terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Organic Matter

 

Nome: Organic Matter
Editora: NA
Autor: Ilya Chentsov e Fyodor Chentsov
Ano de lançamento: 2021
Género: Plataformas
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Sinclair
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1

Quando é que são grandes as hipóteses de um jogo para o Spectrum vir do Leste da Europa? Quando as teclas definidas por defeito, e sem possibilidade de serem redefinidas, são de tal modo más que conseguem arruinar completamente a jogabilidade. É precisamente o que se passa com Organic Matter, que deixámos de jogar passados cinco minutos, não porque o jogo fosse intrinsecamente mau, mas porque já estávamos a ficar com dor no pulso. Não se entende como se perde tempo a desenvolver um jogo e depois esquecem-se de um dos mais importantes factores: a escolha das teclas. Optámos assim por ver apenas um pouco do jogo, ao invés de jogarmos até ao fim, como costumamos fazer, fazendo apenas uma análise muito superficial. No entanto, a jogabilidade e consequente nota final que damos é irremediavelmente influenciada por esta lacuna, a nosso ver ainda pior que encontrar bugs (que no breve período de tempo que experimentámos o jogo também aconteceu). E é uma pena, pois a história até era prometedora. 

Assim, no final do ano de 2143, havia mais de cem grandes laboratórios no espaço dedicados à pesquisa e desenvolvimento de novas matérias orgânicas. Milhares de pessoas trabalharam neste projeto por muito tempo, mas com poucos resultados. O governo tirou então o apoio e começou a fechar essas facilidades, transformando-as em gigantes errantes do espaço. Numa dessas estações abandonadas aconteceu então um acidente. Um curto-circuito ativou o sistema de suporte de vida de um dos mutantes desenvolvido na estação, ressuscitando-o, e a partir deste momento os problemas começaram. Este possuía uma inteligência excepcional, já que o cérebro de um cientista morto tinha sido transplantado para a sua cabeça. Sozinho, reactivou a estação e transformou-a numa nave de guerra. Além disso conseguiu criar mais mutantes como ele. Dedicaram-se então à pirataria, atacando todas as naves mercantes. A única solução encontrada pelo Governo foi destruir a nave, para isso sendo necessário desactivar a fonte de energia da nave e aniquilar todos os mutantes. Agora adivinhem a quem cabe a tarefa. A nós, pois claro...


A missão começa quando somos teletransportados para a estação. Esta é labiríntica, apresentando até caminhos e atalhos um pouco estranhos ou pouco intuitivos. Pelo meio vamos encontrando objectos que podemos apanhar, normalmente com alguma espécie de obstrucção pelo meio que tem que ser destruída a tiro. Também aparecem personagens com os quais poderemos interagir. Aqui surge o segundo problema grave, mais uma vez relacionado com a horrível e ilógica escolha de teclas. A tecla para disparar e para interagir é exactamente a mesma, levando a que frequentemente eliminamos a personagem com quem estamos a interagir, quer porque inadvertidamente carregamos na tecla de disparo quando estamos a tentar encetar os diálogos, quer porque estávamos mal localizados e o tiro levou o personagem à frente. Surreal...

No pouco tempo que jogámos também não avançamos grandemente, fora termos explorado um pouco a nave. Não existem instruções claras que permitissem perceber melhor o objectivo deste jogo, e vamos ser sinceros, também nos faltou a motivação para procurar avançar. Com os problemas graves que apontámos, com um grafismo minimalista, som quase inexistente, rapidamente passámos para desafios mais interessante. E o que é pena, pois pelo meio até poderia estar uma aventura minimamente interessante e original. Talvez depois de vermos um walkthrough complete possamos mudar de opinião...

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