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domingo, 19 de julho de 2020

Amazônia


Nome: Amazônia
Editora: Bitnamic Software
Autor: Renato Degiovani
Ano de lançamento: 1985 / 2020
Género: Aventura de Texto
Teclas: NA
Joystick: NA
Memória: 48 /128  K
Número de jogadores: 1

A história de Amazônia tem quase 40 anos e é muito acarinhada no Brasil, pátria do programador. Foi assim no distante ano de 1983, quando se calhar muitos dos nossos leitores ainda não eram nascidos ou davam apenas os seus primeiros passos, que Renato Degiovani imaginou uma pequena (grande) aventura de texto para o ZX81, chamada de Aventuras na Selva, tendo aparecido com um type-in na Micro Sistemas 23 . Dois anos mais tarde Degiovani converteu a aventura para o ZX Spectrum, tendo sido lançada sob o selo da Ciberne Software. E agora, 35 anos depois, surge uma versão retocada, incluindo a fabulosa música do Pedro Pimenta (em duas diferentes versões), e um novo e brilhante ecrã de carregamento, mas outra coisa não seria de esperar dado o nome do seu criador: Andy Green.

Mas além dos toques de "maquilhagem" dados ao jogo, a Bitnamic fez mais do que isso. Também avançou para o lançamento físico, e este contempla duas versões diferentes, à semelhança do que fez com Em Busca dos Tesouros. Num dos lados encontra-se a versão para ZX81, enquanto que no outro, a mais recente versão para Spectrum. E como se não fosse pouco, a Bitnamic vai inclusive lançar o jogo para MSX e PC. Incrível...

Amazônia, tal como o nome indica, passa-se nesta floresta, e que apesar de distinta, lembra muito uma outra que ficou famosamente conhecida em Portugal através da novela Pantanal. Quem não se lembra da lindíssima música sertaneja que aparecia em todos os episódios, das lindíssimas paisagens naturais, ou das não menos lindíssimas Juma Marruá e Guta e que povoavam as memórias dos adolescentes da altura? É assim um prazer voltar a estas paisagens, da qual qualquer dia apenas restam recordações...


Tudo começou quando sofremos um acidente de avião e despenhámo-nos numa zona inexplorada da selva. Tendo escapado incólumes ao acidente, teremos agora uma tarefa ainda mais difícil: sobreviver no meio da Amazónia, evitando cobras, onças, indígenas (que também podem dar uma grande ajuda), mas principalmente sobreviver à sede e encontrar um trilho que leve à saída. Para isso, e tal como é habitual neste tipo de jogos, teremos que resolver muitos quebra-cabeças pelo meio, encontrando a forma mais eficaz de utilizar os objectos que vamos encontrando pelo caminho. Fica já uma dita, convém fazer uma pesquisa exaustiva pelo avião, doutra forma não iremos longe.

Por vezes os objectos terão que ser utilizados de formas não tão convencionais. Por exemplo, o que fazer com um rádio? Servirá para ouvir música, tendo em conta que estamos num local onde não são captados quaisquer postos? Talvez o rádio tenha uma outra função bem mais importante. E por vezes teremos também que utilizar vários objectos em simultâneo para se conseguir um outro mais útil. Este tipo de problemas é o "pão nosso de cada dia" nesta aventura.

Devemos também já avisar que o mapa onde decorre a acção é muito vasto. Basta visualizar o mapa que deixamos em baixo, criado por Kelly Murta, para se perceber que não é uma aventura que se resolva numa hora. Nem numa semana, sequer, pois além de ser extremamente difícil, embora com puzzles bem engendrados e lógicos, em alguns locais teremos que contar com a sorte ou mesmo com a rapidez dos dedos a digitar os comandos. Sim, é uma das nuances desta aventura, o tempo conta e até existe um relógio que permite ver as horas. Além disso, um dos objectos que vai ser necessário apanhar se queremos chegar ao fim, varia de local, dificultando ainda mais a tarefa.


Também já referimos que matar a sede é importante. Podemos fazê-lo quando estamos juntos a um local com água, mas não será por muito tempo. Assim, o primeiro problema a resolver é encontrarmos um recipiente que permita guardar a água, doutra forma não vamos poder afastar-nos muito dos pontos onde essa se encontra.

