instalações da Omicron Shadow. A arma tem apenas seis balas, que deverão ser usadas cuidadosamente. Caso nos enganemos, podemos usar uma esfera temporal para voltar atrás no tempo e começar de novo, mas estas esferas são muito raras e terão de ser utilizadas com precaução. Eis a história deste novo lançamento de 2019...

Para começar, impressionou-nos a arte da capa, do jogo e o ambiente de terror construído por este autor, que apenas peca por não ter incluído música ou efeitos sonoros, que iria contribuir para melhorar o resultado final.

Outro ponto positivo a destacar é a originalidade do jogo, uma vez que a grande maioria dos jogos criados com o AGD oscilam entre os shoot'em'ups e os jogos de plataformas, neste temos um desafio de certo modo semelhante ao clássico Lemmings, só que aqui controlamos uma personagem apenas. Esta move-se na direcção das setas espalhadas pela sala, as quais podemos inverter o sentido, para isso bastando um tiro da nossa arma.


Como o cientista está em pânico e em movimento constante (e rápido), exige também da nossa parte rapidez a alterar a direcção para onde se move, uma vez que temos que o dirigir para determinados locais para apanhar as chaves que nos permitem chegar à porta de saída e avançar para a sala seguinte. E como se não fosse suficiente, para evitar a contaminação temos que eliminar as criaturas infectadas, única forma de impedir que nos apanhem, ou utilizar as setas para afastar o cientista desta entidade que se começou a espalhar pelas paredes das salas, sabendo que caso não o façamos, teremos morte certa.

Uma situação que não foi do agrado de muitos jogadores (e inclusive dos restantes colaboradores deste blogue), é a estranha e pouco funcional configuração de teclas: "WASD" para movimentar o alvo e "K" para disparar. O autor já justificou, dizendo que está mais habituado a estas teclas por as usar noutro tipo de jogos mais modernos, mas a reacção da comunidade não foi consensual. Tendo em conta que The Malignant Gore foi desenhado para um Spectrum, seria aconselhável ter-se uma configuração mais funcional, como o clássico "QAOP" e "Space", agradando assim à grande maioria dos utilizadores. A nível pessoal, este vosso escriba não se sentiu muito incomodado com a escolha, já que à semelhança do autor, também está habituado a usar esta configuração noutros jogos, mas não podemos deixar de dizer que os programadores deverão ter sempre em conta nas suas obras teclas funcionais para todos, sob pena de alienar uma grande percentagem de potenciais jogadores.


Outro problema e este mais grave, é a súbita elevação da curva de dificuldade que passa de muito fácil no primeiro nível, para desafiante no segundo e bastante difícil no terceiro, já exigindo um excelente domínio da mecânica do jogo, agravado pelo facto de não termos sequer tempo para pensar no caminho a tomar, o que num jogo com estas características seria essencial.

A velocidade a que a personagem se move não permite planear o percurso nem definir a melhor estratégia a usar na tentativa de poupar o máximo possível de balas, sendo por isso necessário premir a tecla de pausa do início de cada nível, o que deveria ser desnecessário. Preferíamos claramente que o cientista ficasse preso nalgum local, dando tempo para planear o percurso, podendo depois ser libertado com um disparo, bastando para isso haver uma bala extra em todos os níveis para esse efeito.

Em resumo, The Malignant Gore apresenta uma mecânica inovadora e pouco usada (do que conhecemos) no Spectrum, com uma história e ambiência interessantes, que são arruinadas pelo súbito aumento do nível de dificuldade, a inexistência de um "safe space" ou algum tempo para se reflectir na melhor estratégia, e uma configuração de teclas pouco funcional para um jogo de Spectrum.

Apoiamos claramente o autor, esperando que este continue a criar jogos para o Spectrum, pois tem bastante potencial, tendo ainda a esperança que os nossos comentários, assim como os da comunidade, o ajudem a melhorar o seu próximo trabalho. Ficamos portanto na expectativa do próximo lançamento, pois pensamos que bastaria corrigir alguns erros e a incorporação de música adequada, para desde logo ser um lançamento de referência neste início do ano.

O jogo é gratuito, podendo aqui ser descarregado.

1 comentário:

  1. O que me parece é que este jogo tinha potencial para ir bem mais além, mas a escolha da configuração AWSD+K deu cabo da jogabilidade. Uma pena...

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