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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
Booty (The Remake)
Nome: Booty (The Remake)
Editora: NA
Autor: SalvaKantero
Género: Plataformas
Ano de lançamento: 2019
Teclas: Não redefinível
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 128 K
Número de jogadores: 1
A competição ZX-DEV-MIA-Remakes está a aproximar-se do seu fim e aparecem agora, com maior regularidade, jogos a concurso. O mínimo que podemos dizer é que se forem todos do calibre deste Booty (e já apareceram grandes propostas), não gostaríamos de estar na pele dos jurados para a tarefa de selecção do melhor. E ao contrário de outros competidores, que de remake apenas têm o nome, é mesmo fiel ao original de 1984 da Firebird, que por sinal já era um excelente jogo. Seria difícil ultrapassá-lo, mas o facto é que SalvaKantero, que já tinha sido responsável por Car Wars, segundo melhor jogo de 2016, na nossa opinião, consegui-o.
Jim é o infeliz moço de recados no navio. Mas este é ambicioso e quer aproveitar agora que o barco está fundeado em Port Royal para assegurar uma reforma dourada. Para isso necessita de roubar as cento e vinte e cinco peças de tesouro que estão espalhadas pelos vários recantos. A missão não é fácil, pois o navio está cheio de piratas que guardam os tesouros, ratos e até o papagaio do capitão. Se qualquer um deles nos toca, perdemos uma das nove vidas com que iniciamos a missão.
O navio é também um autêntico labirinto, com portas (exteriores) que vão dar a outras salas. São vinte, no total (tal como no original), e a primeira coisa a fazer é um mapa com as diversas ligações, doutra forma andaremos perdidos de um lado para outro, sujeitos a encontros menos favoráveis com os inimigos.
Em cada sala temos também que apanhar as diversas chaves que abrem as portas interiores, todas devidamente numeradas, não esquecendo que apenas poderemos utilizar uma de cada vez, só assim é possível apanharmos todos os tesouros e aceder a outras partes do navio. Nem todas as salas se conseguem despojar de tesouros de imediato, em muitos casos teremos que aceder a certos pontos do cenário através das portas exteriores, dai que seja conveniente fazer o referido mapa. O jogo apenas termina após recolhermos as cento e vinte cinco peças, pelo que convém não deixar nenhum ponto por ver.
E como se não fosse pouco, foram ainda plantadas mais algumas maldades. Assim, alguns dos objectos têm escondida uma bomba com pavio muito curto e que rebenta ao final de alguns segundos. É fundamental planear-se muito bem o caminho, não fiquemos nós encurralados, com a bomba a estoirar na mão. E por fim, existem ainda obstáculos na forma de plataformas que desaparecem, elevadores, enfim, um arsenal de dificuldades que fazem com que Jim se arrependa rapidamente de ter enveredado pela vida do crime.
Relativamente ao original, é fácil de verificar que os gráficos e os cenários, mesmo que monocromáticos, são bastante mais atractivos. Vimos jogadores queixarem-de desta monocromia, mas no nosso entender é fundamental para se evitar o colour clash, que neste caso específico, com sprites pequenos, poderia ser um forte handicap.
A música é uma maravilha, podendo ser desligada se o entendermos, não deixando assim os programadores nada ao acaso. Aliás o cuidado com este lançamento é tal, que até é acompanhado de um poster e de um pequeno manual.
Para a criação de Booty foi utilizado (também) o motor MK2. Nem sempre gostamos dos jogos criados com esta ferramenta, mas aqui foi muito bem utilizado, uma vez que a jogabilidade é uma coisa de espantosa. Apenas temos a reportar um bug, que faz com que consigamos por vezes passar as portas sem a chave, e alguma dificuldade em acertar com o ponto exacto para se utilizar as escadas, mas de resto roça a perfeição.
Assim, este é talvez o mais sério candidato a vencer a competição ZX-DEV-MIA-Remakes, não obstante já terem aparecido grandes jogos, alguns dos quais ainda não fizemos a sua análise. Assim que o prazo para apresentação das propostas termine, e à semelhança do que fizemos o ano passado, criaremos também uma sondagem para que os nossos leitores possam votar no seu jogo preferido. Mas até lá, deliciem-se com este aspirante a pirata.
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