O ponto menos favorável na aventura é o facto de nem sempre os comandos serem os mais intuitivos, levando até a alguma repetitividade, como por exemplo os relacionados com a mala e a forma como guardamos ou usamos os objectos que lá estão dentro. Infelizmente teve que se manter a estrutura do jogo tal e qual como o original, pelo que não foi possível melhorar esta parte, assim como a relacionada com o uso da pontuação (ortográfica), levando a que seja necessário decorar e usar teclas extras (numéricas). Mas isto é apenas um pormenor, pois assim que nos embrenhamos na selva, rapidamente nos habituamos às idiossincrasias do jogo, e apesar de até termos um relógio connosco, as horas passam muito rapidamente.

Amazônia é assim uma aventura bastante estimulante, mas que além disso é um marco na história dos videojogos brasileiros. Tivesse sido traduzida na altura e passada para o mercado britânico, e seguramente teria feito sucesso, quem sabe ao nível de um The Hobbit. Assim, permaneceu como uma jóia escondida, que pelo menos o público português, assim como aqueles que dominam a nossa língua, terão oportunidade de agora descobrir.

Quem quiser embrenhar-se na selva, poderá adquirir o jogo via Bitnamic Software (será lançado oficialmente hoje ao final do dia), que tem vindo a apresentar propostas altamente interessantes, sendo já uma garantia de qualidade. Além disso, as suas edições (na versão standard, ou deluxe), são um verdadeiro delírio para os nossos sentidos...

Deixamos aqui umas dicas, é recomendável que lhes prestem bastante atenção:
  • Não esquecer de beber água quando passamos por regiões húmidas.
  • Podemos usar a garrafa para carregar água.
  • Para nos orientarmos precisamos de uma bússola.
  • Não andar com a lanterna acesa na mata pois, além de descarregar as pilhas, poderá atrair animais.
  • Os índios adoram (alguns) presentes, eles sabem recompensar quem os ajuda.

5 comentários:

  1. Boa noite tudo bem? Sou brasileiro, carioca e procuro novos seguidores para o meu blog. E seguirei o seu com prazer. Novos amigos também são bem vindos, não importa a distância.

    https://viagenspelobrasilerio.blogspot.com/?m=1

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  2. Muito legal esse jogo, eu fui um dos que digitaram o mesmo quando publicaram na revista Micro Sistemas para o TK85 meu (Clone do ZX80 16K) mas na epoca nao consegui chegar ate o final. Excelente iniciativa !

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  3. Muito Boa Tarde. Na minha caminhada masoquista pelas Aventuras de Texto, este Amazônia despertou-me a atenção, mas indo ao site da Bitnamic Software não encontro à venda nenhuma versão digital do jogo para o ZX Spectrum. Existe? Existiu? Aliás, para o ZX Spectrum apenas o encontro através do Amazônia Baú dos Tesouros, que apesar do seu muito bom aspecto está esgotado, não está a ser enviado para fora do Brasil devido à pandemia, e não é barato...

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    1. Olá Paulo :)
      O Baú dos Tesouros foi uma edição muito limitada, com uma série de "mimos" (até uma réplica de bússola teve) para os colecionadores e fãs deste jogo brasileiro, o primeiro "adventure" em língua portuguesa (com caracteres acentuados e tudo)! Não está prevista outra edição. Há pacotes com menos itens, mas que são específicos para cada plataforma: Sinclair, MSX, MS-DOS, Windows.. Vários destes pacotes estão esgotados, mas é provável que possam retornar se e quando houver interesse. Quanto à Bitnamic enviar para fora do Brasil, é um assunto complicado por diversas razões. Por isso que a Teknamic, o irmão europeu está prestes a abrir a loja para servir a europa. Isto não quer dizer que os pacotes Amazônia da Bitnamic venham a ser vendidos aqui, não na forma que estão na loja brasileira. Mas há perspectivas de uma edição especial só para o nosso mercado. Não há prazo em vista. Fica atento ao Planeta Sinclair que aqui saem de certeza as novidades da Teknamic! :) Seja como for, se quiseres jogar o Amazônia do ZX Spectrum tens a versão original (não a de 2020) disponível aqui: https://spectrumcomputing.co.uk/entry/27280/ZX-Spectrum/Amaz%C3%B4nia

      Se realmente gostas do género de aventuras de texto também aconselho-te a jogares outras versões e a conheceres um pouco mais deste clássico brasileiro na própria fonte, no site do Renato Degiovani aqui:

      http://tilt.net/ztilt/index.php

      É um site com muito conteúdo mas para quem tiver paciência e interesse, é uma verdadeiro manancial de conhecimento.

      Bom, qualquer dúvida cá estamos para responder.. :)

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