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sábado, 24 de fevereiro de 2024

4 em Linha


Nome: 4 em Linha
Editora: NA
Autor: Luís Lampreia, José D. Costa
Ano de lançamento: 1987 / 2024
Género: Jogo de Tabuleiro
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 2
Link para descarga: Em breve

Ainda antes de começarmos a analisar este jogo, convém referir que não estamos perante um novo jogo, antes a correcção de um de 1987, mas que tinha inúmeras falhas. Aliás, podem ver aqui o artigo que fizemos na altura em que disponibilizámos o jogo à comunidade, bastando analisar os gráficos para se chegar à conclusão que estes estavam corrompidos, ou então, como parece ser o caso, tinham acoplados os gráficos de um outro programa do Luís Lampreia. O jogo tinha também outros pequenos problemas, ficando-se no final com a sensação que estaria inacabado. E de facto estava, pelo menos na versão que encontrámos na cassete do seu autor. Mas agora, graças ao Zé Oliveira, conseguimos reconstruí-lo tal e qual como teria sido imaginado pelo seu autor.

A primeira das correcções efectuadas foi a nível gráfico. Assim, graças a algumas rotinas encontradas noutros trabalhos do Luís Lampreia, o Zé Oliveira conseguiu colocar os sprites correctos, ou pelo menos como se pensa que seriam na versão final. 

Além disso, foram feitas outras pequenas correcções, como o esconder a análise que o computador faz às jogadas, o que levava a que o ecrã ficasse corrompido. Ou mesmo eliminar bugs que levavam a que o jogo estoirasse (ainda poderá haver um ou outro, mas acontece esporádicamente). No final, conseguiu ficar-se com uma versão perfeitamente jogável e que mostra o quanto este jogo merecia ter sido lançado na altura, supostamente, e a avaliar pelo ecrã de carregamento, pela Unimicro (que tenhamos conhecimento isso nunca chegou a acontecer).

O jogo encontra-se muito completo, sendo, na nossa opinião, o melhor do género. Sabemos que o mais complicado neste tipo de jogos é conseguir incutir ao programa um nível de inteligência suficientemente elevado para constituir um desafio minimamente interessante, em especial para quem domine o 4 em Linha. A maior parte dos jogos que conhecemos com esta temática peca por isso mesmo, sendo muito fácil bater o computador. Ao contrário do que podem pensar, o 4 em Linha exige alguma estratégia, e, muitas vezes, ao final da segunda ou terceira jogada, já se consegue prever quem será o vencedor e em que casa vai completar a sequência ganhadora. Foram muitos anos a fazer campeonatos deste jogo no Brainking...

Com a tecla "6" podemos então seleccionar o nível de dificuldade, existindo quatro diferentes graus. Os três primeiros são bastante fáceis de bater o Spectrum, no entanto, no nível mais elevado, já é exigida alguma reflexão. Nada que nos impeça de vencer o computador, em especial quando escolhemos não ser os primeiros a jogar (caso não saibam, quem joga em segundo lugar tem vantagem).

Depois de terminarmos o jogo temos acesso a uma opção muito interessante e raramente encontrada noutros jogos do género: a análise das jogadas. Assim, seleccionando-se a opção 5 do menu inicial, temos a oportunidade de examinar as jogadas efectuadas, podendo recomeçar-se do ponto que se desejar, e até de imprimir as jogadas (algo habitual nos jogos de xadrez e damas). Atenção, para se poder reiniciar o jogo com o tabuleiro vazio, teremos que primeiramente escolher esta opção 5 e limpar o tabuleiro, só depois nos é permitido continuar a jogar. A propósito, quando o jogo é iniciado, é perfeitamente audível alguns dos efeitos sonoros que o Luís Lampreia contemplou em Rotinex, outro programa que supostamente deveria ter sido lançado pela Unimicro.

O programador não se esqueceu ainda de possibilitar que duas pessoas joguem em simultâneo, muito útil caso não possuam o tabuleiro original, assim como poder redefinir-se as teclas. Ou seja, todos os pormenores foram incluídos, contribuindo para tornar este lançamento um verdadeiro "luxo" para quem gosta do 4 em Linha.

É então uma pena que a Unimicro não tivesse chegado a lançar o jogo, como pensamos. Seguramente teria qualidade para entrar no mercado, não só nacional, mas mesmo internacional, mesmo sabendo-se que em 1987 as editoras, em especial as Britânicas, já distribuíam jogos muito complexos para o ZX Spectrum. De qualquer forma, mais vale tarde do que nunca, e ficamos agora com mais um pouco do património nacional preservado.

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