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sábado, 26 de junho de 2021

The Doom of the Pond


 Nome: The Doom of the Pond
Editora: NA
Autor: Furillo Productions
Ano de lançamento: 2021
Género: Aventura Gráfica
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston / Sinclair
Memória: 128 K
Número de jogadores: 1

Já aguardávamos com alguma ansiedade o novo trabalho de IADVD & Molomazo, a dupla responsável pela Furillo Productions, que teve o apoio neste jogo de alguns amigos ilustres, como é o caso de Antonio J. Pérez (Greenweb Sevilla). Quem acompanha com regularidade o Twitter, já sabia que íamos estar perante algo muito especial. E o que podemos dizer é que o resultado corresponde inteiramente às nossas expectativas, pois estamos perante um verdadeiro jogaço!

A dedicação dos seus autores a The Doom of the Pond (ou La Coza de la Poza, se preferirem a versão em castelhano) é imensa. Basta ver que juntamente com o jogo vem um ficheiro autónomo, que abre uma jukebox. Assim, colocando uma bonita imagem como fundo, podemos correr as 11 melodias que fazem parte desta aventura. Não admira, pois, que apenas corra em 128K. E já agora, esta é apenas uma das muitas ideias originais que os seus autores incorporaram neste magnífico trabalho.


A história tem também um motivo pedagógico e que muito prezamos: NÃO ABANDONEM OS VOSSOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO. É este o lema, pois quem o fizer, arrisca-se a ir parar a este lago amaldiçoado. 

Mas vamos então à dita cuja. Peter Parrish é um solitário e sombrio ex-diretor de obscuras empresas de "atendimento ao cliente". Está prestes a abandonar Arrollito e Pozolón, pois não quer ter o trabalho de alimentar as tartarugas que os seus sobrinhos lhe deram no aniversário. O local é o do costume, a lagoa da aldeia, o lugar onde todos abandonam os seus animais de estimação. Mas a sua vida irá mudar para sempre (oxalá fosse assim na vida real). Já agora, nada de confusões, todas as personagens constantes nesta aventura são ficcionais. Ou talvez não...

The Doom of The Pond, tal como os seus autores o intitulam (e concordamos a 100%), é uma aventura de terror interactiva. Em vez de digitarmos as acções, como é habitual nas típicas aventuras de texto, existem uma série de ícones que permitem executar os comandos. Além disso, os diversos locais são acompanhados de estupendos ecrãs, que dão um colorido ímpar ao jogo. Podemos assim acrescentar que, mais do que uma aventura de texto, estamos perante uma aventura gráfica.


Os ícones dispostos no ecrã permitem então executar os seguintes comandos:
  • Procurar / obter: permite recolher os objectos disponíveis no cenário. 
  • Usar / dar: permite seleccionar os objectos do inventário e usá-los
  • Comer / beber: comer ou beber aquilo que tivermos disponível. Deve-se usar apenas em caso de necessidade, pois os alimentos e bebidas não abundam e de cada vez que caçamos os monstros ou caímos em armadilhas, perdemos um pouco de energia.
  • Ligar / desligar a música: faz o óbvio.
  • Andar / acção: permite deslocarmo-nos entre os diferentes pontos ou executar algumas acções específicas em determinados locais.
  • Ver fotos: permite ver as fotos recolhidas (vamos necessitar de nove).
  • Ver  troféus: ver os monstros que caçámos (necessitamos de caçar todos para se terminar o jogo).
  • Caçar monstros: embora esses apareçam periodicamente à medida que nos vamos deslocando entre os diversos pontos da lagoa, se nos sentirmos com energia, podemos ir activamente à caça deles.

Quanto aos objectos que se encontram na lagoa, esses são de quatro tipos:
  • Fotografias: para coleccionar, tipo caderneta de cromos. São nove, no total e têm uma finalidade que se irá descobrir próximo do final do jogo. 
  • Alimentos e bebidas: permitem recuperar os níveis energéticos.
  • Objetos variados: que podem ser usados em situações específicas ou dados a alguns personagens, por forma a desencadear determinado tipo de acções.
  • Armas: são usadas aleatoriamente durante as batalhas com os monstros.


