Nome: Wonderful Dizzy
Editora: NA
Autor: The Oliver Twins, Evgeniy Barskiy, Dmitri Ponomarjov, Oleg Origin, Sergey Kosov, Marco Antonio del Campo, Jarrod Bentley, Alexander Filyanov
Ano de lançamento: 2020
Género: Aventura
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 128 K
Número de jogadores: 1
Dezembro de 1992. Foi esta a data da última aventura oficial criada pelos Oliver Twins, não obstante a comunidade ter desenvolvido depois disso inúmeras aventuras do famoso ovo. E curiosamente, a última aventura oficial foi Crystal Kingdom Dizzy, que deu origem a um remake excepcional criado em Abril de 2017. Os manos Oliver não ficaram indiferentes à qualidade desta incursão e, quando foram convidados para fazer uma nova aventura de Dizzy, como parte da campanha do Spectrum Next, resolveram contactar a mesma equipa do remake. Em boa hora o fizeram, pois Wonderful Dizzy não fica atrás de nenhum outro episódio da saga, muito pelo contrário.
Obviamente que as semelhanças com Crystal Kingdom Dizzy (o remake) são muitas. Já o era de esperar, e logo à partida seria garantia de qualidade, tendo em conta aquilo que a equipa de Oleg Origin tem vindo sempre a demonstrar (com por exemplo, Bonnie and Clyde, lançado este ano). Mas a cereja no topo do bolo (ou será do ovo?), é a participação dos próprios Oliver Twins, que desenharam toda esta nova aventura. Além disso foram mostrando à comunidade, com alguma regularidade, o andamento do projecto e pelo meio oferecendo alguns extras, que foram criando água na boca de todos, desde posters, até um mapa completo (e muito útil) da aventura, à boa maneira dos anos 80.
O próprio universo desta nova aventura é mágico, remetendo-nos para o livro "The Wonderful Wizard of Oz", escrito por Frank Baum em 1900. O Feiticeiro de Oz é personagem muito conhecida de todos, não sendo de estranhar que possa ter estado na origem da história de Wonderful Dizzy, uma aventura épica na qual temos que resgatar Pogie. E tudo começou com uma forte ventania...
O furacão aproximou-se e Dizzy e Pogie correram para se abrigar na sua casa. Mas o vento era muito forte e levantou a casa, levando-a, juntamente com os seus ocupantes, para o olho do ciclone. Quando acordaram e abriram a porta, descobriram que estavam numa terra nova e mágica, Oz. Esta terra é governada por quatro bruxas, as bruxas boas do Norte e do Sul e as bruxas más do Leste e Oeste. Entretanto, e por puro acidente, Dizzy matou a bruxa má do Leste, deixando a bruxa Má do Oeste furiosa. Para se vingar, rapta Pogie e desaparece numa nuvem de fumo.
Dizzy tem agora que resgatar Pogie e encontrar o caminho de volta para casa, mas as respostas parecem estar com o Maravilhoso Feiticeiro de Oz na Cidade Esmeralda. Ao longo do caminho, Dizzy vai conhecer um espantalho sem cérebro, um lenhador de lata sem coração, um leão covarde e muitos outros personagens que necessitam da sua ajuda e que são parte da solução. Além disso, as personagens parecem tremendamente familiares...
Feito o devido enquadramento, estando as expectativas no auge, vamos então ver como se porta este novo Dizzy. O menu inicial, com uma ilustração que é uma pequena maravilha visual (e auditiva), desde logo nos deslumbra, dando o mote para o que vamos encontrar ao longo da aventura. Ao longe vê-se a Cidade Esmeralda, um dos locais que teremos que necessariamente visitar se queremos encontrar a solução e voltar seguros para casa. É-nos permitido redefinir as teclas ou, para quem se ajeita com joystick (não é o nosso caso), tem a opção dos mais vulgares.
Feita a escolha e começando o jogo, acordamos então no nosso quarto. Mas... A preto e branco? O que se passa? Julgávamos que Wonderful Dizzy ia ser uma explosão de cores, e afinal é monocromático? Calma... Isto é apenas parte das surpresas que a equipa preparou. Assim que o primeiro quebra-cabeças é resolvido, os ecrãs tornam-se coloridos. Imensamente coloridos, com uma definição difícil de igualar em jogos do Spectrum, demonstrando tudo o que de bom se consegue fazer num computador com tão pouca memória. E sem utilizar motores multicolor, o que é impressionante. Nem mesmo o attribute clash que inevitavelmente aparece, lhe retira qualquer aura de encanto.
