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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Torreoscura


Nome: Torreoscura
Editora: NA
Autor: Bieno Marti
Ano de lançamento: 2020
Género: Aventura de texto
Teclas:NA
Joystick: NA
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Já há bastante tempo que tínhamos esta aventura em pipeline para experimentarmos. Pelo facto de estar apenas na língua de Cervantes, tínhamos andado a adiar, pois tínhamos a consciência que seria tarefa para algumas semanas. Entretanto a aventura em boa hora saiu em inglês, pois aproveitámos para finalmente lhe pegar. Não que tenha levado muito menos a terminar, mas sempre facilitou um pouco a tarefa.

Poderão ainda estranhar a aventura ter versões para 48K e 128K. Não é pelos gráficos, pois estes estão incluídos em ambas, mas porque a versão 128K tem uma pequena música, sinistra como seria de esperar, estando enquadrada na história desta aventura, que tem um gato como peça central da narrativa, preto, como já se imaginava. Mais um ponto na classificação final por ter um gato na história, mas já sabem o que a casa gasta...


Aun no se como he llegado hasta este punto...

Vivo aquí, en Torreoscura, aislado del mundo y donde solo me cabe esperar que alguien venga y saque de esta soledad eterna y la maldición que muerde y alarga cada momento en mi vida mientras la marchita a una velocidad implacable.
 
E tudo começa assim, com alguém encerrado numa torre negra, à espera do momento da libertação...

Entretanto, muito longe dali, o nosso infeliz herói (nós, pois claro), recebe uma carta de um velho amigo de escola, Marc. Lembra-se bem dele, assim como da sua irmã mais velha, Karla, com quem se dava particularmente bem. Convidam-no para uma aventura numa obscura localidade (Torreoscura), e como o nosso herói necessitava urgentemente de um escape, aceita o convite. Em má hora o fez...

Logo no início da aventura, uma contrariedade: Marc não se encontra no local combinado para nos acompanhar. Resolvemos à mesma ir à descoberta e vamos então ter à aldeia, permanentemente assolada por um tenebroso nevoeiro, mitos e histórias assombrosas. Ou será que não são apenas mitos e histórias sem fundamento?

No hostel onde ficamos alojados, para não variar sinistro, mas pelo menos acolhedor, descobrimos algumas pistas com a recepcionista. Convém também encontrar o gato preto, fulcral para se conseguir avançar na história. A aventura desde logo nos chama a atenção pelos gráficos, monocromáticos, perfeitamente enquadrados na envolvente da história.


Outra coisa que nos chama a atenção é a descrição do período do dia em que nos encontramos (manhã, tarde, noite). Isto tem uma razão de ser: existem certos locais que apenas estão acessíveis a certas horas do dia (a palavra "wait" / "Espera" tem uma função específica). Por outro lado, o gato é esquivo, e nem sempre se encontra onde se espera (e por vezes encontra-se onde não se espera). O bichano é manso, além disso esperto como poucos. E muito fiel ao seu dono, como no final da aventura irão perceber...

A primeira parte é passada na povoação, contemplando alguns pontos habituais das pequenas localidades. Assim, o cemitério, a igreja, a praça central, e até algumas passagens secretas, são locais a serem visitados, devendo examinar-se tudo com muita atenção. Apenas se pode carregar três objectos de cada vez, e tendo em conta que existem alguns sem qualquer utilidade, é fundamental descobrir-se a função dos mais óbvios.

Terminando a primeira parte da aventura, é-nos dada uma palavra-passe para se aceder à segunda parte. A palavra-passe é muito óbvia, e quando a descobrimos, estava dentro daquilo que imaginávamos. De qualquer forma, vale a pena completar a primeira parte, nem que seja para ver o grafismo e os belíssimos textos de cada um dos locais.


A segunda parte é passada na Torre Negra, onde se encontram Marc e Karla. O local onde vivem encerra alguns perigos. É fundamental tomar atenção onde pisamos, termos um bom sentido de orientação (não poderiam faltar as labirínticas catacumbas), e tomar muita atenção a todos os detalhes. Alguns objectos têm funções menos óbvias, como por exemplo o balde. Se o virarmos ao contrário, pode ser um excelente suporte, e mais não dizemos...

Torreoscura não é uma aventura fácil. Vamos andar perdidos algum tempo, sendo que é muito importante estarmos com atenção a todos os detalhes. É também importante gravar-se periodicamente o ponto onde nos encontramos, pois além de existirem alguns becos sem saída (por exemplo, objectos que se largados antes de chegarmos a algum local fulcral, impedem a conclusão da aventura - desconfiar de portas e portões que se fecham), nas catacumbas vamos penar até encontrar a saída. Como já dissemos, a "chave" (dica) está nos detalhes...

Embora as dificuldades possam fazer com que alguns coloquem de lado o jogo, podemos assegurar que a perseverança compensa. O final é surpreendente. Ou talvez não, basta estarem com atenção às palavras que deixámos quase no início...

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