sábado, 6 de dezembro de 2025

Dan Dare: Pilot of the Future


Nome: Dan Dare: Pilot of the Future
Editora: Virgin Games
Autor: Gang of Five (Dave B. Chapman, Martin Wheeler, Neil Strudwick, Irwan Owen)
Ano de lançamento: 1986
Género: Acção
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Número de jogadores: 1
Memória:  48 K
Link para descarga: Aqui

Depois de termos pegado na trilogia de Highway Encounter, retomamos a análise de jogos da primeira época dourada com mais um jogo pertencendo a uma trilogia. Na realidade até foram lançados quatro jogos da série, mas essa história fica para outra altura, assim como uma possível review dos restantes episódios da saga (se nos der para isso, como sabem, isto é um pouco por "pancadas" e fazemos questão de levar os jogos até ao fim, o que por vezes nos consome muito tempo).

Mas peguemos em Dan Dare, esse herói da BD, praticamente, ou mesmo totalmente desconhecido no nosso país, até aparecer este jogo da Virgin... 

Dan Dare é então um personagem de histórias de ficção científica, criado pelo ilustrador Frank Hampson, falecido uns meses antes do jogo ter sido lançado. Apareceu pela primeira vez em 1950, com Eagle Dan Dare, Pilot of the Future, tendo tido a série o seu expoente máximo nessa década, muito embora existam reedições bem mais recentes. Além disso, este herói tinha ainda um programa de rádio, transmitido sete vezes por semana, na Emissora Luxembourg. 

Tão (des)conhecido como Dan Dare, era o seu arqui-inimigo Mekon, representado à boa maneira dos alienígenas dos anos 50 e 60 do século passado, como é possível ver no ecrã de carregamento, assim como num dos ecrãs do jogo, mesmo sendo através de um holograma.

Sendo o jogo baseado num personagem da BD, não é de estranhar que a própria cassete, a original, obviamente, não aquelas que por norma se vendiam em Portugal, incluía um panfleto, com uma pequena história e algumas dicas. Embora não seja algo pioneiro, até porque conhecemos mais casos como este no ZX Spectrum, é uma bela maneira de fazer a introdução a este fenomenal jogo.

E tudo começa quando Dan Dare estava a ser entrevistado no programa "This is Your Life", da Earth Broadcasting Corporation. De repente a emissão "crasha", aparecendo o esverdeado rosto de Mekon. Este revela então que lançou um asteroide de dimensões colossais contra a Terra, e se as suas reivindicações não fossem atendidas, o Planeta seria eliminado. No entanto, se as autoridades Terrenas cedessem à chantagem, Mekon assumiria o controlo do Universo. Só havia então uma solução: chamar Dan Dare, que até assistia a tudo em primeira mão, não hesitando e partindo logo de seguida para o asteroide. Não sabia é que o asteroide era habitado. A má notícia é que os seus habitantes são os Treen, fiéis seguidores de Mekon.

Dan Dare tem agora duas horas para evitar que o asteroide colida com a Terra, fazendo-o explodir. Para isso, tem que recolher cinco detonadores que devem ser inseridos num painel de controlo (ver imagem acima), podendo então procurar o local onde se encontra a sua nave, Anastasia, e regressar em segurança para a Terra.

O jogo é composto por cinco diferentes zonas, correspondentes aos diferentes níveis. Inicialmente não é possível acedermos a todas as zonas, pois as portas que lhes dão acesso, encontram-se fechadas. Mas de cada vez que encontramos um detonador e o levamos até à sala de controlo, que se encontra no primeiro nível (a zona em que iniciamos o jogo), algures no asteroide abre-se uma porta e temos acesso a uma nova área. 

À medida que vamos avançando, as dificuldades também aumentam. Quer porque surgem novos obstáculos (robôs, sensores que disparam contra nós, etc.), quer porque os próprios Treens tornam-se mais perigosos. Normalmente disparam contra nós, drenando um pouco da energia de Dan Dare, no entanto, em níveis mais avançados, é recorrente levarem-nos directo para a prisão (uma em cada zona, excepto na última, cuja prisão se encontra no quarto nível). Felizmente que o mecanismo da prisão se encontra estragado, e é possível escapar-lhe facilmente, no entanto, de cada vez que somos lá metidos, ficamos inconscientes e perdemos 10 preciosos minutos. Este é mesmo o principal problema, o tempo, ou melhor, a falta dele, pois quando o tempo chega a zero, o asteroide explode, terminando da pior maneira a nossa missão.

O jogo tem alguns pormenores deliciosos, como o ecrã onde encontramos o holograma de Mekon. É inútil disparar contra ele (dito por quem o tentou fazer inúmeras vezes). Sendo um holograma, obviamente que Mekon não morre. No entanto, algo estranho ocorre quando chegamos a esse ecrã, e não é necessariamente boa coisa. Sendo assim, desde já avisamos que mais vale evitar ir a esse quadro. No entanto, sabemos bem que o nosso conselho é inútil e que vão querer pessoalmente ver o que acontece quando lá chegarem.

Tudo em Dan Dare está feito de forma superior. Os gráficos, para a altura, era do melhor que havia. Numa altura em que os jogos monocromáticos ainda não tinham entrada totalmente na moda e não existia grandes pruridos com as misturas de atributo, é um regalo para a vista ver tantas cores ao mesmo tempo.

O som é apenas funcional. Nada que nos incomode, pois na altura nem sequer ligávamos muito às melodias, desde que os efeitos FX funcionassem e dessem o tom certo à acção. É o que acontece em Dan Dare, apenas com os sons dos disparos e de uma ou outra colisão a sobressaírem no silêncio de morte do asteroide.

Mas onde Dan Dare bate toda a concorrência aos pontos é na sua imensa jogabilidade. Este é daqueles jogos que imediatamente nos agarra. Difícil como tudo, se das primeiras vezes conseguirem terminar os dois primeiros níveis, já se podem dar por satisfeitos. No quarto nível, passamos mais tempo na prisão do que a vaguear pelo asteroide, e no último nível, nem se fala. Apesar de podermos disparar contra os inimigos, as munições são limitadas e as recargas não abundam por aqueles lados. Mas se por um lado o jogo é dificílimo de se chegar ao fim, por outro, não tem nada de frustrante. É por isso que assim que lhe pegamos, muito dificilmente o largamos.

Dan Dare é, na nossa opinião, um dos melhores jogos a surgir para o ZX Spectrum. É muito justamente um clássico e figura em qualquer compêndio com as obras maiores para este computador. Se ainda não conhecem este herói, experimente o primeiro episódio. Não nos responsabilizamos é pelas horas de sono que vão perder por ficarem a tentar descobrir se Mekon é mesmo real...

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