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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Little Ninna


Nome: Little Ninna
Editora: RETROJuegos 
Autor: Fabio Didone
Ano de lançamento: 2020
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Assim que nos apercebemos que vinha mais um jogo com gatos como personagens principais a caminho, ficámos logos com os pêlos eriçados e com os bigodes em alerta máximo. Afinal de contas, não é todos os dias que o animal mais perfeito da natureza tem oportunidade de mostrar as suas qualidades no Spectrum, computador mais habituado a trazer-nos personagens humanas sensaboronas, sem garra(s), sem instinto predador, enfim, sem nada que que se compare a um felídeo. Mas Fabio Didone fez-nos a vontade, criou Little Ninna, e adivinhem a pele que assumimos? A de uma gata, pois claro...

Uma praga assola então a cidade, entrando em estado de emergência. Ninna e a sua família estão bem seguras no seu abrigo, mas a comida está prestes a acabar e ela tem que ir buscar mantimentos para a sua ninhada. Mas fora do abrigo é uma autêntica selva, infestada por uma praga de ratos e morcegos que se cruzam ao seu caminho. Para os eliminar terá que pular por cima deles, à boa maneira de outros jogos criados com o motor MK1. Mas também os cachorros patrulham os caminhos, e estes têm que ser evitados a todo o custo (não fica bem andar a matar o amigo fiel). 

Outros perigos espreitam pelo caminho, como espinhos e plataformas móveis, que se em alguns caso ajudam a ultrapassar os obstáculos, outras vezes são verdadeiros empecilhos. E não esquecer, gato escaldado, tem medo de água fria, como diz o ditado...

A área está dividida por sectores, e apenas se pode passar para o sector seguinte após Ninna conseguir eliminar todos os ratos e morcegos, bem como apanhar os peixes que visam subornar os guardiões de cada um dos sectores, doutra forma o acesso a novos locais fica vedado (felizmente que estes guardiões, que aparentam a leveza de um Garfield, são facilmente corrompidos). 

E por fim, não pode desprezar as garrafas de leite, pois são estas que permitem dar sustento à sua ninhada. A ninhada só será visível no fim, depois de todos os setores estarem limpos, pois apenas nessa altura é aberta a porta para o abrigo (não esquecer que depois de limpo todos os sectores, tem que se voltar ao início). Se tudo correr bem e Ninna revelar todo o seu instinto caçador ao longo do jogo, terá a devida recompensa no final com direito a um amoroso retrato em família.  


Apesar de estarmos perante um típico jogo La Churrera, e confessamos que por vezes já nos sentimos um pouco cansados com a pouca variedade existente em alguns jogos criados com este motor (e também com o AGD), ultimamente os programadores até se têm esforçado para apresentar jogos menos estandardizados. E Little Ninna revela predicados que o fazem distinguir-se da concorrência. Um pouco como o recente Atomicat, cujo único defeito residia no seu baixo nível de dificuldade, também Little Nina não se revela um exercício muito complicado assim que apanhamos o jeito aos saltos e movimentação da bichana (há que contar com o efeito de inércia, a primeira dificuldade com que nos deparamos, logo a seguir ao método de salto). Mas como os cenários são bastante felizes, e os diferentes sectores até vão tendo alguma variedade, mantém sempre o interesse até final.

Como se pode ver nos ecrãs que deixamos, cor é coisa que não falta, sendo o atractivo maior deste jogo. Isso e o facto do personagem ser um gato, nunca é demais repeti-lo. Por outro lado, o cuidado que o programador dedicou a este jogo revela-se a outros níveis, nomeadamente na melodia no menu inicial, atenuando um pouco os habituais sons irritantes do MK1.  Não sabemos se este é o seu primeiro trabalho, mas se for, está inteiramente de parabéns. Aguardamos pelo próximo, de preferência com mais felídeos na história.

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