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sexta-feira, 11 de março de 2022

Chez Maxime


Nome: Chez Maxime
Editora: Highriser
Autor: Allan Turvey
Ano de lançamento: 2022
Género: Acção
Teclas: Redefiníveis
Joystick: NA
Número de jogadores: 1
Memória: 128 K
Link para descarga: Aqui

Já alguma vez pensaram como seria trabalhar no reputado restaurante de Paris, o Maxim's? É isso que Allan Turvey propõe com o seu novo jogo, uma conversão de um jogo bastante raro de 1983 que saiu para o sistema Videopac. O original era bastante básico (para não dizer insonso), e Allan Turvey deu-lhe agora a pitada de sal que faltava, criando um desafio tremendamente divertido, mesmo mantendo a simplicidade do conceito da versão de 1983. Mas se pensam que simplicidade é sinónimo de facilidade, e que o jogo vai ser canja, preparem-se para uma pequena indigestão. É que neste Maxime, os clientes não têm qualquer nível, estão sempre a exigir que os pratos cheguem à mesa no momento, e quando isso não acontece, começam a estremecer de raiva, ficam coléricos, e vão-se embora, deixando uma crítica negativa e fazendo baixar a reputação do famoso restaurante de cinco estrelas. E para verem como a clientela é impaciente e está esfomeada, até comem de pé da própria travessa, nada condizente com um restaurante com o nível do Maxim's.

Como se a coisa não fosse decadente o suficiente, um vira-latas teima em aparecer em plena sala de refeições, roubando, sempre que tem oportunidade, o repasto dos impacientes clientes. Não admira assim que o restaurante não tenha dinheiro para contratar empregados, tendo apenas um ao seu serviço, além do cozinheiro. Já adivinharam, a fava calhou a nós, somos o desgraçado do empregado que tem que andar cima e baixo a tentar manter satisfeitos os comensais...  

Como único empregado de mesa do Maxime, temos então que conseguir aviar as refeições atempadamente, para que os clientes em vez de deixarem a crítica negativa, deixem uma pequena gorjeta, que faz subir um pouco a reputação deste malfadado restaurante. Para que isso aconteça, temos que pegar na travessa com a refeição que vai sendo distribuída no elevador à direita, que por sua vez vai subindo e descendo ritmicamente, apenas parando uns segundos em cada um dos três andares do restaurante (o piso térreo é a cozinha, por onde o cozinheiro vai enviando as refeições para o elevador), permitindo-nos então recolher a travessa. Mas se não conseguirmos apanhar atempadamente a refeição, corremos o risco do cão aparecer e roubar o petisco, rapidamente desaparecendo por uma das portas, e deixando-nos de mãos a abanar e com menos segundos disponíveis para aviar os esfomeados clientes.

Por outro lado, podemos pontapear o vira-latas. Se isso acontecer quando este carrega o produto do roubo, a travessa fica em nosso poder, possibilitando-nos levá-la mais rapidamente a um dos clientes. Estes não tem então grandes cerimónias e comem rapidamente a refeição (apenas falta o arroto de satisfação), no fim deixando a gorjeta (a tal que permite subir a reputação do restaurante). Mas se não a formos rápido a apanhá-la, logo aparece um novo cliente, ficando com ela, não tendo qualquer pejo em roubá-la (não vos disse que a clientela pertencia à ralé?).

Como seria de esperar, o grau de dificuldade é crescente. Tudo começa de forma bastante pausada e rapidamente conseguimos chegar às cinco estrelas (começamos com três). Mas à medida que o tempo passa, a hora de ponta do restaurante aproxima-se e os clientes entram e saem com maior cadência, exigindo cada vez maior rapidez do desgraçado empregado. Torna-se inevitável que, mais tarde ou mais cedo, deixemos de conseguir aviar os clientes, fazendo descer a reputação do restaurante. Quando esta chega a zero, somos despedidos, ou seja, o jogo termina ("fim de partie").

Tudo se resume assim a tentar fazer o máximo de pontos possível. Allan deixou o recorde por defeito de 5.000 pontos, mas até lá se conseguir chegar, vamos ter que comer muitos bifes. No entanto, este é daqueles jogos que, apesar do grau de dificuldade elevado, de modo algum se torna frustrante. Já é habitual Allan tomar atenção a todos os pormenores, e isso aqui acontece. Tudo está afinado ao milímetro, fluindo de forma perfeita e conferindo uma jogabilidade fantástica. Não se esqueceu sequer de colocar os menus e mensagens em francês, ou não estivéssemos nós num restaurante de Paris.

A dinâmica de Chez Maxime remete-nos para obras como Tapper, não sendo necessário gráficos esplendorosos (apenas existe um ecrã), para de imediato cativar o jogador. Além disso, o jogo é tremendamente viciante e todos aqueles que gostam de desafios puros de arcada vão adorar! Sem dúvida um dos grandes jogos do ano até agora. 

Para terem acesso ao jogo, podem adquiri-lo aqui, ou tornarem-se patreons (aqui) de um dos mais prolíficos programadores do ZX Spectrum. Com a cadência de jogos que Allan vai desenvolvendo, é dinheiro muito bem gasto.

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