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domingo, 9 de janeiro de 2022

Aztec


Nome: Aztec
Editora: NA
Autor: Rui Martins
Ano de lançamento: 2021
Género: puzzle
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Rui Martins andava um pouco afastado do desenvolvimento de jogos para o ZX Spectrum. O último original que tinha lançado tinha sido Extruder, embora pelo meio ainda tenha tido tempo para fazer uma perninha em Formula One. Mas aproveitando a nova competição ZX-Dev, em boa hora resolveu colocar Portugal na lista dos concorrentes, pois Aztec é um quebra-cabeças muito interessante, apenas se notando a falta de uma melodiazita para animar a malta, mas especialmente um ecrã de carregamento. O tempo era muito curto, tendo em conta que o jogo foi desenvolvido em menos de três meses, sem qualquer tipo de ajuda externa. Lamentamos apenas que o jogo tenha passado ao lado dos portugueses, que raramente valorizam aquilo que é nacional. 

Aztec inspira-se nos muitos populares puzzles tipo "match-3", e também "match-line", sendo Tetris o mais conhecido e popular. No entanto, tem mais parecenças com Lumines, no qual o principal objectivo é sobreviver, alinhando blocos 2 × 2, fazendo-os variar entre duas cores, para formar quadrados 2 × 2 de uma única cor, que serão apagados quando a Linha do Tempo passa sobre eles, o que desde logo é uma característica incomum. Apesar das peças, quando fazem "match" ficarem marcadas, apenas desaparecem do tabuleiro de jogo quando a Linha do Tempo, que vai descendo ao longo do ecrã, passa sobre elas. Isto implica um elemento estratégico um pouco diferente, pois não só temos que ter bom golpe de vista, para perceber quais as peças que vão fazer "match", mas também o momento mais apropriado para alinhar as peças. Por vezes, é compensador esperar um pouco (isto é, não fazer correr as peças tão rápido até ao fundo do tabuleiro), podendo assim potenciar-se um maior número de alinhamentos.

Tal como nos outros jogos do género, o desafio começa de forma bastante repousada, com as peças a caírem de forma um tanto ou quanto molengona. Mas à medida que as vamos fazendo desaparecer, a pontuação aumenta e sobe-se de nível, não só o padrão das peças modificando-se, como estas começam a cair de forma mais rápida, chegando a um ponto em que se torna impossível conseguir evitar que atinjam o topo do ecrã. Quem já jogou Tetris, sabe bem o que queremos dizer.  

Temos um único cenário, sendo o tabuleiro de jogo de 5 X 10 ao centro. Nas laterais, dois enormes tótemes dão alguma animação ao ecrã, além de marcarem a linha que elimina as peças. Os motivos são astecas (caso ainda não se tivessem apercebido pelo nome do jogo), o que não é de estranhar, pois encontramo-nos encerrados num templo dessa civilização milenar, sendo que a forma de descobrir os mecanismos que permitem a escapatória, é alinhando as peças. Mas cedo nos apercebemos que o nosso destino é morrer, podemos é fazê-lo de forma mais ou menos digna (isto é, fazendo ou não uma pontuação decente). Se formos dignos, iremos depois fazer parte da restrita lista de personalidades astecas que honram a civilização e que aparece com toda a glória no final. 

Finalmente, e para quem acha que jogar em 2D é demasiado fácil, pode sempre experimentar fazê-lo em 3D (ver ecrã acima). Para isso basta carregarem para cima ou para baixo, com uma das teclas direccionais. Experimentem, para ver o efeito. Embora ao início parece estranho, rapidamente nos habituamos a essa nova configuração.

Aztec é assim um quebra-cabeças muito interessante. Na sua simplicidade, reside também a sua força, e é daqueles desafios que, tal como o Tetris, rapidamente nos agarra e convida a voltarmos regularmente, nem que seja para tentar chegar ao topo da pirâmide, isto é, da hierarquia asteca.     

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