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sábado, 13 de julho de 2024

Goobbler


Nome: Goobler
Editora: NA
Autor: Kraptol
Ano de lançamento: 2024
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 / 128K
Número de jogadores: 1
Descarga: Aqui

Num mundo onde a água é vida, surge um herói inesperado: Goobbler, uma bolha de água!

Não é a primeira vez que nos colocam no papel de uma bolha de água. Em Double Bubble isso já acontecia. E em Ooze, embora controlássemos um ser viscoso, este tinha algumas semelhanças com uma bolha. Curiosamente, Goobbler até se parece inspirar neste último jogo, não só graficamente, mas também na própria movimentação da nossa personagem.

O objectivo é um pouco ingrato, pois Bloopper, o vilão da história, contaminou quase todas as reservas de água do planeta, deixando apenas 11 gotas de água pura escondidas nas sinistras catacumbas onde a acção se desenrola. Precisamente nessas catacumbas repletas de perigos encontra-se o nosso herói, que tem que agora encontrar as 11 gotas, única forma de salvar o mundo. A alternativa é atirar-se ao poço dos suicídios, com as consequências desagradáveis que o seu nome dá a entender. Mas não desesperem, só no último ecrã irão encontrar esse local, até lá muita água vai correr...

Na concepção de Goobbler foi utilizado o recém-criado motor ZX Game Maker, e dos quatro jogos que já vimos, este foi aquele que gostámos mais. Não só nível de dificuldade se encontra mais ajustado (um dos jogos era tão difícil que rapidamente desistimos de avançar, enquanto um outro era demasiado fácil), mas o movimento do personagem parece ser mais fluído. É perfeitamente natural, pois à medida que os programadores vão ganhando experiência nesta nova ferramenta, vão também conseguindo ajustar melhor a jogabilidade. E, quem sabe, no futuro podemos também ver outro tipo de jogos criados com este motor, tal como já acontece com o AGD e o La Churrera.

Outro ponto que gostámos em Goobbler foi o grafismo e os cenários criados. Muitas vezes, a jogabilidade até é interessante, mas depois, os cenários demasiado iguais, desincentivam de se chegar até ao fim. Isto não acontece aqui, pois um excelente uso das cores, salas bem imaginadas, sprites atractivos, tudo convida o jogador a avançar e a descobrir aquilo que vem na sala seguinte.

Chegamos então aos pontos onde, na nossa opinião, existe espaço para melhorar. O primeiro, e talvez a maior lacuna deste jogo, é ser demasiado curto, podendo terminar-se em cinco minutos ou pouco mais. Se comparado com os jogos de Lee Stevenson, autor da saga Mr. Hair ou Ghostly Capers, Goobbler fica a perder. No entanto, isto não é para desmoralizar o autor, pois bem nos lembramos do primeiro jogo de Lee e da evolução brutal que foi tendo nos jogos seguintes, sendo agora uma referência no género.

Assim, bastaria ter mais uma dúzia de salas, com algumas passagens entre elas, tornando o desafio um pouco mais labiríntico e menos directo, e iria triplicar ou quadruplicar o tempo de jogo, com claro benefício para todos. Mas reconhecemos que poderá não ter sido possível adicionar mais salas, pois vemos que a memória se encontra quase esgotada (o jogo tem 45K). Será que o motor está a ocupar demasiada memória e necessita agora de ser optimizado? Se for este o caso, então estamos convencidos que Juntelart, o autor de ZX Game Maker, terá arte para em futuras actualizações conseguir encolher mais o motor, permitindo aos utilizadores incluírem mais conteúdos nos seus jogos.

Em suma, Goobbler é um agradável jogo, sendo uma boa estreia de um novo autor (ou pelo menos que nos era desconhecido). Estamos curiosos agora para ver os próximos trabalhos de Kraptol, pois o potencial está lá. Parece já dominar perfeitamente a ferramenta em termos técnicos mas, acima de tudo, consegue perceber perfeitamente aquilo que torna um jogo cativante e vencedor. Podemos dizer que nos deixou com uma gota de água na boca.

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