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sábado, 24 de dezembro de 2022

Spirits

Nome: Spirits
Editora: Topo Siglo XXI
Autor: Alejandro Andre, Miguel Blanco Viu, Fernando Diaz
Ano de lançamento: 1987 / 2022
Género: Aventura
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Link para descarga: Aqui

Há muito tempo que não disponibilizávamos uma das edições comemorativas do 30º aniversário da Topo Soft, sempre devidamente traduzidas para a nossa língua e sempre com um novo ecrã de carregamento e ilustrações (obra de Alfonso Fernández Borro, aka Borrocop, e Julio Antonio Martín Erro). Lembramos que a colecção já vai com o impressionante número de 38 cassetes, cerca de uma dezena editadas fisicamente na nossa língua (não foram mais por falta de adesão da comunidade Portuguesa). 

Mas eis que o nosso amigo Borrocop nos fez uma enorme surpresa este Natal e permitiu-nos lançar mais um jogo na série. E não é um jogo qualquer, é um do qual temos gratas memórias nos anos 80: Spirits. É que apesar de Spirits denotar alguns problemas ao nível da jogabilidade, foi altamente inovador. Mas já lá iremos a isso...

Toda a acção é passada num castelo medieval. Ou melhor, em dois castelos interligados entre si. Mas só poderemos ter acesso ao segundo castelo depois de accionarmos a alavanca que permite a passagem entre os dois edifícios. Aliás, este sistema de alavancas está em diversos pontos e sem as activarmos, não vamos muito longe.

Assumimos o papel de um poderoso mago que tem que encontrar diversos objectos, para depois poder anular o feitiços de algumas personagens que deambulam pelo castelo, para no fim eliminarmos a águia. As diversas tarefas deverão ser efectuadas de forma sequencial e já agora convém dizer que os dois castelos têm um impressionante número de salas, pelo que ainda antes de nos metermos à cata dos itens, convém fazermos o mapa (dica: na Spectrum Computing encontra-se um mapa óptimo, poupando-nos muito tempo).

Depois de estarmos devidamente alinhados com o esquema das salas dos castelos, vamos então procurar os itens. Estes, em cada jogo, encontram-se em locais diferentes, tornando-se ainda mais importante conhecermos de cor e salteado o mapa. Só assim vamos conseguir chegar rapidamente aos locais que pretendemos ir, sabendo que os inimigos são mais que muitos e, se nos perdemos, o mais certo é ficarmos pelo caminho com uma seta entalada na garganta ou uma assombração atravessada na espinha.

Convém aqui fazermos outra nota e que constituí o elemento inovador e diferenciador de Spirits. Assim, o ecrã encontra-se dividido em dois. Na parte de cima temos o mago que controlamos, enquanto que na parte de baixo podemos escolher aquilo que queremos ver (teclas 1 a 5), nomeadamente os objectos e personagens que procuramos. É assim possível ver em que sala se encontram e mais rapidamente os alcançamos.

Quanto às tarefas, em primeiro lugar temos que encontrar a esfera, pois só assim conseguiremos visualizar na parte de baixo a varinha do poder, o livro sagrado, o mágico, o cavaleiro ou a águia. Depois de recolhidos todos os elementos, temos que encontrar uma certa personagem, que quando tocada pelo mago, torna-se numa Rainha. Mas atenção, se não tivermos antecipadamente obtido os objectos necessários, a magia não fará efeito.

Por fim, teremos que detectar onde a águia se encontra. Esta vai seguindo um certo trajecto, pelo que teremos que o estudar e identificar o local onde a podermos emboscar. Um tiro certeiro é o suficiente para fazer regressar a paz ao reino.

A história é bastante estimulante e o jogo muito difícil, nem sempre sendo fácil comandar o mago. Aqui reside um dos seus pontos fracos. Existem demasiado inimigos (quando se juntam vários personagens, a velocidade baixa drasticamente) e a resposta aos comandos é um pouco lenta. Muitas vezes vamos perder porque não conseguimos no momento certo saltar um buraco ou dar um tiro certeiro no inimigo (quando o atingimos, torna-se inofensivo durante uns segundos). 

Não fosse esta lacuna e estaríamos aqui perante um dos melhores jogos do ZX Spectrum. No entanto, o que sobra é muito bom, senão vejamos: gráficos fora de série e um ambiente fantástico, como os nossos vizinhos tão bem conseguiam criar; o tal sistema de rastreamento inovador que referimos e que permite irmos visualizando as outras salas e personagens do castelo em tempo real, permitindo-nos estabelecer a melhor estratégia; grande imprevisibilidade, pois nenhum jogo é igual (elementos que variam no início de cada partida); e, por fim, uma enorme capacidade viciante.

É então esta a prenda que Borrocop e Planeta Sinclair oferecem aos seus leitores. Para isso, venham aqui descarregar Spirits, versão comemorativa do 30º aniversário adaptada para Português. Se não conhecem o jogo, é uma boa oportunidade de agora o fazerem. Se já o conhecem, julgamos que merece ser revisitado... 

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