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terça-feira, 12 de setembro de 2023

Ghostly Capers


Nome: Ghostly Capers
Editora: Teknamic Software
Autor: Lee Stevenson
Ano de lançamento: 2023
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1
Descarga: Brevemente

Ainda não chegámos ao Halloween, mas as propostas com temáticas assombrosas e terroríficas já começam a aparecer, desta vez pelas mãos de Lee Stevenson, que em Dezembro do ano passado nos tinha trazido o aclamado Mr. Hair and the Kitty Katakombs. Não temos gatos, mas continuamos a ter sprites e cenários muito atractivos.

Mas ainda antes de falarmos do jogo em si, uma palavra para a Júlia Veiga, responsável pela espectacular capa da cassete, que não fosse apenas por isso, já valeria a pena adquirir a versão física. Mas a participação nacional não se fica por aqui, pois também o Pedro Pimenta criou a bonita trilha sonora para o jogo (convém correr no modo 128K). Além disso, o ecrã de carregamento foi feito pelo suspeito do costume, Andy Green, um artista gráfico de excelência, contribuindo para abrilhantar ainda mais este lançamento. Para culminar, o jogo é lançado pela Portuguesa Teknamic Software.

Podemos também dizer que toda a "arte" associada a este jogo, seja ao nível gráfico, seja ao nível musical, adequa-se a 100% à sua história, pois assumimos o papel de um super herói, de seu nome Steve, sendo o nosso anfitrião numa convenção retro. De notar que Steve é mesmo uma personagem real, pois além de ser amigo de Lee, gere o evento Londrino RetCon (está aqui a página do evento).

O evento retro está recheado de coisas que fazem brilhar os jovens de agora, e também aqueles que o eram nos anos 80. Computadores, consolas e máquinas de arcada há aos pontapés, prometendo um dia de sonho a quem por ali se aventure. Mas existe um "pequeno" problema: o espaço onde decorre a convenção está ensombrado. Sim, fantasmas a fazerem corar de inveja os de Ghostbusters. E não estão nada satisfeitos por verem uma imensidão de aficcionados a virem invadir a sua casa. Assim, deitam fora a chave do local, cabendo a nós conseguir encontrar os 16 objectos escondidos, assim como a chave que abre as portas da casa. Só assim a convenção se pode iniciar e ser um sucesso.

A mecânica é muito similar aos anteriores jogos de Lee, no entanto, tem uma nunace muito original. Se por um lado, qualquer contacto com as assombrações ou armadilhas provoca um susto mortal (ao fim de dez, é o final do jogo, embora possamos encontrar algumas vidas extra pelos cenários), temos sempre a possibilidade de nos baixarmos, colocarmos a cabeça entre as pernas e taparmos os olhos. Não há um ditado que diz que que aquilo que os olhos não vêem, o coração não sente? As próprias avestruzes adoptam esta táctica. Pois é mesmo isso que acontece, caso tapemos os olhos quando uma assombração passa por nós, não nos assustamos e saímos incólumes. Dominarmos esta táctica é a chave para conseguirmos avançar na aventura, pois existem muitos locais onde não temos possibilidade de ultrapassar as assombrações a não ser não as olharmos de frente.

Mas também é necessário dominar o timing de salto. Não chega ao ponto do "pixel perfect" (ainda bem), e o sistema de colisão também nos é favorável, pelo que mesmo quem não seja muito ágil nos dedos, vai conseguir avançar bastante na aventura. além disso, a casa tem um ponto central onde começamos a missão, tendo depois cinco diferentes saídas por onde podemos começar a procurar os objectos em falta (esses cintilam, pelo que rapidamente percebemos quais / onde estão). Poderemos começar por qualquer uma delas e a ordem não é relevante, sendo que no final teremos que passar por todas as salas. Depois de recolhermos todos os objectos, há que voltar ao ponto central.

Pelo meio encontram-se ainda alguns puzzles que implicam puxar um pouco pela cabeça, como caixotes que temos que deslocar de um lado para outro para se poder atingir plataformas mais elevadas. Existem também locais menos óbvios ou que desaparecem e reaparecem, para onde temos que saltar para chegar a outros pontos de difícil acesso (atenção aos candelabros, sempre muito úteis), exigindo grande capacidade de observação. E nem tudo o que parece, é, lembrem-se sempre disso. Atenção especial ainda aos esporos, talvez a armadilha mais complicada de todo o jogo, nomeadamente quando insistem em bloquear-nos o caminho.

Assim, Ghostly Capers é um jogo bem ao estilo de Lee. Gráficos muito catitas e coloridos e com uma temática gore muito bem esgalhada, cenários bem imaginados, convidando sempre a avançar um pouco mais para ver que horrorosidades vamos encontrar no quarto seguinte. Além disso, está muito bem implementado (não encontrámos um único bug), e se não obtém o estatuto de Mega Jogo, é apenas porque é um pouco mais pequeno do que aquilo a que estamos habituados neste autor. Mas fica lá muito perto. 

De qualquer forma, é uma excelente proposta, e para quem adquira a versão física (aqui), no lado B da cassete ainda tem o bónus de uma versão ULAplus.

2 comentários:

  1. Obrigado por suas amáveis ​​palavras sobre RetCon em sua análise deste jogo. Você estaria disposto a adicionar um link para a página do nosso evento no Facebook? https://www.facebook.com/RetConFestival

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