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domingo, 3 de maio de 2020

Mirror Mirror


Nome: Mirror Mirror
Editora: NA
Autor: Gareth Pitchford
Género: Aventura de texto
Ano de lançamento: 2020
Teclas: NA
Joystick:  NA
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Pode uma mini-aventura de texto, concorrendo a um concurso de jogos de caca ("crap games", no original), que se termina em pouco mais de cinco minutos, depois de descoberta a solução, obviamente, mesmo assim ser completamente inovadora e conseguir cativar o jogador? Provavelmente a maior parte das pessoas responderia que não. Mas provavelmente também mudarão de ideia depois de experimentarem Mirror Mirror, novo jogo de Gareth Pitchford, natural herdeiro de John Wilson, e que tantos desafios interessantes nos tem trazido nos últimos tempos.

Tudo é sinistro em Mirror Mirror, quiçá trazendo-nos à memória Unhallowed, até na própria mecânica de jogo. Instruções ou qualquer dica sobre aquilo que nos aconteceu ou que nos espera, também não existe. Apenas sabemos que, vá-se lá saber porquê, fomos parar a um quarto, aparentemente deserto. E também apenas um estranho espelho está à vista, sentindo-se uma magia estranho no ar. Não temos alternativa a não ser ver o que se passa com este espelho, mas eis que vamos parar a uma dimensão paralela, onde as coisas são invertidas, inclusive a escrita.

Antes de avançarmos, vamos deixar uma dica: "cheat" é uma verdadeira ajuda no jogo, mesmo que ao início não entendam o que provoca. Mas irá evitar muitas dores de cabeça. E deixamos ainda mais uma dica: estejam munidos de um espelho. Rapidamente irão perceber a razão...


Assim, quando entramos na dimensão paralela, iremos ver que tudo se encontra ao contrário. O que numa dimensão estava fechado, na outra encontra-se aberta, e vice versa. E o truque neste jogo para chegarmos à solução final é usarmos esta capacidade para ir mudando as características dos objectos, pois essas, tal como o resto, também se modificam. Só assim conseguiremos abrir a porta e chegar à saída.

Realmente, existem algumas semelhanças com o já referido Unhallowed, pois em ambos temos que manipular objectos e situações, alternando entre as duas dimensões, como forma de se resolver os quebra-cabeças. Estes são lógicos, não existindo também o risco de morremos, acabando prematuramente o jogo, ou entrarmos em becos sem saída. Mesmo que pareça que cometemos a maior estupidez, como usar indevidamente um objecto, todas as acções são revertíveis na dimensão alternativa. Não esquecer esta regra, pois é meio caminho andado para chegarmos ao fim. 

Mirror Mirror é assim muito mais que uma mini-aventura, é um desafio muito estimulante e que mesmo quem não tem apetência para as aventuras de texto, irá dele usufruir. 

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