A mecânica é muito semelhante às outras aventuras da saga, ou seja, temos que ir procurando os objectos e colocá-los no devido lugar, normalmente conseguindo outro em troca, ou provocando qualquer tipo de acção, que nos aproxima um pouco mais da solução final. Vamos encontrar muitas personagens (em cima já as identificámos), e quando as abordamos, abre-se uma caixa de mensagem. É fundamental ler todos os diálogos, não esquecendo que estes são normalmente um pouco enigmáticos, no entanto, nas entrelinhas encontra-se a chave. Todos os personagens têm um determinado problema que tem que ser resolvido por Dizzy, e todos o compensam devidamente após a sua resolução. Vamos assim procedendo por etapas, uma vez que alguns dos quebra-cabeças têm que ser resolvidos numa certa ordem, implicando corremos os quase 70 ecrãs do jogo por diversas vezes. Quem já jogou alguma das aventuras de Dizzy, sabe o que queremos dizer.
Existem também alguns locais que têm desafios especiais ou extras, como portas secretas, que permitem aceder a novas salas, mas também poupar nas deslocações, fazendo a ligação entre os diversos pontos do cenário. O mais interessante é a ponte onde encontramos uma das bruxas boas, que nos veda o acesso para o outro lado. Só conseguimos passar à medida que formos resolvendo as charadas que esta nos lança. Para cada uma temos que entregar um objecto. No final, depois de todos os pedidos satisfeitos, vai-nos dar mais um objecto fundamental para outra personagem.
O foco de Wonderful Dizzy está então na resolução dos problemas, mas também numa exploração intensa de todos os pontos do ecrã. Só assim vamos encontrar as 99 moedas (ou 100, para o final alternativo), que vão depois ser trocadas por algo (e algumas estão em locais muito bem camuflados), mas que também permite encontrar caminhos alternativos, nomeadamente ao trilho das papoilas. Sempre que entramos nesse ecrã e nos aproximamos dessas flores, que têm como principal característica pôr-nos nas nuvens (atenção: dica), a energia rapidamente se esgota e ficamos sonolentos, perdendo uma das três vidas com que começamos a busca de Pogie. Na realidade não é bem assim, existe forma de conseguir passar directamente o ecrã, no entanto não evitando a perda da maior parte da energia, mas isto é algo que não estava previsto pela equipa programadora.
Existem outros pontos que provocam a morte imediata ou retiram a maior parte da energia, como o bafo do dragão, a água, grandes quedas, ou uns morcegos irritantes que gostam de nos agarrar pelos colarinhos (caso Dizzy os tivesse), no entanto, aos poucos vamos encontrando a maneira de os evitar. E mesmo em alguns locais onde não é possível passar de forma incólume, existem muitos frutos que podem ser comidos e que restauram as calorias. O nível de dificuldade não é assim elevado pelas armadilhas e inimigos existentes, mas sim porque alguns dos quebra-cabeças são (felizmente) de difícil resolução. Podemos por exemplo dizer que necessitámos de um dia inteiro para completar a aventura, nomeadamente para encontrar a última moeda que que estava em falta, muito bem camuflada no meio dos cenários (por vezes é difícil de encontrar no meio dos cenários os objectos que largamos, a única pecha deste jogo).
Assim, Wonderful Dizzy não vai deixar niguém indiferente, é um regresso em grande dos Oliver Twins e da equipa programadora que os acompanhou nesta aventura. Wonderful Dizzy é... Wonderful...
Muy interesante. Creo que el tema del Mago de Oz ya lo habían tocado en otro Dizzy anterior.
ResponderEliminarÉ provável. Não estou a par das histórias de todos, mas irei pesquisar. :)
EliminarTHanks for the review. Glad you enjoyed it. If we used anything from Wizard of Oz in previous Dizzy games... I dont remember it. Philip Oliver
ResponderEliminarYou welcome :)
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