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sábado, 9 de março de 2019
Moritz to the Moon
Nome: Moritz to the Moon
Editora: NA
Autor: Sebastian Braunert, Uwe Geiken
Ano de lançamento: 2019
Género: Shoot'em'up
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Sebastian Braunert continua na senda dos shoot'em'ups criados com o SEUD. Depois de Mike, the Guitar - The Shooter e de Moritz Strikes Back, segue-se Moritz to the Moon. Consta que lá por casa quem na realidade manda é Moritz e que Sebastian é o servo responsável por satisfazer todos os caprichos deste mega famoso cachorro. Mas isso são problemas que não nos dizem respeito, apenas estamos aqui para fazer a review do novo jogo de Sebastian, o resto é da responsabilidade de cada um dos intervenientes...
Eis também a história de Moritz to the Moon, nas palavras do seu criador: Moritz comeu demais e estava quase a dormir quando ouviu o refrão de "Man on the Moon". Ainda antes de entrar num sono profundo, murmurou: "... eles colocaram um cachorro na lua". Segundos depois entra na terra dos sonhos e cabe agora a nós fazê-lo chegar à Lua, evitando todos os inimigos e de preferência que não fique sem combustível. Só depois Moritz poderá entrar num novo estado de consciência.
Assim que carregamos Moritz to the Moon, desde logo somos seduzidos pelo lindíssimo loading screen de Moritz na pele de um astronauta na Lua, não faltando sequer a bandeira com um osso. O seu autor? Não é difícil de identificar, Andy Green pois claro. E logo de seguida temos a música de Pedro Pimenta, membro deste blogue. Também não é difícil de a identificar: a cover de Man on the Moon, celebrizada pelos R.E.M., aqui num trabalho bastante meritório.
Ao contrário dos dois primeiros trabalhos de Sebastian no SEUD, Moritz to the Moon apresenta um scroll vertical em vez de horizontal. Com isso ganhou-se espaço para no lado esquerdo da tela colocar-se mais um lindíssimo desenho do canito, já depois deste ter aterrado na Lua, sem se perder campo de acção, pois embora o scroll horizontal seja mais apropriado para o género shoot'em'up (geralmente obtém-se mais amplitude de espaço de acção), dadas as limitações inerentes ao próprio SEUD, achámos que esta solução fica bastante funcional.
Mas o maior problema relacionado com o SEUD é mesmo a capacidade em termos de memória. E quanto a isso não existem milagres, implicando normalmente jogos relativamente curtos. Moritz to the Moon não é excepção e Sebastian apenas teve espaço para colocar três níveis, embora estes estejam bastante "recheados", não faltando sequer o E.T., ou um "big boss" no final de cada secção.
Os níveis são também facilmente identificáveis pelas suas cores. Assim, o primeiro é em tons de azul e preto, representando o espaço sideral, certamente enquanto Moritz viajava para a Lua. O segundo em tons de vermelho e o terceiro, possivelmente já na superfície do planeta, em tons de amarelo. Esta diversidade, mais do que uma mera opção estética, é fundamental para se conseguir aumentar a diversidade de um tipo de jogo que de outra forma poderia trazer alguma monotonia.
Apesar dos muitos inimigos que Moritz vai encontrar pelo caminho até enterrar a bandeira na Lua, o jogador médio conseguirá com alguma persistência chegar ao fim. Nem demasiado fácil, mas também não demasiado difícil que se torne frustrante. Aliás, ao final de algum tempo começamos a decorar os padrões de movimento dos inimigos, e de cada vez que fazemos uma nova partida, avançamos mais um pouco.
Não nos podemos esquecer também de ir apanhando os galões de combustível que vão sobrevoando o cenário, ou as pilhas de Moritz acabam, processo em tudo semelhante ao que acontecia em Moritz Strikes Back. Isto implica não nos podermos encostar a um canto permanentemente para evitar os inimigos, teremos que necessariamente procurar novos caminhos que passem pelo precioso líquido, dificultando um pouco mais a vida de Moritz, que pelos visto tem uma verdadeira vida de cão.
Mas Sebastian também concedeu umas ajudas, e bem vamos precisar delas para quando lidamos com o "big boss". Assim, de vez em quando vão aparecendo uns escudos marcados com a letra "M", que se apanhados concedem protecção durante alguns segundos.
Independentemente das limitações do SEUD, a jogabilidade é aquela que já se conhece dos outros jogos deste autor criados através dessa ferramenta: movimentos fluídos, sem qualquer variação ao nível da velocidade, mesmo quando no ecrã se encontram muitos inimigos, ausência de colour clash (o campo de acção é monocromático), e acima de tudo cenários bastante equilibrados e gráficos atractivos (Andy Green contou com a ajuda de Karl McNeil) e que convidam a chegar ao fim da aventura. Aliás, vale a pena terminar o jogo, nem que seja para ver o belíssimo ecrã final e a música que o acompanha.
De realçar ainda as opções extra que Sebastian conseguiu contemplar adicionando alguns códigos em Basic, uma vez que não existem por defeito no SEUD. Assim temos a possibilidade de utilizar o Sinclair e escolher três níveis de dificuldade.
Moritz to the Moon é assim um jogo despretensioso, que não pretende ser mais que um divertimento agradável para um bom par de horas, e que o consegue. Além disso, e como é habitual em Sebastian, é gratuito, podendo ser aqui descarregado.
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