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quarta-feira, 29 de maio de 2019

Krap Park


Nome: Krap Park
Editora: NA
Autor: Jaime Grilo
Ano de lançamento: 2019
Género: Aventura
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1

Krap Park é já o terceiro jogo lançado por Jaime Grilo em 2019. Depois da aventura épica em quatro partes de Laetitia, e de Restless André (este a acompanhar a revista Espectro #4), chega-nos Krap Park. E apesar de ser criado à mesma com o Arcade Game Designer (tal como os restantes jogos do Jaime), Krap Park tem contornos diferentes, isso porque para se conseguir avançar no jogo tem que se ir cumprindo com uma série de tarefas numa certa sequência. Mas comecemos do início da história...

O jogo, tal como o título dá a entender, desenrola-se ao longo de 43 ecrãs num parque que se pretendia pacífico, mas que apesar de ter polícias em todos os cantos, esses convivem irmãmente com rufias, cães raivosos e outros perigos que não deveriam fazer parte de um espaço de lazer. E precisamente o líder dos rufias roubou o colar de Paula, a nossa namorada, e se não queremos perder o seu amor, teremos que o recuperar (o colar, bem entendido). Assim, o primeiro passo é encontrar o líder dos rufias, sendo-nos então exigido uma série de objectos para que o colar seja devolvido.


Da lista de objectos exigida pelo rufia constam coisas tão estranhas como 100 usd, uma picareta, uma pá, uma tesoura de jardim, um bikini, um vestido sexy, um par de algemas (marotices?), um par de óculos de sol e duas garrafas de uísque. Deverá estar a preparar uma festa de arromba, embora nos escape o que o rufia pretende fazer com a picareta e com a pá, mas não deverá ser nada de bom, certamente.

Nem todos os objectos são apanhados de forma imediata, para se alcançar alguns é necessário que antes tenham sido cumpridas algumas condições. É assim fundamental ler-se as instruções do jogo, doutra forma andaremos perdidos pelo parque sem saber o que se fazer. Deixamos assim algumas indicações básicas que devem ser tidas em conta antes de nos aventurarmos neste parque "krap", como diz o título.
  • 100 usd
Jason começa o jogo com 20 usd no bolso. Tem duas hipóteses de acumular mais dinheiro a fim de atingir os 100 usd: apanhar todas as notas de 10 usd que se encontram espalhadas por todo o parque e/ou assaltar as mulheres que estão no parque, roubando-lhes 10 usd de cada vez. No entanto, Jason vai ter que gastar algum dinheiro na aquisição das garrafas de whisky (20 usd cada), e nem todos os bêbados têm uma garrafa à disposição, roubando-lhe 10 usd de cada vez
  • Picareta 
Para apanhar a picareta, e dado que esta se encontra num local perigoso (em contacto com fios eléctricos), Jason terá que apanhar primeiro as duas luvas de protecção. Mas para isso necessita de passar os dois cães raivosos que são apaziguados com os dois ossos que se encontram enterrados na parte norte do parque. Mas para os encontrar terá que ter a pá em seu poder.
  • Tesoura de jardim
Para aceder ao local onde se encontra a tesoura, Jason terá que encontrar o relógio do rufia, perdido num dos inúmeros caixotes do lixo espalhados pelo parque.
  • Bikini e vestido sexy
Têm as mulheres de boas virtudes. Mas cuidado, pois quando os roubamos às mulheres (sacamos também 10 usd), estas ficam nuas e gritam por ajuda. Os guardas do parque accionam então o alarme e Jason terá que encontrar o dispositivo de desactivação. Só então deixará de ser perseguido por esses.
  • Par de algemas e óculos de sol
Quando se recolhe o par de algemas e os óculos de sol, o alarme é accionado e os guardas do parque perseguem Jason. Mais uma vez terá que encontrar o dispositivo de desactivação do alarme.
  • garrafas de whisky 
Para obter as duas garrafas de whisky, Jason tem que as pedir aos bêbados que se encontram espalhados pelo parque. Caso tenham uma garrafa para lhe dar, cobram 20 usd, doutro modo roubam-lhe 10 usd.


Tendo presente estas orientações, poderemos então começar as deambulações pelo parque em busca do colar de Paula. Em termos de mecânica, faz-nos lembrar Quahappy, isso porque a acção é vista de cima, os personagens movem-se de maneira semelhante, e existe também alguma repetitividade, sendo-nos exigindo passar pelos mesmo locais várias vezes. Assim, os 43 ecrãs existentes, na prática representam muito mais, pois terão que ser ultrapassados por várias vezes. A páginas tantas já conhecemos as manhas de todos os inimigos e a tarefa fica bastante mais facilitada. Não que o jogo seja particularmente difícil, até porque a maior dificuldade é mesmo encontrar o local dos vários objectos.

Uma curiosidade engraçada: o jogo foi sofrendo várias mudanças ao longo do seu processo de desenvolvimento, e algumas dessas mudanças, nomeadamente as gráficas, melhoraram significativamente a própria jogabilidade. Atente-se, por exemplo, na imagem de baixo, sendo a primeira versão o ecrã da esquerda, e do lado direito a versão final. Este é um processo normal, mas que muitas vezes os jogadores não imaginam sequer a quantidade de versões necessárias para se chegar a um ponto em que se consiga agradar ao máximo possível de jogadores. Quem disse que a vida de programador era fácil?


Quem conhece os restantes jogos de Jaime Grilo, sabe precisamente o que aqui vai encontrar. Destacamos, no entanto, três pontos. O primeiro a excelente música, da responsabilidade de Ironman, que no modo 128K acompanha todo o jogo. Depois, e como já é habitual, o lindíssimo ecrã de carregamento de Andy Green. E terceiro, a possibilidade de dois modos de jogo diferentes, o normal, onde os diferentes ecrãs passam de forma imediata (aquilo que acontece normalmente com os jogos criados no AGD), o segundo, Screen Magic, onde os ecrãs passam de forma gradual. Pode parecer estranho ao início, mas é apenas questão de habituação.

Krap Park é gratuito, podendo aqui ser descarregado.

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