O grupo português "ZX Spectrum Directo da Arrecadação" (Facebook) tem estado a organizar, pela mão do Paulo LeniFischer, uma maratona de votações de melhores jogos em diversas categorias. Todos os jogos vencedores têm direito a uma pequena crônica semanal, escrita por alguém que tenha votado no jogo, e a mim calhou-me a fava para a categoria "Melhor Intro-Apresentação de Jogo". E calhou muito bem, pois o jogo vencedor é um dos meus grandes favoritos da época do ZX Spectrum. Trata-se de "Viaje al Centro de la Tierra" da Topo Soft!
Viaje al Centro de la Tierra |
É sempre bom lembrar que o Planeta Sinclair já fez uma review deste jogo. E quem quiser saber mais sobre esta maratona de votações, ou até participar nela, é só entrar no grupo da "Arrecadação" aqui! Segue então o meu testemunho pessoal sobre este magnífico jogo:
HOJE JOGO EU!
VIAJE AL CENTRO DE LA TIERRA
Há 30 anos atrás comprei uma MICROHOBBY da qual nunca me esqueci, a nº194 de Dezembro de 89 e cuja capa tinha como destaque o jogo Moonwalker! Mas não foi a adaptação oficial do filme de Michael Jackson que ficou gravada na minha memória. Esta edição trouxe uma review a "Viaje al Centro de la Tierra", adaptação de um clássico da literatura, e também duas páginas de publicidade com o traço inconfundível de Azpiri que eu já admirava (mesmo que na época ainda não soubesse o nome dele)!Publicidade de Viaje na minha MICROHOBBY nº194 |
Inspirado na obra original, a narrativa do jogo inicia-se com uma animação introdutória que apresenta o Professor Lidenbrok caminhando da biblioteca até à sua casa, passando por belos cenários, graficamente impecáveis, que nos remetem à Alemanha de meados do século 19. Já em casa, o Professor instala-se no seu sofá e tenta decifrar um pergaminho encontrado na biblioteca. E assim, quase sem nos darmos conta disso, é que começa a acção!
Temos que ordenar um mapa desenhado por um alquimista no século 16 que, supostamente, havia descoberto e marcado uma entrada num vulcão conduzindo ao centro da terra. A primeira fase é, portanto, um puzzle que ao ser resolvido permite-nos avançar para a segunda fase.
Já na entrada do vulcão juntam-se a Lidenbrok, o seu sobrinho Axel e a sua afilhada Gräuben. Aliás, já aqui a história desvia-se da narrativa original pois nesta última a afilhada não acompanha o professor na sua jornada. Mas foi uma alteração interessante que enriqueceu a jogabilidade, pois agora temos três personagens, cada um com as suas características próprias!
Axel é o músculo da equipa, e carrega uma picareta que pode ser bastante útil. O velho Professor é o cérebro da equipe, não se pode esticar muito nos feitos atléticos mas leva com ele uma pistola que dará muito jeito. Já Gräuben é a mais ágil, bem como mais susceptível ao dano, mas carrega um cantil com água, que permite restaurar a saúde dos elementos do grupo.
Bom, mas o facto é que a publicidade ao jogo referia 5 fases, pelo que nunca compreendi o porquê da versão do ZX Spectrum não ter as duas últimas: a praia das tartarugas gigantes e a saída pela chaminé do vulcão. Felizmente muitos anos depois, e graças à internet, tive uma resolução a esse dilema! Já em 2008 saiu uma versão estendida do Viaje com os dois níveis adicionais. E ainda mais recentemente foi relançado com outra label, e em português! (ver aqui)
Também tive a oportunidade de conhecer, pelo menos virtualmente, a figura que desenhou estes pixéis que tanto apreciei na minha juventude. O seu nome é Alfonso Fernández Borro, também como conhecido por "Borrocop", a quem mando um grande abraço! Se quiserem conhecer mais sobre "Borrocop" (grande amigo do Planeta Sinclair) e sobre o Viaje, recomendo a leitura de uma entrevista de um blogue espanhol que pode ser acedida aqui.
Alfonso Fernández "Borrocop" |
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