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sábado, 25 de dezembro de 2021

Carga de Profundidade


Nome: Carga de Profundidade
Editora: Micro Sistemas
Autor: Filipe Veiga
Ano de lançamento: 2021
Género: Shoot'em'up
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Filipe Veiga, nosso colega de Planeta Sinclair, Espectroteam, revistas Espectro e Jogos 80, entre outros projectos, tem destas coisas. De vez em quando aparece com uma surpresa que manteve muito bem escondida da comunidade, incluindo dos seus colegas. Depois a “bomba” é lançada, surpreendendo-nos a todos. Neste caso o nome, ao qual damos a este tipo de notícias (“bomba”) é muito apropriado, pois Carga de Profundidade, o seu novo jogo, tem muitas bombas e explosões pelo meio.

O jogo é inspirado em dois clássicos das arcadas de finais dos 1970s: Depth Charge e Destroyer, juntando a mecânica de ambos. O primeiro surgiu em 1977 e colocava-nos no papel de um tripulante de um Destroyer, que tenta atingir, através das cargas de profundidade que vai disparando, os submarinos que passam por baixo. Estes, por sua vez, vão ripostando e disparando torpedos e minas para a superfície, tentando atingir o nosso navio. Embora tendo um conceito muito simples, retém uma excelente jogabilidade, tendo sido um verdadeiro sucesso e consumidor de muitas moedas dos jovens que na altura frequentavam os salões de jogos.  

Quanto a Destroyer, surgiu no mesmo ano e tinha um conceito muito parecido a Depth Charge. No entanto, introduziu uma pequena inovação. Ao invés das cargas de profundidade irem deslizando até apanharem no seu trajecto um submarino, destruindo-o, ou desintegrarem-se no solo, é inserida uma linha, equivalente a uma mira, que indica a profundida a que a carga explode. Para que os submarinos sejam destruídos, é imperativo que a linha da profundidade esteja ao mesmo nível destes, doutra forma a carga de profundidade passa pelos submarinos sem fazer mossa. O nível de dificuldade é assim um pouco maior, pois impele-nos a lançar as cargas com maior critério. Existindo um limite de cargas que podem ser lançadas em simultâneo (seis), se disparamos desenfreadamente, rapidamente ficamos sem munições durante alguns momentos, até que as cargas que vão deslizando pelo ecrã expludam. Durante esse tempo, os inimigos vão disparando, inundando a superfície do mar com minas e torpedos prontos a atingirem-nos.

Foi precisamente Destroyer que Filipe Veiga recriou, através de um pequeno jogo em Basic compilado (Boriel), no entanto bastante polido e, acima de tudo, mantendo a jogabilidade e capacidade de entretenimento do original de arcada. Para isso muito contribui a adequada velocidade a que a ação se desenrola e os controles muito simples. Apenas movemos o navio para a esquerda e direita, permitindo-nos escapar aos disparos dos inimigos, enquanto que as teclas para cima e para baixo movem a mira. Depois é disparar e esperar que o submarino e a carga de profundidade se alinhem e tenham um encontro pouco amigável.

Mas a tarefa não é assim tão simples como parece. Por um lado, os submarinos inimigos movem-se a diferentes velocidades, implicando um exercício mental constante da nossa parte para tentar calcular o ponto e o momento ideal para se lançar as cargas de profundidade. Por outro, os torpedos e as minas disparadas pelos inimigos movem-se também a várias velocidades, sendo necessário uma enorme concentração da nossa parte e uma movimentação constante para que estas não acertem no nosso navio. 

Por vezes ficamos encurralados entre disparos inimigos e impotentemente vemos o nosso navio ser atingido, sem que possamos fazer algo para mudar a sorte. Quando isso acontece, ao invés de perdermos uma vida, como se poderia esperar, a pontuação que obtivemos até ai é reduzida para metade. Tendo em conta que o objetivo do jogo é fazer o máximo de pontuação possível (existe um tempo limite de 300 segundos por jogo e os inimigos concedem mais ou menos pontos, conforme a sua “classe”), se formos atingidos, muito dificilmente conseguimos bater a pontuação recorde que o Filipe estipulou como sendo a mínima para nos conceder a carta de marinheiro. O mais provável é acontecer como a nós, que bem tentámos chegar aos 2.000 pontos, mas que no momento menos próprio, sempre levamos com um disparo em cima, delapidando inapelavelmente a nossa pontuação.

Perguntam agora: como se pode obter este divertido jogo? Isso é muito fácil: basta virem aqui descarregar o jogo. Também o poderão obter, adquirindo a edição comemorativa dos 40 anos da Micro Sistemas. Além de ficaremos portadores de uma revista de excelência, irão ainda receber Carga de Profundidade no vosso endereço eletrónico. Mas além disso, está ainda prevista a edição física, muito limitada, através da cassete MS Save, juntando-se a outros dois mini-jogos: Lunártico para o TRS Color e Treinamento Ninja para o MSX. 

6 comentários:

  1. A simplicidade é tudo o que é preciso quando a mecânica do jogo funciona bem.

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  2. Anónimo2/1/22 12:57

    O jogo teve direito a menção honrosa na lista das 100 melhores conversões oficiais/não oficiais de arcada para o spectrum (na posição 65), elaborada pelo Stuart Campbell, para comemorar os 30 anos da 'Your Sinclair All-Time Top 100' também de sua autoria.
    Ele gostou tanto que fez uma box art e traduziu o jogo para inglês. Não sei se ele fez bem ou mal, mas está disponível na parte 2:

    http://wosland.podgamer.com/the-speccy-arcade-100-part-2/

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