Nome: Thieves School
Editora: World XXI Soft
Autor: Ariel Ruiz, Factor 6
Ano de lançamento: 2008 / 2018
Género: Plataformas
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 128 K
Número de jogadores: 1
Tomem atenção a este nome: World XXI Soft. Esta software house tem vindo a lançar grandes jogos, que infelizmente têm vindo a passar despercebidos. Tal como em Carlos Michelis, Thieves School é um jogo já com dez anos, mas que beneficiou muito recentemente de uma expansão, juntando sessenta novos cenários aos trinta originais.
E também neste jogo todos os pormenores foram tomados em consideração, com uma introdução muito cuidada, fazendo um enquadramento perfeito na história, quase que dispensando as instruções (que também existem), assim como alguns aspectos inovadores, que tornam este lançamento um verdadeiro luxo.
Vamos então entrar na famosa escola de ladrões. Aqui vamos aprender tudo o que há a saber sobre a bonita arte do roubo, por forma a conseguirmos um canudo nesta disciplina, quem sabe abrindo portas (ou cofres) para uma valorosa profissão. Foi este o desafio que Mist e Courage assumiram, dois jovens estudantes, ela muito boa tecnicamente, mas pouco dada a conversas, ele a espalhar charme por todo o lado, mas mais dado a cabular. Tendo estes dois elementos falhado o exame de graduação, foi-lhes dada uma nova oportunidade. E aqui entram vocês...
Depois da belíssima introdução (ocupa o lado A da cassete), que parcialmente reproduzimos acima, vão dar a um menu que vos permite várias opções, e que constituem efectivamente uma mais-valia. Assim, têm a possibilidade de fazer a tour toda ou treinarem apenas alguns quadros, podem seleccionar o tipo de exame que vão fazer (modo roubo ou modo infiltração), e, entre outras opções, podem seleccionar um ou dois jogadores, que poderão cooperar ou competirem um com o outro simultâneamente, duplicando o prazer. Além disso, Mist e Courage têm características diferentes, mudando completamente o estilo de jogo, consoante a personagem com que joguem.
Seleccionadas as opções da nossa preferência, avançam então para o exame. Aqui, ao longo dos trinta quadros (ou sessenta, se optarem pela expansão), terão que roubar tudo o que seja de valor e que é facilmente identificável. Mas claro que a tarefa é tudo menos simples, pois para complicar a tarefa e tornar o exame realmente proveitoso, terão que eliminar todos os guardas (não podem deixar testemunhas), isto se tiverem seleccionado o modo de roubo, pois o modo de infiltração implica não poderem eliminar os inimigos, dificultando ainda mais a tarefa.
A mecânica de jogo faz-nos lembrar Bubble Bobble e outros títulos míticos do Spectrum, pois têm a possibilidade de eliminar os inimigos acertando-lhes com bolas que vão apanhando ao longo dos cenários. De cada vez que atiram a bola, se esta acertar num inimigo, este fica atordoado. Poderão atirar quantas tiverem em vosso poder (máximo de quatro), mas terão depois que as recolher, se quiserem ter mais munições. E aqui reside o principal ponto de frustração do jogo, no bom sentido, diga-se. É que de cada vez que iniciam um nível, começam sem qualquer bola, ficando completamente indefesos perante os inimigos.
A primeira tarefa é então procurar as bolas, para poderem começar a despachar os guardas, sejam eles cães, ratos, polícias, múmias, terroristas, robôs, e até o Hitler, entre outros seres malévolos, que se vos tocam, deixam-vos atordoados e roubam um pouco de energia, medido na barra lateral. Consoante o tipo de guarda, será necessário serem atingidos mais ou menos vezes, sendo que quando são finalmente eliminados, normalmente deixam um bónus (energia extra, imunidade, etc.).
A páginas tantas, o ecrã encontra-se tão povoado com inimigos e a velocidade é tanta (mesmo estes deslocando-se aleatoriamente), que só por milagre conseguem escapar sem serem abalroados. E como se não fosse pouco, no final de cada uma das temáticas (já lá iremos), têm um "boss" devidamente guardado por um exército de seres, que se vão regenerando até eliminarem o chefe.
Ao longo dos trinta níveis da verão original vão passar por temáticas tão diversas como um banco, um túmulo egípcio, uma catedral, um bunker nazi e até o Pentágono. Se os primeiros níveis são relativamente fáceis de ultrapassar, a partir dos décimo segundo o grau de dificuldade aumenta substancialmente, tornando-se diabolicamente difícil nos três níveis do Pentágono. Aqui só mesmo os mais audazes e talentosos irão conseguir passar...
Os gráficos e a música são espantosos, ao nível do que Ariel nos habituou com Carlos Michelis. Se houvesse exame para estes factores, o programador seria aprovado com distinção.
Apesar de Thieves School ser tremendamente difícil, a jogabilidade é boa e tem aquele toque de "vamos lá experimentar mais uma vez". Depois, as opções e modos de jogo são tantas, que há aqui garantia de divertimento para muitas semanas, sendo o valor pedido pelo jogo irrisório, tendo em conta tudo aquilo que é oferecido.
Quem quiser experimentar o jogo também pode descarregar a demo aqui, temos a certeza que não vão ficar desiludidos. E agora ala fazer mais um jogo, quem sabe estes ensinamentos não vão ser úteis na vida real...
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