Páginas

Páginas aconselhadas

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Trace it!


Nome: Trace It!
Editora: Prosm Software
Autores: John Connolly
Género: Acção
Ano de lançamento: 2020
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 16 K
Número de jogadores: 1

Por vezes das ideias mais simples saem verdadeiras pérolas. É o que se passa com este Trace It!, de John Connolly, criado em Basic, com gráficos a condizer, e um som a fazer lembrar Cruising on Broadway, jogo com o qual até se pode dizer que tem algumas semelhanças. Semelhanças é o que não tem com os seus anteriores jogos, Steamed Hams e Plumbers Don´t Wear Ties, aventuras que não nos tinham caído no goto...

Em Trace It! controlamos um rastreador a fazer lembrar um smilie. Este começa no lado esquerdo do ecrã e tem que atingir o lado direito, tudo num tempo pré-definido, demasiado curto, que nos obriga a andar sempre de pé no acelerador. Aqui surge o primeiro dos problemas: a inércia. Quando colocamos o smilie em movimento, este vai-se sempre deslocando e só pára quando o movimentamos no sentido contrário. Só que esta acção não é imediata e há que contar com o efeito da inércia, sendo que se tocarmos em alguma parede ou obstáculo, perdemos uma vida.

Depois, temos que contar com o próprio trilho que temos que seguir. Assim, existem algumas  armadilhas, nomeadamente paredes mais estreitas, mas acima de tudo o gelo. Quando se caminha sobre este piso, perde-se totalmente a aderência e é escusado tentarmos direccionar o smilie. A maior parte das vezes, o que acontece é vermos esse ir inevitavelmente contra os obstáculos ou inimigos, sem que possamos fazer alguma coisa. E pior fica a situação, quando além do piso gelado, as paredes também estreitam...


Do tempo limite para cada um dos 15 níveis do jogo também já falámos. Muito curto, não dá nem para respirar. Se paramos para estudar o caminho, o mais certo é ficarmos apeados a meio.

E finalmente, os inimigos. Estes tomam várias formas, alguns mais perigosos que outros:
  • Pacer: Desloca-se de um lado para o outro a velocidade constante, sendo portanto um pouco menos difícil de ser contornado.
  • Crawler: este desloca-se para cima e para baixo, mas quando nos detecta, porta-se como um maníaco homicida.
  • Floater: o mais perigoso de todos, pois vagueia livremente pelo ecrã, apenas mudando de direcção quando toca num dos cantos. Quando se encontram dois ao mesmo tempo no ecrã, o cenário torna-se caótico.
Os níveis vão naturalmente crescendo em dificuldade, pois o número de inimigos vai aumentando, o caminho torna-se mais longo, mais estreito, e com mais obstáculos. Se os primeiros níveis ainda se passa com maior ou menor dificuldade, a partir do décimo nível, tornam-se diabólicos. Só mesmo com reflexos de excelência, grande destreza e muita sorte à mistura se consegue chegar ao fim.


Mas além do jogo, o programador contemplou ainda um modo livre de desenho. Assim, se escolhermos essa opção, controlamos o smilie num cenário livre de obstáculos, deixando para trás um rastro. Além de nos habituarmos ao método de controlo do nosso personagem, nomeadamente o sistema de inércia, temos também a possibilidade de treinar os nossos dotes de artista.

Trace It! é assim uma boa surpresa. Apesar de ser em Basic e de ter "apenas" 15 níveis, vai demorar bastante tempo até se conseguir terminar o jogo, pelo menos não utilizando batotas. E John Connolly prova que se sente bastante mais à vontade neste tipo de jogos, simples, mas ao mesmo tempo cativantes. É assim um jogo a experimentar por todos, mas cuidado, pois pode tornar-se frustrante...

Sem comentários:

Enviar um comentário