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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Redshift


Nome: Redshift
Editora: World XXI Soft
Autor: Ariel Ruiz
Ano de lançamento: 2019
Género: Shoot'emúp
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 128 K / TRD
Número de jogadores: 1

Já nos faltam palavras para elogiar a competição ZX-DEV-MIA-Remakes e os incríveis jogos que estão a aparecer. Isto porque hoje foi lançado, completamente de surpresa, o segundo jogo a concurso de Ariel Ruiz (depois da saga de Max Pickles). E se alguém ainda tem dúvidas da capacidade deste programador, basta espreitar Carlos Michelis ou Thieves School, que tiveram expansões o ano passado.

Redshift é o remake de Galaxian III, que por sua vez está listado como MIA nas páginas de referência. Os dois primeiros desta saga inicada em 1990 foram criados em Basic. Ruiz foi desenvolvendo as suas capacidades de programação, aproveitou algumas rotinas de Carlos Michelis e Thieves School, e avançou para este terceiro episódio, naturalmente em Assembler (facilmente percebem quando começarem a jogar). E a história de Redshift, além de constar no pequeno manual que acompanha este lançamento, também é apresentado de forma brilhante na introdução, que aparece assim que o jogo é carregado.


A acção passa-se em 2992 e fazemos parte de uma das duas facções que lutam pelo controle do multiverso. Curioso que Ruiz traga para aqui a Teoria dos Multiversos, que sumidades como Brian Green ou Stepehen Hawking acreditam e ajudam a explicar (e nós também acreditamos, refira-se desde já). Um das facções, a liderada pelo príncipe Kalkux, desenvolveu naves espaciais mais rápidas e poderosas, vencendo inúmeras batalhas. A raça humana começou então a perder a fé na sobrevivência e à beira do desespero desenvolveu uma nova nave, a "Redshift". Já perceberam que somos nós que a controlamos e o destino da humanidade está nas nossas mãos.

Está assim dado um mote para um brilhante shoot'em'up, dos melhores que já apareceram para o Spectrum, e é incrível o que Ruiz conseguiu fazer com o scroll vertical (menos apropriado para este tipo de jogos), com uma velocidade digna dos 16 bits. Parece inacreditável ver tanta coisa ao mesmo tempo no ecrã e o jogo não se tornar um niquinho mais lento. Até apetece dizer que mais parece estarmos perante um jogo do Next, do que propriamente a versão 128K (trouxe-nos à memória Warhawk, com as devidas diferenças, evidentemente). Também nos fez lembrar RetroForce, mas mais evoluído.


Assim, a memória de Redshift é esticada ao máximo. Temos que limpar de inimigos cinco galáxias, existindo também três níveis de dificuldade correspondentes a diferentes universos paralelos, apenas com variações das defesas inimigas. Só após se libertar estas quinze galáxias, teremos cumprido a missão e direito a ser premiados com o ecrã final. No entanto a tarefa vai ser muito complicada.

Por um lado, existem inimigos às dezenas, alguns relativamente fáceis de serem eliminados, mas outros são verdadeiras pestes, não esquecendo o big boss do final de cada galáxia. Estes disparam a torto e direito, mas sempre na nossa direcção, pelo que a ordem é estar sempre de dedo no gatilho. O único adversário bom é o adversário morto, e se não os atingimos assim que aparecem no ecrã, podemos contar com dezenas de tiros no nosso encalço.


A nosso favor temos algumas ajudas. Assim, a nossa nave tem um escudo de plasma que resiste até três tiros, regenerando-se também automaticamente ao final de algum tempo. E os nossos aliados deixaram  algumas cápsulas, existindo toda a conveniência em serem apanhadas, pois juntam-se à nave e melhoram substancialmente a sua capacidade de tiro (inclui geradores de ondas de choque e minas inteligentes).

Além disso, existe a possibilidade de disparar uma bomba que causa uma enorme destruição à nossa frente, assim como pedir a ajuda de um clone, que nos protege durante algum tempo, absorvendo os tiros inimigos e ajudando também a destruir os adversários. Mas estas importantes ajudas são muito limitadas, pelo que convém que sejam usadas apenas em caso de extrema necessidade.


Como já referimos, a velocidade é estonteante e já há muito tempo que não encontrávamos para o Spectrum (exceptuando o Next) um shoot'em'up tão competente e viciante. Como é óbvio, a monocromia impera, e se algum defeito temos a apontar a este jogo é o facto de por vezes ser dificil de ver as balas inimigas. Não chega ao ponto de Slap Fight, por exemplo, mas com tanta coisa no ecrã, nem sempre é fácil de perceber o que é que deve ser evitado.

O som, da autoria de Richard "Kulor" Armijo, é esplêndido. Mais parece estarmos numa máquina de arcada do que num Spectrum. Também aqui nota máxima, contribuindo ainda mais para o vício.

Não gostaríamos assim de estar na pele dos juízes do concurso. Com tantos e tão bons jogos, Redshift veio elevar ainda mais a fasquia, não só para a própria competição, mas também para o próprio futuro dos jogos para o Spectrum. E atenção que para amanhã já estão previstos mais jogos...

Redshift é gratuito, podendo aqui ser descarregado.

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