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domingo, 8 de dezembro de 2019

Better Late Than Never: Andy Green Pixel Art


"Better Late Than Never" é o título do primeiro livro de Andy Green e até se aplica na perfeição ao caso: desde a encomenda até o recebermos passou-se mais de um mês. Claro que o seu autor é alheio a isso, e até sabíamos à partida que o livro poderia demorar a chegar (a Amazon previa isso mesmo na sua página). Mas o que podemos dizer é que compensou inteiramente a espera.

O livro foi escrito a meias com o seu amigo Richard Langford (Project ZXProject ZX II: Jetboot Joe), contando ainda com a colaboração de John Davies e Shaun McClure). Tudo gente bem conceituada no universo dos 8 bits e do Spectrum, como se pode ver.

Também é bem conhecida a apreciação que temos pelos trabalhos de Andy Green (mantenham-se atentos, em breve iremos fazer uma surpresa e divulgar uma colaboração da Espectroteam com o Andy), artista gráfico que domina a arte dos 8 bits como quase ninguém. De facto, as suas telas são autênticas obras-primas, muitas vezes superando até os jogos a que estão associadas. Aliás, o facto de qualquer jogo ter um ecrã de carregamento do Andy, já é um forte incentivo para o autor conseguir superar-se e apresentar algo condizente ou que se aproxime do brilho desse ecrã. E agora, Andy resolveu compilar os seus trabalhos num livro, dando uma pequena explicação sobre cada um dos desenhos.

O livro desenrola-se ao longo de vários capítulos. Assim, depois de uma introdução, onde é feito um enquadramento da obra, surgem "That was the screen that wasn´t". Tal como o nome o dá a entender, engloba alguns dos trabalhos feitos por Andy para jogos que tinham ecrãs de má qualidade, ou nem sequer tinham ecrãs. E tudo começou com "Stop the Express", o primeiro loading screen criado para o Spectrum. Surgem algumas curiosidades, como a parecença em "Rescue" do personagem principal com Harrinson Ford, sendo o nosso preferido, tal como tivemos oportunidade de dizer ao próprio autor, os ecrãs criados para a trilogia da Fantasy, e sobretudo "3D Tunnel", um desenho magnífico e claustrofóbico, com o comboio a surgir ao longe, e que define desde logo o estilo de Andy.


Outra curiosidade: o ecrã de "Auf Wiedersehen Pet". O jogo é mau, mas a capa ainda era pior. Tivesse na altura sido lançada com o trabalho do Andy, totalmente a preto e branco, contemplando as personagens da série, e talvez o jogo tivesse tido outro impacto.

De seguida "(Not) coming to a Spectrum near you". Naturalmente com menos telas que o capítulo anterior, que representa quase metade do livro, mas mesmos assim com meia dúzia de trabalhos bastante meritórios. Destacamos Toki, claro, até por toda o mediatismo que este jogo, que nunca aconteceu para o Spectrum, teve.

E é também de forma lógica que os novos jogos e programadores são contemplados no livro, desta feita em "Generation homebrew". este foi um capítulo que nos deu particular gozo ler, pois são muitas as referências a jogos que ajudámos a testar (Jaime Grilo, Team Moritz), e também porque estando nós envolvido na cena Spectrum como estamos, todos e tudo ali nos soa bastante familiar.

Seria um pouco ingrato estar nesta parte a destacar alguma tela em particular (como dissemos, conhecemos praticamente todos os intervenientes, e um deles até é membro deste blogue, o Pedro Pimenta), e não o iremos fazer, mas gostaríamos de dar relevo à história de "Italian Job", onde Andy nos vai descrevendo como foi o desenvolvimento da tela, desde os primeiros traços, até chegar a um resultado final brilhante, no nosso entender. Obviamente que o desenho não é a nossa praia, mas se fossemos candidatos a artistas gráficos, iríamos "beber" com toda a atenção aquilo que Andy relata. 

Ficamos também a saber no penúltimo capítulo, "Random etchings", qual a tela preferida de Andy. Mas para o saberem terão que comprar o livro, não iremos ser spoilers...

Quanto ao último capítulo, "So What's Next", é muito breve, mas focado no futuro. E no Spectrum Next, pois claro, agora que deverá estar prestes a sair.


Como foi visível ao longo da nossa descrição, adorámos o livro. A qualidade de impressão e do papel está ao nível das telas, que tomam obviamente a primazia ao longo do trabalho. Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, e isso aplica-se inteiramente à obra de Andy Green. É um artista gráfico fabuloso, atrevemo-nos mesmo a dizer, ao nível de um Bob Wakelin, e ficamos no livro também a saber que os seus talentos não se esgotam na vertente gráfica, pois também foi responsável pela criação de alguns jogos, faceta esta que desconhecíamos.

Recomendamos vivamente a aquisição de "Better Late Than Never", que apesar de tarde, ainda veio muito a horas...

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