Agora que já percebemos um pouco o sistema de controlo do jogo, vamos falar um pouco sobre como se desenrola a acção. Começamos assim à beira do lago, e antes mesmo de começarmos a explorar os diversos locais, convém verificar se existem objectos à nossa disposição. Todos, sem excepção, têm uma utilidade específica. Não existem "red herrings", pelo que se existir algum em falta, é garantido que iremos ficar bloqueados mais à frente em algum local. Nesse caso, resta refazer os passos e descobrir algo que nos tenha escapado.

Fundamental é também ler muito bem o texto que acompanha os cenários. Esses dão pistas muito úteis sobre as tarefas que temos que desempenhar e, em alguns casos, só uma observação muito atenta das imagens vai permitir resolver determinados quebra-cabeças. Estes, apesar de serem bastante intuitivos, nem sempre são facilmente solucionáveis. É-nos requerida uma forte concentração e uma boa capacidade de memória, não só para evitarmos as armadilhas nas quais inevitavelmente vamos cair (a ordem é explorar tudo), mas também porque... Bem, isso terão que descobrir ao longo do jogo...

À medida que vamos avançando na aventura, resolvendo os quebra-cabeças, vai abrindo o acesso a novos locais. Estes vão sendo mostrados num mapa com a panorâmica geral e que mostra um pouco a configuração da lagoa. Não é fulcral termos o mapa presente na nossa cabeça, no entanto, consegue-se desde logo visualizar alguns dos locais emblemáticos que vamos encontrar.

Quando caímos numa armadilha, apesar de morremos, se ainda tivermos energia suficiente (pelo menos 20, dos 255 pontos que se pode ter no máximo), ressuscitamos no último local onde estivemos. Além disso, entramos muito frequentemente em batalha com os monstros da lagoa. Abre-se então um novo ecrã e temos um desafio muito semelhante ao que se encontra em Federation Z. O objectivo é capturar o monstro inimigo, para isso empurramos a caveira vermelha até tocar no monstro. Mas é importante que o façamos apenas quando este já não tem energia, doutra forma escapará. Se sentirmos que não temos energia suficiente, também poderemos escapar ao embate, salvaguardando assim a nossa saúde (mas não capturando o monstro).


É inevitável capturar todos os monstros, pelo que mais tarde, ou mais cedo, teremos que entrar em combate com eles. Mas se por acaso perdermos toda a energia, não é motivo para desespero, pois podemos sempre começar um novo jogo, mantendo todas as imagens recolhidas, assim como os monstros capturados, tornando a missão um pouco mais fácil. Além disso, existem ainda alguns pontos de de salvamento no jogo (os faróis), nos quais, quando regressamos ao menu principal, nos é perguntado se queremos recomeçar do último ponto gravado. E para finalizar, existe ainda um sistema de passwords que permite recomeçar o jogo do ponto onde ficámos, pois o jogo é longo e possivelmente vamos precisar de vários dias para o terminar. A equipa programadora pensou em tudo...

Os ecrãs que aqui deixamos já dão uma ideia aproximada da grande qualidade dos cenários e dos gráficos que se vai encontrar em The Doom of the Pond. De facto, a apresentação é apenas um dos pontos muito altos deste jogo. No entanto, mesmo sem este atractivo, por si só o desafio já seria bastante absorvente, com puzzles bem montados, com textos a revelar um sentido de humor cáustico (não aconselhado a menores de 18), no fundo com todos os condimentos que fazem com que seja um dos grandes jogos do ano e um sério candidato ao GOTY 2021, pelo menos na categoria de Aventura.

Não há assim que enganar, The Doom of the Pond é para levar até ao fim. Vai ser do agrado de todos, incluindo aqueles que não estão muito virados para este tipo de jogos. Além disso, nem a linguagem é desculpa, pois tem versão em inglês e castelhano. Obrigatório experimentar!

Uma questão final: conseguem descobrir a relação entre este jogo e Enigmatik? Um doce para quem o conseguir...

4 comentários:

  1. Andrè thanks for the review, we will try at least to keep (or enhance if possible) this quality in our next game for this year. Cheers!

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    1. You welcome. And congrats for a great and absorbing game :)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Hola amigos,

    si alguien le apetece puede comprar la edicion fisica de
    The Doom of the Pond - La Coza de la Poza en hobbyretro.com Enviamos a todo el mundo.

    Un saludo.

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