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quinta-feira, 19 de março de 2020

Moritz on the Autobahn


Nome: Moritz on the Autobahn
Editora: NA
Autor: Sebastian Braunert, Uwe Geiken, Andy Green, Lobo e Pedro Pimenta
Ano de lançamento: 2020
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 128 K
Número de jogadores: 1

O pobre do Moritz, apesar da sua já longa idade, não pára. Depois de ter passado bastante tempo no hospital, e ter embarcado em tantas aventuras, uma delas que inclusive o levou à Lua, está agora determinado a usufruir dos prazeres da reforma...

Estava um dia muito bem em casa, ocupado a remover do seu pêlo incómodas carraças que trouxe da Lua (nunca entendeu como é que puderam atravessar o fato espacial), quando ouviu qualquer coisa a cair na caixa de correio. Foi ver o que se passava e encontrou um envelope no chão. Reparou que tinha selo português, pelo que só poderia ser o seu primo de Portugal, mas porque é que ele haveria de escrever-lhe se ainda muito recentemente tinham estado à conversa através do Skype DN ("Dog-net")?

Moritz foi então para a sala, voltou a coçar-se, o que levou a que mais umas carraças alienígenas desaparecessem, embora seguramente venham a encontrar o caminho de volta para o seu aconchegante pêlo. A carta do seu primo era um convite para que Moritz o fosse visitar, ficando o tempo que quisesse. Sol, mar, vinho e muita diversão era o que poderia encontrar nesse país, pensou Moritz, no fundo tudo o que o seu médico lhe aconselhou. Não houve tamém um célebre presidente do Eurogrupo que dizia que nos países do Sul gastava-se o dinheiro dos fundos em álcool e mulheres? Pelos vistos nesses países é que se goza a vida.


Mas adiante, o único problema é chegar a Portugal são e salvo... Assim, Moritz pegou na sua C5, conhecida de outras das suas aventuras, e meteu-se ao caminho. Alemanha, Bélgica, França Espanha e finalmente Portugal são os países que terá que atravessar para lá (aqui) chegar... O principal problema são os condutores domingueiros que grassam pelas estradas desses países (afinal não existem apenas em Portugal). E como se não fosse pouco, estranhos objectos também povoam os cenários, todos com um único propósito: impedir Moritz de gozar dos calores do nosso país.

É com esta história mirabolante de Moritz, mais uma vez uma homenagem de Sebastian Braunert ao seu canito, que começa a aventura. E para o efeito até foi criado algum merchandising para o efeito, como é o caso do postal acima, ao qual não faltam alguns dos elementos típicos de cada país. Pode-se ver ali o garrafão de vinho e um galo, que bem pode ser o de Barcelos, remetendo logo para símbolos de Portugal. Sebastian finalmente colocou o nosso país no mapa, depois de ter sido tão injustamente esquecido em Auf Wiedersehen Monty, jogo com o qual Moritz on the Autobahn tem algumas semelhanças. Tal como nesse, as plataformas abundam, apenas não havendo objectos para se apanhar (nem sequer aviões para serem dirigidos).


Moritz on the Autobahn tem cerca de uma quinzena de ecrãs, pelo que estamos perante mais uma mini-aventura criada com o PGD, bem ao estilo das anteriores de Moritz criadas com essa ferramenta. Em cada ecrã temos que apanhar todos os corações, e por vezes uma chave, que desbloqueia o acesso a alguns locais. Para se chegar a todos os pontos, além dos reflexos necessários para conseguirmos ultrapassar todos os objectos que vêm de encontro a nós, é exigida enorme perícia para se conseguir saltar por todas as plataformas, sabendo que algumas, à boa maneira de Manic Miner, vão desaparecendo.

Manic Miner é mesmo a principal influência, mas sem o nível de dificuldade desse. Afinal de contas Moritz já não é propriamente um garoto e prefere meter-se em desafios estimulantes, mas mais de acordo com a sua respeitável idade. Além disso o C5 não é propriamente conhecido por ser um prodígio de velocidade, se o seu autor quisesse um jogo mais frenético, tê-lo-ia colocado ao volante de um Porsche Carrera, até porque na Alemanha é carro que existe em abundância.

Mas que tem este jogo que se distingue dos restantes criados por Sebastian? Essencialmente pelos cenários criados. Temos a certeza que qualquer cidadão dos países que vão ser atravessados por Moritz vão ficar com um sorriso nos lábios ao ver os símbolos que o seu autor colocou para os identificar. No que respeita ao nosso, os já mencionados garrafões de vinho e Galo de Barcelos, mas também a Varina da Nazaré (quem encontrar a ligação a Varina, terá o eterno reconhecimento de Moritz), a sardinha, Bordalo Pinheiro e até o famoso eléctrico não deixam qualquer dúvida do local onde nos encontramos. Cinco estrelas, é o mínimo que podemos dizer desta ideia da equipa Team Moritz...


E para as referências a Portugal serem ainda maiores, a música. Claramente inspirada nos Kraftwerk (bem como o ecrã de carregamento, a remeter para o melhor álbum desta lendária banda germânica que tanto gostamos), o Pedro Pimenta foi mais uma vez o artista responsável. É perfeitamente adequada para o desafio que temos pela frente, por um lado criando um ambiente propício para se desfrutar das maravilhas de cada país, por outro não nos distraindo dos objectivos a atingir.

A jogabilidade é outro dos aspectos que achamos que Sebastian tem feito progressão evidente. Se alguns dos jogos iniciais tinham um nível de dificuldade nem sempre recomendável, quer fosse demasiado difícil, quer demasiado fácil, neste caso está perfeitamente ajustado, contribuindo para uma experiência recomendável para todas as idades e feitios.

Moritz on the Autobahn não é o mais longo dos jogos que vão encontrar, nem seria isso o pretendido, mas quem se atrever a pegar na C5 e fazer-se a Portugal, de certeza que vai dar o tempo por bem empregue. Para isto, basta dirigirem-se aqui para o obter.

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