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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

The Seance

Nome: The Seance
Editora: NA
Autor: Quantum Sheep
Ano de lançamento: 2020
Género: Aventura de texto
Teclas: NA
Joystick: NA
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Apesar de estarmos mais habituados a ver Quantum Sheep oferecer-nos jogos de arcada, nomeadamente platformers, o que ele realmente gosta de escrever são histórias que vão depois dar origem a aventuras de texto. É o caso de The Seance, mas também de Main Course que ainda temos que analisar assim que o tempo nos permita. Mas por agora vamos pegar nesta mini-aventura lançada no fim-de-semana de Haloween, com uma temática apropriada, como seria de esperar. 

A aventura é passada em Richmond, Londres, em plena época Vitoriana. Se formos à rua um nevoeiro adensa-se sobre nós e quase se sente a presença do bom velho Jack (the Ripper), pelo que decidimos permanecer por casa. Mas eis que ouvimos bater à porta e lá teremos que ver quem nos tenta contactar (se não abrirmos a porta nem vale a pena continuar). Damos então com Madame Sousa à nossa entrada (curioso o nome tipicamente português, apesar da ascendência francesa desta medium), que sem grandes cerimónias nos entra porta dentro.  Não o referimos, mas dentro de casa também acontecem coisas muito estranhas: um berço que baloiça sozinho, um relógio que aparece onde não devia, um sótão que provoca verdadeiros arrepios na espinha e que se suspeita que seja palco de eventos perturbadores. Enfim, está montado o cenário para uma aventura aterradora, em tons sobrenaturais.

Já agora, não apresentámos o nosso personagem: assumimos o papel de Henry Smith, que ficou viúvo da sua amada esposa Emily. Mas apesar de falecida, a presença dela ainda paira pela casa, em muitos pormenores que vão sendo desvendados à medida que vamos avançando. Assim, Henry, que está prestes a mudar-se para uma outra casa para começar uma nova vida, pretende tentar em contacto uma última vez com Emily para lhe dizer o quanto a ama. Para isso vai tentar fazer uma sessão espírita, pelo que a presença de Madame Sousa vem mesmo a calhar.

Sendo a aventura pequena, com apenas 10 locais, embora ricamente descritos em tons bastante "gore", trazendo à baila o universo de Poe, meia dúzia de objectos para serem examinados e/ou usados, e que se termina em menos de uma hora (pelo menos isso aconteceu connosco), permite, no entanto, quatro diferentes finais. Três deles são mais ou menos óbvios (um deles o vencedor, embora com final pouco previsível), mas existe um outro final que acontece num local inesperado e que só se atinge após se proceder a determinada acção, aumentando assim a longevidade da aventura. Serão capazes de descobrir todos?  

Os desafios são também bastante imediatos e lógicos, pelo que esta é uma aventura ideal para principiantes ou então para um aventureiro mais experimentado e que pretenda divertimento para uma noite. Foi mesmo esse o propósito do seu autor, pelo que não se espere aqui um desafio para durar dias e dias, ou mortes súbitas e arreliadoras ao virar da esquina. Aliás, até foi inserida alguma diversidade, pois a certa altura aparecem algumas questões de resposta múltipla e que podem levar a alguns dos diferentes finais, trazendo algo de novo ao género.

Recomendamos assim inteiramente The Seance (gratuito até ao fim-de-semana), que embora não muito longo, tem a capacidade de imediatamente nos agarrar, um pouco como as aventuras que Gareth Pitchford nos últimos tempos, ou John Wilson, neste caso há mais de 30 anos, nos têm trazido. E preparem-se, pois entrando agora o Reino Unido em lockdown, o seu autor já prometeu novos devaneios para nos entreter nestes tempos estranhos e tristes.

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