quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Hoje jogo eu! - "Viaje al Centro de la Tierra"

O grupo português "ZX Spectrum Directo da Arrecadação" (Facebook) tem estado a organizar, pela mão do Paulo LeniFischer, uma maratona de votações de melhores jogos em diversas categorias. Todos os jogos vencedores têm direito a uma pequena crônica semanal, escrita por alguém que tenha votado no jogo, e a mim calhou-me a fava para a categoria "Melhor Intro-Apresentação de Jogo". E calhou muito bem, pois o jogo vencedor é um dos meus grandes favoritos da época do ZX Spectrum. Trata-se de "Viaje al Centro de la Tierra" da Topo Soft!

Viaje al Centro de la Tierra

É sempre bom lembrar que o Planeta Sinclair já fez uma review deste jogo. E quem quiser saber mais sobre esta maratona de votações, ou até participar nela, é só entrar no grupo da "Arrecadação" aqui! Segue então o meu testemunho pessoal sobre este magnífico jogo:

HOJE JOGO EU!

VIAJE AL CENTRO DE LA TIERRA

Há 30 anos atrás comprei uma MICROHOBBY da qual nunca me esqueci, a nº194 de Dezembro de 89 e cuja capa tinha como destaque o jogo Moonwalker! Mas não foi a adaptação oficial do filme de Michael Jackson que ficou gravada na minha memória. Esta edição trouxe uma review a "Viaje al Centro de la Tierra", adaptação de um clássico da literatura, e também duas páginas de publicidade com o traço inconfundível de Azpiri que eu já admirava (mesmo que na época ainda não soubesse o nome dele)!

Publicidade de Viaje na minha MICROHOBBY nº194

Como se já não bastasse o meu fascínio pela obra de Júlio Verne, o meu "eu" juvenil ficou encantado com a possibilidade interagir com o Professor Lidenbrok e o seu sobrinho Axel, na demanda por um caminho que levasse ao centro da Terra! E para completar a minha felicidade, a cover tape desse número da Microhobby continha precisamente uma das fases do jogo que viria a ser a minha favorita, e a única que joguei, durante muito tempo, pelo menos até ter uma cópia (pirata) completa do jogo!


Inspirado na obra original, a narrativa do jogo inicia-se com uma animação introdutória que apresenta o Professor Lidenbrok caminhando da biblioteca até à sua casa, passando por belos cenários, graficamente impecáveis, que nos remetem à Alemanha de meados do século 19. Já em casa, o Professor instala-se no seu sofá e tenta decifrar um pergaminho encontrado na biblioteca. E assim, quase sem nos darmos conta disso, é que começa a acção!

Temos que ordenar um mapa desenhado por um alquimista no século 16 que, supostamente, havia descoberto e marcado uma entrada num vulcão conduzindo ao centro da terra. A primeira fase é, portanto, um puzzle que ao ser resolvido permite-nos avançar para a segunda fase.


Já na entrada do vulcão juntam-se a Lidenbrok, o seu sobrinho Axel e a sua afilhada Gräuben. Aliás, já aqui a história desvia-se da narrativa original pois nesta última a afilhada não acompanha o professor na sua jornada. Mas foi uma alteração interessante que enriqueceu a jogabilidade, pois agora temos três personagens, cada um com as suas características próprias! 

Axel é o músculo da equipa, e carrega uma picareta que pode ser bastante útil. O velho Professor é o cérebro da equipe, não se pode esticar muito nos feitos atléticos mas leva com ele uma pistola que dará muito jeito. Já Gräuben é a mais ágil, bem como mais susceptível ao dano, mas carrega um cantil com água, que permite restaurar a saúde dos elementos do grupo.




Já dentro do vulcão, o grupo precisa enfrentar os perigos naturais e as criaturas que habitam a escuridão, num labirinto de grutas e túneis que induzem a uma sensação de claustrofobia! E caso o Professor e companhia consigam dar com a saída para o mundo subterrâneo, ainda terão que atravessá-lo por entre fauna e flora pré-históricas! Foi precisamente este nível que joguei na covertape que referi anteriormente! 

Armados apenas com lanças, temos que enfrentar criaturas como pterodáctilos, smilodontes ou até os terríveis T-Rex, que estão representados por grandes e luxuosos sprites! As animações das criaturas e dos personagens são esmeradas, inclusive, quando estes falecem! E embora esta fase não exija muito do intelecto, pois trata-se de acção pura, acaba por emendar muito bem com as fases anteriores.


Bom, mas o facto é que a publicidade ao jogo referia 5 fases, pelo que nunca compreendi o porquê da versão do ZX Spectrum não ter as duas últimas: a praia das tartarugas gigantes e a saída pela chaminé do vulcão. Felizmente muitos anos depois, e graças à internet, tive uma resolução a esse dilema! Já em 2008 saiu uma versão estendida do Viaje com os dois níveis adicionais. E ainda mais recentemente foi relançado com outra label, e em português! (ver aqui)

Também tive a oportunidade de conhecer, pelo menos virtualmente, a figura que desenhou estes pixéis que tanto apreciei na minha juventude. O seu nome é Alfonso Fernández Borro, também como conhecido por "Borrocop", a quem mando um grande abraço! Se quiserem conhecer mais sobre "Borrocop" (grande amigo do Planeta Sinclair) e sobre o Viaje, recomendo a leitura de uma entrevista de um blogue espanhol que pode ser acedida aqui.

Alfonso Fernández "Borrocop"

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