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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
Moritz Strikes Back
Nome: Moritz Strikes Back
Editora: NA
Autor: Sebastian Braunert, Uwe Geiken
Ano de lançamento: 2019
Género: Shoot'em'up
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Para celebrar o décimo aniversário de Moritz, o canito mais famoso e simpático dos 8 bits, e que ainda hoje teve direito a celebração especial, o seu dono (ou será o seu servo?) resolveu lançar mais um jogo criado com o SEUD, tendo-o precisamente como principal personagem. E ao contrário de Mike, The Guitar - The Shooter, o objectivo não é disparar contra génios da música, mas tão só chegar ao fim de um caminho pejado de obstáculos, numa primeira fase (até se apanhar a arma), e depois sim, disparar contra tudo o que se mexa, a maior parte vindo directamente de pesadelos caninos.
Claro que tendo o jogo sido criado com o SEUD, sofre das habituais limitações deste motor, estando Sebastian limitado aquilo que é possível criar-se, tendo em conta a pouca memória disponível (o que implica haver poucos níveis e ecrãs mais pequenos - quanto a este aspecto, já lá vamos), mas também algumas "irritações", como o facto de, de cada vez que perdemos uma vida (e iniciamos com três), voltarmos ao início do nível.
Mas mesmo com as limitações do SEUD, o programador quis fazer algo um pouco diferente. E diga-se em abono da verdade que o motor permite alguma flexibilidade criativa, possibilitando assim alguma diversidade. Assim, Moritz começa a sua travessia do calvário montado na sua C5. Nesta primeira fase, ao longo de uma estrada bastante movimentada, tem que se desviar de todo o tipo de viaturas, algumas delas a movimentarem-se na diagonal, tornando a tarefa mais complicada. Aliás, esta primeira fase do primeiro nível parece-nos mesmo a mais difícil de todas.
A meio do nível, e antes de entrar no cemitério, Moritz encontra uma arma. É de todo conveniente apanhá-la, senão não irá longe, pois os mortos-vivos são tudo menos amistosos. Se passarmos este primeiro nível, entramos então num hospital veterinário (embora nos pareça mais uma casa de malucos, só lá faltando Randall McMurphy de "Flew Over the Cuckoo's Nest".
E segue-se o terceiro e último nível, onde os delírios de Moritz tornam-se realidade (talvez efeitos do LSD). E se Randall McMurphy não aparecia no segundo nível, Jack Torrance aparece neste. E tal como em "The Shining", a sua cara diz tudo, portanto o melhor é evitá-lo a todo o custo.
A vertente cinematográfica está presente ao longo de todo o caminho e foi uma maneira engenhosa de Sebastian conseguir encurtar a área de jogo. Para isso criou um tela de cinema (a área de acção), com a audiência na parte de baixo, a fazer lembrar a técnica de Chicago 30. Desta forma até se consegue perdoar apenas metade do ecrã ser ocupado com o que realmente interessa.
Outra novidade em relação a Mike, The Guitar - The Shooter, é que à medida que Moritz vai avançando montado na sua C5, a bateria vai-se esgotando (o mesmo se passa quando é abalroado por um inimigo). Mas o programador foi generoso e deixou-nos pilhas sobresselentes com fartura, permitindo assim que mesmo os mais ineptos possam levar Moritz ao fim dos seus pesadelos. Se o conseguirem, entra ainda um último nível apenas para fazer número, pois esse está livre de inimigos.
A música mais uma vez é da responsabilidade de Pedro Pimenta, e o ecrã de carregamento de Andy Green, que fizeram trabalhos muito meritórios. E os cenários e sprites são bastante imaginativos, fazendo com que quem tenha gostado de Mike, The Guitar - The Shooter, vai de certeza gostar de Moritz Strikes Back, cujo único defeito é ser demasiado semelhante. Os restantes, e uma vez que hoje é um dia de homenagem a este célebre canito, poderão vir experimentar o jogo, para já apenas na versão 48K, mas que dará origem à versão maior daqui a algum tempo.
Poderão aqui descarregar Moritz gratuitamente.
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