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terça-feira, 26 de março de 2019

Rick Dangerous


Nome: Rick Dangerous
Editora: Firebird Software
Autor: Terry Lloyd
Ano de lançamento: 1989
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Rick Dangerous é um intrépido explorador  e coleccionador de selos em part-time da era moderna, qual Indiana Jones, que embarca numa perigosa missão (ou serão quatro?), em busca de tesouros que pelos vistos valem mais que a sua vida. É que este é dos jogos mais difíceis e frustrantes que alguma vez vimos (roçando mesmo o injusto), sendo Abu Simbel Profanation um menino de coro ao pé deste.

São "apenas" quatro os níveis e ficarão a pensar que  é pouca coisa e que num ápice terminam o jogo. Pois aventurem-se, e se nas primeiras vinte e quatro horas conseguirem terminar o primeiro deles, passado no templo dos Aztecas, já se poderão dar por contentes.


Já perceberam também que estamos aqui perante um vulgar platformer, mas com laivos de aventura de arcada, à la Auf Wiedersehen Monty ou Jack the Nipper II, não sendo por acaso que o autor, Terry Lloyd, também participa nestes. É que é-vos exigido perfeição ao nível do tempo e local de salto, mas também algum pensamento lateral para resolver alguns enigmas.

No primeiro nível podem contar com muitas armadilhas, desde pedras que "correm" atrás de vocês, espigões mortais que saltam da parede, até aos próprios nativos, agressivos como tudo, vão ter que suar muito se querem chegar ao final desta primeira parte.

Segue-se o Egipto. Os cenários mudam então substancialmente, e muito embora a mecânica seja semelhante, os inimigos e obstáculos são agora diferentes. Para vossa ajuda, e isto é transversal ao jogo, têm seis minas e seis balas que terão que usar com toda a parcimónia, muito embora possam recarregar as vossas reservas em caixas deixadas pelos cenários. Mas todo o cuidado no seu uso é aconselhável, pois poderão correr o risco de ficar bloqueados em algum ponto do cenário por não terem uma mina para rebentar com o obstáculo, só restando então o suicídio.


Se tiverem a arte e engenho para escapar das armadilhas das pirâmides, seguem-se tempos mais modernos na Europa. Em primeiro lugar o Castelo de Schwarzendumpf (a fazer lembrar um certo castelo das aventuras de Spirou e Fantásio), mais os temíveis guardas e cães. Podem também contar com barricas bem recheadas que vos tentam passar a ferro (tal como as pedras do primeiro nível).

Como se não fosse pouco, o castelo é um verdadeiro labirinto, e se tiverem uma sensação de dejá vu, então levem-na a sério. Quer dizer que já passaram por esse ponto anteriormente e que não deram com as entradas dos restantes quartos do castelo.


Se conseguirem resgatar com sucesso os prisioneiros aliados encerrados no castelo, viajam para a última parte, a base de misseis em Londres, onde terão que rebentar com a sala de controlo (não esquecer de deixar uma mina para esse efeito, se lá chegarem, claro), antes que os mísseis sejam lançados.

Assim, o que têm aqui é um jogo imenso, com cenários do mais imaginativo que que se viu, e muito bem implementado. O único senão (e é aqui um grande senão), é o seu elevadíssimo grau de dificuldade. Como se não bastasse o conceito de pixel perfect, que implica uma grande destreza de dedos, muitos obstáculos estão escondidos e só por tentativa e erro e à custa de muitas vidas é que dão com eles., situação que por ser excessiva nos parece tremendamente injusta.


Outro "pormaior" que nos leva a diminuir a pontuação deste jogo está relacionado com a própria escolha das teclas. Não sendo possível a sua redefinição, sendo as teclas escolhidas por defeito muito pouco funcionais, e exigindo o jogo uma destreza de dedos fora do normal, este será logo à partida um obstáculo enorme com que se vão deparar. Não havia necessidade e apenas este aspecto consegue desde logo arruinar o que poderia ser um excelente jogo. Mas para aqueles que consigam ultrapassar estes obstáculos, vão aqui ter um desafio à vossa altura.

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