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quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Rays' Reprisal


Nome: Rays' Reprisal
Editora: Monument Microgames
Autor: Luca Bordoni
Ano de lançamento: 2018 / 2020
Género: Shoot'em'up
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Rays' Reprisal é baseado no jogo Yars Revenge, lançado para a plataforma Atari 2600 em 1981. Entretanto, e para evitar problemas legais de direitos de autor, alterou-se o nome para Rays' Reprisal. Aliás, em 2015 Luca Bordoni chegou mesmo a lançar uma versão com o nome "proibido". Entretanto a Monument Microgames lançou a edição física, que recebemos muito recentemente, e que tal como é apanágio desta editora, vem acompanhado com material extra, neste caso uma banda desenhada e um badge.

Quanto ao jogo, é um shoot'em'up com contornos diferentes do habitual. Possui remotas semelhanças com Bullet Storm (ou este com Rays' Reprisal). Assim, ao invés de um scroll horizontal ou vertical, como é habitual neste género de jogos, temos ecrãs estáticos. São 22, correspondentes aos diferentes níveis. E em todos o objectivo é apenas um, eliminar o laser (com o nome de "Qotile") que se encontra no extremo direito do ecrã.


Será conveniente descrever um pouco aquilo que se passa em cada ecrã, pois tem alguma complexidade e é fundamental perceber a mecânica para se conseguir terminar os níveis. Em primeiro lugar o "Yar", a nave que controlamos, semelhante a uma vespa. Embora a nave dispare, não tem capacidade para eliminar os inimigos, muito menos o "Qotile". O que pode é eliminar o campo magnético ("Shield") que protege o "Qotile". Cada disparo elimina um bloco, mas é igualmente importante saber que também pode absorver os blocos, sendo que de cada vez que faz isso, activa o canhão "Zorlon Cannon", que surge no lado esquerdo do ecrã. Apenas esse canhão tem capacidade para eliminar o "Qotile", mas é necessário algum cuidado, pois se a nossa nave se atravessar no caminho do disparo, também é eliminada. O processo é um pouco estranho, mas depois de algum tempo, rapidamente se apanha o jeito à coisa.

Entre o "Zorlon Cannon" e o "Shield", encontra-se a "Neutral Zone", uma fileira de pequenos traços coloridos que torna o ecrã um pouco mais atractivo, mas cuja principal função é servir de zona de segurança para a nave. Quando esta se encontra nessa zona, os drones ("Destroyer Drones") que a perseguem, pequenos traços que se deslocam a diferentes velocidades, não a podem atingir. No entanto, por vezes o "Qotile" dispara os redemoinhos ("Swirls"), e mesmo na zona de segurança, pode atingir a nave.

Entendendo-se as características de cada elemento do cenário, estamos então em condições de iniciar a missão. Em primeiro lugar há que destruir o campo magnético, pelo menos o suficiente para que permita que o disparo do canhão atinga o "Qotile". Esta é uma fase perigosa, pois temos que estar com atenção a múltiplos elementos e limitados a um espaço relativamente pequeno. Quando a nossa nave chega a um dos extremos verticais do ecrã, passa imediatamente para o lado oposto. Se por um lado é bastante útil quando estamos a destruir o campo magnético, por outro é tremendamente confuso, pois na aflição de fugir aos drones inimigos e ao redemoinho, o mais certo é passarmos para o lado oposto do ecrã e irmos contra o que não queremos. A velocidade com que a nossa nave se desloca é muita, o que a torna um pouco incontrolável (a ideia era mesmo essa).


Finalmente, depois do campo magnético ter brechas suficientes, há que absorver os blocos restantes. De cada vez que absorvemos um, surge o canhão do lado esquerdo, tendo-se uma oportunidade para destruir o "Qotile". Há que ter o cuidado de não eliminar totalmente o campo magnético em alguns dos níveis, pois por vezes os drones tornam-se invisíveis e apenas quando passam sob o campo magnético são detectados.

Como se pode ver, Rays' Reprisal é um shoot'em'up diferente daquilo a que estamos habituados. É bastante difícil, não só porque a velocidade da nossa nave a torna quase ingovernável, mas porque temos que estar com atenção a muita coisa no ecrã. No entanto, com alguma persistência, vamos avançando nos níveis. Fossem os gráficos um pouco mais interessantes e estaríamos perante um jogo de eleição. De qualquer forma, é divertido e constitui divertimento para muitas horas. Não é barato, mas as edições da Monument Microgames são sempre um luxo.

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