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terça-feira, 23 de novembro de 2021

Mechwars: Arena


Nome: Mechwars: Arena
Editora: NA
Autor: ZXBitles
Ano de lançamento: 2021
Género: Shoot'em'up
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Sinclair
Memória: 48 K
Número de jogadores: até 2 em simultâneo

In a dark, grim future, violence rules the world. States manipulate the most basic of human instincts to ensure total control of society. Now... Your turn...

É desta forma distópica que é apresentado Mechwars: Arena. Depois da magnífica trilogia Red Raid, a equipa Russa ZXBitles (Sergey Yakimovich e o seu filho) faz a sua entrada num novo género, mas com algo em comum com os restantes trabalhos: Basic compilado (Boriel). Por incrível que pareça, esta linguagem voltou a estar na moda. Nos últimos dois anos, a quantidade de jogos desenvolvidos em Basic puro ou compilado é enorme, com uma quantidade e qualidade que parecia inimaginável há 30 anos. Na galeria dos notáveis experts na matéria temos ilustres programadores como Beyker, IvanBasic, AsteroideZX ou Ariel Ruiz, entre outros. E temos também esta equipa, que volta a demonstrar todo o seu potencial, num jogo no qual o Basic não seria a opção mais óbvia ou fácil. E preparem-se, pois está para breve o lançamento do segundo episódio da série, Mechwars: Centipede. Como diz o ditado: Basic is Not Dead!

Antes de falarmos um pouco sobre a mecânica de Arena, convidamos os nossos leitores a verem um pequeno trailer, que explica na perfeição o conceito deste jogo, dispensando grandes dissertações ou instruções mais detalhadas.

Já deu assim para perceber que estamos perante um trabalho que vai buscar inspiração a Tank Battle (ao longo dos anos foram desenvolvidos muitos jogos com esse conceito, uma boa parte vindos do Leste), mas principalmente aos desafios de Paintball. E em tempos até foi criado um jogo baseado num paintball futurista (Paintball 2048), que no entanto não nos encheu as medidas, não só por não ser o mais funcional ao nível do método de controlo, mas principalmente por o nível de IA deixar bastante a desejar. De facto, se um jogo com estas características, nas quais competimos principalmente contra o computador, este se porta de forma um tanto ou quanto errática, perde-se na competitividade (jogado a dois é sempre bastante mais interessante - mas isso acontece com qualquer jogo). E relativamente a Paintball 2048, Arena é bastante superior. Vejamos as razões...

Em primeiro lugar o enorme número de opções apresentadas. Podemos começar pelos três modos de jogo:

  • Deathmatch: como o nome indica, trata-se de uma luta pela sobrevivência, no qual o vencedor é aquele que mais vezes eliminar os seus inimigos.
  • Control Points: o objectivo é tomar posse de vários pontos devidamente identificados no cenário.
  • Capture the Flag: aqui temos que em primeiro lugar ir até à bandeira adversária, quando esta tiver na nossa posse, teremos que a trazer até à nossa base.
Mas também dentro de cada modo, é possível definir diversas características, tais como:

  • Destruição dos cenários: temos a possibilidade de destruir (ou não) os elementos do cenário.
  • 8 mapas: podemos escolher o cenário onde queremos combater, entre 8 diferentes (!!!!).
  • Pontos: podemos definir o número de pontos para se vencer a batalha.
  • 1/2 jogadores: podem entrar até dois jogadores, em modo competitivo ou cooperativo (na mesma equipa).

E como se fosse pouco, vão surgindo no campo de batalha objectos que conferem vantagens a quem os apanham (e que também podem ser activados ou desactivados quando configuramos o desafio). São estes:
  • Battery: regenera a energia do nosso robô.
  • Armor: absorve parte do dano quando somos atingidos.
  • Snowflake: paralisa todos os outros robôs durante uns segundos.
  • Skull: basta um disparo certeiro para eliminar o inimigo.

Como se pode ver, com esta quantidade enorme de opções, é possível configurarmos as batalhas a nosso bel-prazer.

Analisemos agora o nível de IA dos adversários, naquele que é outro dos pontos fulcrais para tornar o desafio competitivo. Ponto assente é que é desde logo bastante superior a Paintball 2048. Os adversários têm como principal objectivo eliminar os inimigos, levando a que por vezes se esqueçam do objectivo maior (capturar a bandeira, por exemplo). No entanto, a sensação com que se fica é que estamos perante um oponente realmente inteligente, avançando objectivo a objectivo (por exemplo, em primeiro lugar eliminar o inimigo que se encontra no seu raio de acção, depois recolher objectos que conferem vantagens, ...), até chegar ao objectivo final. Claro que no caso do "Deathmatch", e dado que o objectivo final é eliminar "x" número de inimigos, o nível de IA está perfeitamente afinado com as características do desafio. Nos restantes modos, poderá por vezes haver a sensação que os robôs andam um pouco perdidos, no entanto, como o ritmo de acção é sempre bastante frenético, mal se nota.  

Um outro ponto que poderia originar algum desconforto está relacionado com a velocidade a que os robôs se deslocam e a cadência de tiro. Sendo em Basic (mesmo que compilado), não se podem pedir milagres. Com tanta coisa em campo, em especial com quatro robôs em simultâneo, seria de esperar que por vezes se movessem aos "soluços". Isso não acontece, embora o movimento não seja inteiramente fluído, como seria se o jogo tivesse sido desenvolvido em Assembly. Mas pelo facto de estarmos perante robôs, esse lacuna passa também despercebida. Pelo contrário, até ajuda a criar a ideia que estamos perante movimentos "robóticos". 

Também ao nível gráfico se nota uma imensa progressão relativamente a todos os outros jogos do género. Muito ao estilo de Red Raid, os sprites estão bem conseguidos, mas, acima de tudo, os oito cenários configuram desafios interessantes, cada qual requerendo uma estratégia diferente para se conseguir a vitória. A chave é a diversidade, pelo que também aqui consegue atingir uma bitola muito elevada. 

Por fim, já se sabe que um dos pontos fracos da linguagem Basic é o som. Mesmo assim, conseguiu-se criar uma melodia inicial a condizer com o jogo (isto é, robótica), e o som dos disparos durante a batalha. Não sendo o ponto mais forte deste jogo, também não é por ele que a nossa avaliação vai baixar.

Assim, podemos com muita segurança dizer que Mechwars: Arena é o melhor jogo do género que apareceu até agora e que abre o apetite para os restantes que vão fazer parte desta trilogia. Se quiserem estar a par, basta consultarem a página da equipa programadora, aqui.

4 comentários:

  1. Pelo ecrã de carregamento parecia mesmo que ia entrar no jogo walker ,que adoro no commodore amiga e que nunca passou de demo para o zx spectrum infelizmente.adorava que alguém o tivesse terminado para o zx ,tal como gostava que corrigissem o alojamento em memória do Prince of persia para correr no zx spectrum +2 versão preta.. sim sim eu sei +2B ...😛😛😛😛

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    1. Não conheço o Walker. Lá está, é Amiga... :)

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    2. Deves experimentar a demo caso não tenhas jogado,o jogo é qualquer coisa de espectacular contudo na demo usa as mesmas cores para o robô e para o fundo,penso que talvez o tenham feito para não prejudicar a velocidade da jogabilidade,existem videos da demo no youtube..

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  2. Neste momento eu e o meu sócio fizemos a alteração de texto para PT-PT no TZXDUINO e estamos a implementar o logótipo personalizado do nosso grupo ,é fantástico o que podemos fazer com um ardiino e um LCD..

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