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sábado, 11 de abril de 2020

Jumpin' Jupiter


Nome: Jumpin' Jupiter (Prelude) e Jumpin' Jupiter
Editora: NA
Autor: Quantum Sheep
Ano de lançamento: 2020
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Jumpin' Jupiter na realidade não é apenas um jogo, mas sim dois, existindo para isso dois ficheiros autónomos, e até duas páginas onde os poderão descarregar. No entanto, não faria sentido avaliá-los independentemente, uma vez que estão intimamente ligados (a história de um começa onde a outra acaba), além de que a mecânica e objectivos são iguais. Comecemos portanto por Jumpin' Jupiter (Prelude), sendo este apenas uma introdução / tutorial para o jogo principal.

Refira-se ainda que Jumpin' Jupiter foi criado através do motor Platform Game Designer, o que desde já se saúda. Depois de muitos anos no estaleiro, esta ferramenta começou novamente a ser utilizada com regularidade, tendo o seu expoente em Sebatian Braunert (também colabora neste jogo), que já a usou para colocar Moritz em várias aventuras. A sua versatilidade permite criar jogos muito engraçados, como é o caso desta dupla aventura, não obstante as limitações de memória que lhe são inerentes.

Quanto à história: no futuro, as últimas chávenas de chá foram espalhadas pelo Sistema Solar (antes isso, que papel higiénico). A heroína deste jogo, Jupiter, tem a tarefa de as recolher, custe o que custar. A missão nesta primeira parte começa em Mercúrio, e termina no nosso Planeta, ao longo de 15 níveis, totalmente inspirados em Manic Miner, bem como em alguns jogos de Dave Hughes, programador que também é fã das obras de Matthew Smith. Não falta sequer o nome para cada ecrã, assim como uma barra com o tempo disponível, embora neste caso o seu autor tenha sido bastante generoso, como iremos ver mais à frente.


O primeiro aspecto que apreciámos assim que carregamos o jogo foram os cenários. O fundo preto, com as várias cores para as plataformas e restantes obstáculos funcionaram bastante bem, dando uma ambiência espacial, que seria seguramente o pretendido pelo seu autor, tendo mesmo alguns pormenores deliciosos, como por exemplo no ecrã de cima, no qual se consegue ver a Terra no horizonte.

O primeiro passo é observar atentamente o cenário, teremos tempo suficiente para isso (o autor foi generoso com o tempo para se completar cada nível). Será assim possível identificar o melhor caminho a fazer para se recolher todas as chávenas, mas também em alguns casos, recolher as chaves que desbloqueiam obstáculos, e que normalmente impedem o acesso ao portal que leva ao nível seguinte. Este apenas ficará activado depois de todas as chávenas recolhidas, ficando então a piscar, sinal que está na altura de se ir até ele.

Quanto aos obstáculos e inimigos, estes incluem plataformas que aparecem e desaparecem (fundamental temporizar-se o salto), tapetes rolantes, blocos que desaparecem (à la Manic Miner), e uma panóplia bastante diversificada de alienígenas, não faltando sequer as sanitas voadoras. No entanto, este prelúdio, apesar de ter praticamente todos os inimigos e obstáculos da continuação, é significativamente mais fácil, pois tem todas essas maldades em número bastante menor e os próprios cenários são mais simplificados.


Depois de termos concluído com sucesso o prelúdio, estamos então em condições de avançar para a segunda parte de Jumpin' Jupiter. Na primeira parte atingimos a Terra, temos agora que partir da Lua, e chegar a Plutão, ao longo de 35 níveis bastante mais preenchidos. No entanto, temos agora a experiência do nosso lado, pelo que não será tarefa muito complicada chegarmos até ao fim, ainda mais quando o tempo continua a ser bastante generoso, permitindo temporizar adequadamente os saltos, sem estarmos em constante pressão como acontecia em Manic Miner.

Apesar de existirem mais obstáculos para negociar e inimigos para evitar, o nível de dificuldade continua a ser bastante acessível, não havendo locais impossíveis de alcançar (ou perto disso). Um desafio diferente será aquele onde temos que colocar a nossa fé à prova.  Não iremos dizer do que se trata, para não estragar a surpresa, mas quando lá chegarem, rapidamente irão perceber do que se trata. Basta tomarem atenção ao nome dos ecrãs, e saberão quando chegou o momento...


Jumpin' Jupiter não tem assim nada que não tenhamos encontrado em outros jogos do género. Os cenários são bastante atractivo, é um facto, mas o som é minimalista, muito por força das limitações do Platform Game Designer, embora não esteja colocada de parte uma versão futura com música AY (modo 128K, apenas), e em termos de originalidade, nada de relevante há a assinalar. Mas há algo nele que nos puxa constantemente e nos obriga a fazer sempre mais uma tentativa. Quer seja pela sua extrema simplicidade, quer pela fluidez dos movimentos da nossa heroína, ou até porque o grau de dificuldade está perfeitamente ajustado a quarentões e cinquentões como nós (a maior franja de jogadores do Spectrum), não levando ao desespero e frustração que outros platformers traziam, havendo sempre um motivo para aqui regressarmos.

No total são 50 níveis muito bem passados, apenas sendo possível tanto conteúdo por estar "partido" em dois blocos, ou jogos, como preferirem. E ou muito nos enganamos ou Jumpin' Jupiter será o melhor jogo até agora criado com o PGD. Veremos como o público irá reagir.

Podem descarregar aqui Jumpin' Jupiter Prelude e aqui Jumpin' Jupiter. O jogo é gratuito, mas uma ajuda para o programador será justa e convidativa a mais jogos serem criados.

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