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terça-feira, 14 de abril de 2020

Mole Hunter: ZX Spectrum 48K

Nome: Mole Hunter
Autor: Raul Pelayo
Ano de lançamento: 2010
Género: Game & Watch
Teclas: Não redefiníveis
Memória: 48K
Número de jogadores: 1

Mole Hunter não é mais que a idealização de um simples programador, há uma década atrás, que decidiu dar uma nova roupagem ao seu primeiro jogo electrónico, recriando-o na perfeição para o ZX Spectrum.


Antes do domínio dos microcomputadores muitos de nós durante a sua infância, no princípio dos anos 80, tiveram como primeira experiência os jogos electrónicos. Sendo estes normalmente associados aos célebres Game & Watch, da Nintendo. Para além da Nintendo houve muitas e boas companhias que produziram verdadeiras obras-primas no âmbito da diversão digital portátil, mas nenhuma teve, como é sabido, o estatuto de culto alcançado pelas criações do Gunpei Yokoi, o pai dos jogos portáteis.

Uma das empresas que se dedicou também à sua produção foi a Casio, embora seja mais facilmente associada aos relógios digitais e calculadoras. Uma vez que já dispunham da tecnologia, entraram em força no mercado dos jogos portáteis, competindo directamente com a Nintendo e criado alguns jogos que hoje fazem parte da lembrança de muitos portugueses com mais de 35 anos. Mole Hunter é um desses jogos, sendo que este, em questão, não faz parte da minha memória enquanto jogador, ao contrário do seu irmão próximo, o Marine Hunter. O seu conceito é em tudo similar, permitindo-me falar com algum conhecimento de causa na adaptação para o Spectrum.


Mole Hunter não pretende mais do que recriar o original da Casio, sem mais pretensões acrescidas no velhinho Spectrum, tendo o objectivo sido alcançado de forma perfeita, uma vez que a sensação de jogo consegue ser igual à do original. A simplicidade dos movimentos em que andamos para a esquerda e direita evitando cobras, aranhas ou cocos atirados por macacos, capturando as toupeiras com um simples premir do fogo está simplesmente fiel, o que nos leva por vezes a esquecer que estamos a jogar num computador. 

Graficamente Mole Hunter tem algumas melhorias, especialmente pelo colorido incutido na área de jogo. As sprites de jogo delineadas apenas por um tracejado preto lembra os primórdios dos jogos do Spectrum, o que se adequa à conversão, evitando assim o famigerado “attribute clash” e capturando o aspecto fiel da conversão. A nível de som está igual aos efeitos sonoros destas máquinas. Mas verdade seja dita: o som do 48k não era muito superior, mas para esta adaptação consegue ser o ideal, uma vez que os “beeps” estridentes produzidos pelo altifalante do Spectrum são a cacofonia perfeita de um jogo electrónico do passado.

Mole Hunter  não tem menu nem opções, é só premir fogo / Space e começamos a jogar tentando fazer o máximo de pontos até ao limite de 999, sendo que a toupeira capturada mais próxima da jaula dá-nos um ponto e a mais longe três. Este é o único objectivo do jogo, ou seja: alcançar a pontuação mais  elevada possível, o que é o mal que assola a maioria dos jogos electrónicos, a sua simplicidade que instantaneamente nos vicia, torna-se saturante a curto prazo.

A nível da conversão o único ponto “negativo” que saliento é que, ao contrário do que acontece nos jogos electrónicos, como no Marine Hunter, a dificuldade não parece aumentar significativamente com o passar dos minutos, nesta versão de Spectrum, tornando assim o desafio de jogo e a possibilidade de recordes mais elevados facilitada.

Mole Hunter merece nota positiva, uma vez que consegue ser tudo aquilo que o criador pretendia, ou seja: a versão electrónica do jogo no ZX Spectrum.

A experimentar por todos os fãs destes dois sistemas.

Pode descarregar o jogo no site do autor.

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