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quinta-feira, 17 de setembro de 2020
Alchemist II
Nome: Alchemist II
Editora: NA
Autor: Francesco Forte
Ano de lançamento: 2020
Género: Aventura
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Alchemist saiu em 1983 pela defunta Imagine Software que, pouco tempo depois, foi adquirido pela Ocean Software, numa história por demais conhecida. Desde logo foi um sucesso e tornou-se um clássico, não tanto pela sua qualidade, mas por na altura ter sido bastante inovador e ter trazido novas ideias para os jogos de aventura. Agora, Francesco Forte, que ainda muito recentemente tinha lançado The Shining, pegou no tema e criou a sequela. Não será tanto a sequela, mais um remake, pois as diferenças relativamente ao original, tirando a mais óbvia (o tamanho dos ecrãs - o original tinha ecrãs e sprites enormes para a época), o resto não sofre grandes alterações.
Como referimos, aquilo que distingue imediatamente as duas versões é o grafismo. Assim, um ecrã de Alchemist II, corresponde a três ou quatro do original. Obviamente que se perde algum do charme que fez do jogo um clássico. Ainda por cima, os gráficos não são particularmente inspirados, sendo um dos pontos fracos deste remake. No entanto ganhou algo igualmente importante: jogabilidade. Aquilo que era uma das grandes lacunas nos trabalhos prévios de Francesco, foi amplamente melhorado aqui. Os sprites movem-se de forma bastante fluída e o nível de dificuldade está perfeitamente ajustado (o original era demasiado fácil), aumentando a sua atractividade. Uma pena não se conseguir ter o melhor dos dois mundos.
Tal como no original, a missão do nosso alquimista, que se transforma numa águia quando não está pousado em algo sólido (outra das inovações que contribuiu para a fama de Achemist), é bastante críptica. Sabemos que temos que conseguir recolher as quatro partes de um pergaminho, levando os objectos correctos até à arca. O problema é descobrir quais os objectos que se transformam em pergaminho, e quais os que são um engodo, até porque alguns deles têm como consequência a morte do alquimista. Depois tem que se conseguir transformar uma simples pedra, numa pedra preciosa e descobrir o caminho que leva até ao feiticeiro, para o podermos eliminar. Só com a experiência se consegue ir cumprindo com as tarefas, se bem que quem jogou o original tenha uma forte vantagem sobre os demais.
O alquimista tem alguns poderes, o mais importante o de restauração da energia (e bem vamos necessitar de o utilizar para conseguirmos passar todos os inimigos). No ecrã da arca existe também comida que restaura a energia. Aqui reside um dos pontos sem sentido do jogo: a energia vai baixando à medida que o tempo passa. Se comermos a comida que se encontra no ecrã da arca, esta sobe 10 (até um máximo de 99). Se entrarmos e voltarmos a sair, a comida volta a aparecer. Quer isso dizer que gasta-se tempo inutilmente a entrar e sair do ecrã para se alcançar a comida e fazer aumentar o nível de energia. Não seria muito mais simples e lógico a comida restaurar a energia até ao ponto máximo, evitando andar a entrar e sair do ecrã inúmeras vezes? No final o resultado seria exactamente o mesmo e teríamos poupado viagens e tempo gasto inutilmente.
Existem também armas à nossa disposição, cada uma delas matando um diferente tipo de inimigo. Não são fundamentais para se completar a missão, até porque apenas se carrega um objecto de cada vez, no entanto facilita um pouco a vida em alguns ecrãs. Há que descobrir então para que serve cada uma delas e qual o local onde as devemos utilizar.
Parte do prazer que se retira de Alchemist II, tal como já acontecia no primeiro, é explorar o efeito dos objectos. Não existindo muitos ecrãs, talvez pouco mais de uma dúzia, teremos que regressar vezes sem conta ao ecrã da arca para ver se o objecto que carregamos tem algum efeito benéfico. E não sendo este um jogo excepcional, também não desmerece quem o desenvolveu. Podemos mesmo dizer que este é o melhor trabalho de Francesco, que conseguiu limar algumas das arestas dos seus anteriores trabalhos, nomeadamente ao nível da jogabilidade. Seria interessante ver agora o programador aliar-se a alguém que o ajudasse na vertente gráfica (e sonora) e seguramente iriam construir um jogo mais completo e interessante.
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