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sábado, 6 de julho de 2019

Bubblegum Bros.


Nome: Bubblegum Bros.
Editora: Software Amusements
Autor: Adrian Cummings
Ano de lançamento: 2019
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston
Memória: Spectrum Next
Número de jogadores: 1

Confessamos que as nossas expectativas não eram as mais elevadas para este jogo, que aparentemente terá sido o último de Adrian Cummings para o Spectrum Next. As críticas foram arrasadoras, e se em alguns aspectos até concordamos que possa haver uma certa razão, nomeadamente ao nível dos testes finais, claramente insuficientes, e na resolução de alguns bugs, também nos parece que noutros aspectos houve algum exagero. Não sendo Bubblegum Bros. uma obra-prima, também já vimos bastante pior. E justiça seja feita, Adrian é sem dúvida o mais prolífico programador do Spectrum Next, tendo lançado cinco jogos que abarcam também cinco géneros diferentes, desde os labirintos de Dungeonette, o seu primeiro jogo, até ao puzzle de Dweebs Drop. Pelo meio os seus dois melhores jogos, DeltaStar Earth Defence e Montana Mike. Um portfolio que não envergonha ninguém, portanto...

Bubblegum Bros. retoma um tema que originou um dos grandes jogos do Spectrum (e doutras plataformas): Bubble Bobble, de 1987. O seu maior trunfo era a enorme jogabilidade, isso e o facto de poderem jogar duas pessoas em simultâneo. E mesmo tendo um tema mais "infantil", não impediu que miúdos e graúdos o venerassem. Bubblegum Bros. também tem isso: uma agradável jogabilidade, não obstante por vezes haver tanta coisa no ecrã que se toram difícil distinguir os personagens ou os power-ups, e a possibilidade do segundo jogador, que infelizmente não tivemos possibilidade de testar.

O principal objectivo é apanhar o power-up que tem o símbolo com uma espiral e que permite avançar para o nível seguinte. Este aparece periodicamente, às vezes até quando se inicia um novo cenário, constituindo um golpe de sorte que talvez pudesse ter sido evitado pelo programador. Mas regra geral temos que suar muito até que o power-up certo apareça. Isto porque cada nível está repleto de diferentes inimigos, que surgem no topo do ecrã, e vão descendo, saindo depois pelo fundo e voltando a aparecer no topo. Escusado será dizer que ficar nas plataformas superiores, apesar de potenciar a colecta dos power-ups, também potencia o risco de ser capturado por um inimigo.


Os restantes power-ups também dão uma boa ajuda, senão vejamos: o mais importante, o coração, concede uma vida extra (e bem vamos precisar delas). Um outro elimina todos os inimigos do ecrã, outro congela-os durante certo tempo, também existe um que concede invulnerabilidade durante uns segundos e, finalmente, um que duplica o raio de acção da nossa armas. Sim, faltava falar da arma que temos em nosso poder e que atira bolhas, que quando atingem os inimigos, os eliminam. E se por um lado é tentador disparar constantemente para todas as direcções, rapidamente iremos perceber que a melhor estratégia até será atingir apenas os inimigos que nos ameaçam directamente, pois assim controlamos melhor o caminho que tomam e temos menos hipóteses de ser surpreendidos com o seu reaparecimento (quando são atingidos).

É também fundamental estudar-se muito bem cada cenário, pois geralmente existe um ponto onde podemos "estacionar" o nosso personagem, correndo poucos riscos de ser atingido por um inimigo, ao mesmo tempo controlando os power-ups que vão aparecendo. Como estes apenas permanecem activos uns segundos, estarmos bem posicionados é meio caminho andado para os conseguirmos apanhar.

Uma outra estratégia poderá passar por tentar esticar ao máximo cada nível, tentando apanhar o maior número possível de vidas extra (os corações), por forma a criar uma boa almofada para os níveis mais difíceis, ou até para cada um dos bosses de final de nível. E aqui reside outro ponto que deveria ter sido melhor testado, pois em alguns casos conseguimos eliminar estes monstros posicionando o nosso personagem num ponto em que praticamente não é atingido pelos seus inimigos, facilitando muito a missão (caso mais paradigmático, o do nível 8).


Outra das críticas que ouvimos foi também o do jogo ser curto. Não nos pareceu, pois ao final de hora e meia a jogar ininterruptamente ainda tínhamos chegado apenas ao nível 5, e cada um deles tem oito diferentes cenários e inimigos. E se jogado a dois, aumentam também os motivos de interesse, podendo desenrolar-se uma autêntica batalha pela melhor pontuação.

Os gráficos estão alinhados com a temática do jogo, vocacionados para um público mais juvenil, que de certeza ficará encantado com alguns dos personagens, mas talvez um público mais maduro preferisse menos cor. De qualquer forma achamos que estão adequados aos objectivos pretendidos e exploram bem as capacidades do Spectrum Next, não havendo qualquer diminuição da velocidade da acção, mesmo quando o ecrã se encontra sobrelotado.

Bubblegum Bros. será assim um jogo amado por uns e odiado por outros, nós optámos pelo meio-termo, reconhecemos as suas virtudes, mas também os seus defeitos, e o melhor conselho que podemos dar é que o experimentem antes de comprar (existem inúmeros vídeos no YouTube). Quem o quiser adquirir, poderá vir aqui descarregar a versão digital ao custo de 3,40 usd, existindo também uma versão física numa compilação de jogos do autor, ao preço de £ 12.99 acrescido de portes.

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