quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

Savage Princess 2


Nome: Savage Princess 2
Editora: Bitmap Soft
Autor: Kevin McGrorty
Ano de lançamento: 2023
Género: Plataformas
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48K
Número de jogadores: 1
Descarga: NA

No GOTY de 2023, um nome saltou à vista como não fazendo parte da gala. Esse jogo foi Savage Princess 2. E o jogo não fez parte da gala, não pela sua falta de qualidade (o jogo tem-na em doses substanciais), mas porque apenas era vendido fisicamente, não existindo em versão digital, nem sequer uma demo. Infelizmente torna-se proibitivo para nós adquirir bens que venham do Reino Unido, pois além do custo do jogo, de taxas de Paypal ou comissões bancárias, dos portes, ainda temos um regime fiscal que é uma verdadeira aberração e que apenas existe para dar de comer ao SEF e aos CTT, fazendo duplicar o custo dos bens. Desta forma não o conseguimos avaliar a tempo de entrar na competição. Para compensar isso, fazemos a sua análise mais detalhada, algo que pouco temos feito ultimamente, por falta de tempo.

Savage Princess 2 começa logo após o término do primeiro episódio (ver aqui a review).  Assim, após os cansativos acontecimentos de Savage Princess, a Princesa Ava abalou para o pub, para dar azo aos seus devaneios habituais e não desvanecer a sua fama de seca-adegas. Quer isso dizer que apanhou uma bebedeira monstruosa, tendo como resultado um apagão mais que previsível. Estava então a dormir o sono dos justos (e dos ébrios), tentando evitar a sempre incómoda ressaca, quando é rudemente acordada por sonhos sobrenaturais e pelos sons de gritos. Cthulhu acordou do seu sono, descobre ela! E mesmo enquanto a sua cidade natal arde, tal e qual Roma Antiga, Ava apenas quer curar a ressaca, pelo que parte em busca do gigante com tentáculos que perturba o seu sono, disposto a fazer um belo Polvo à Lagareiro.


As semelhanças com o primeiro episódios são óbvias. O programador não fez grandes alterações, e ainda bem. No entanto, notam-se algumas melhorias gráficas e foram agora acrescentados alguns quebra-cabeças, por vezes até com contornos macabros e originais: alguns dos locais apenas são alcançados se conseguirmos ir empilhando objectos que nos permitam ir subindo até ao patamar desejado. Mas o que fazer quando os objectos não são suficientes? Fácil, basta ir eliminando alguns inimigos, juntando os seus corpos, e subir através deles até ao ponto desejado. Muito engenhoso!

Também não ficou esquecido neste segundo episódio os arqueiros e a forma engraçada de os eliminar. Assim, sempre que eles nos enviam uma seta, basta rebatê-la, para que o feitiço se vire contra o feiticeiro. Aliás, este truque tem que obrigatoriamente ser usado se queremos ultrapassar certos pontos do cenário.

Outra originalidade é a forma como se vai passando de nível para nível. Assim, sempre que terminamos um nível, entramos num ecrã com uma embarcação, que navega até à fase seguinte. É um modo funcional e atractivo de percebermos exactamente o ponto onde nos encontramos.


Cada fase tem objectivos específicos. Assim, na primeira fase temos que apanhar três "tokens". A maior dificuldade é alcançar algumas plataformas, nomeadamente um ecrã no qual temos que ir empilhando os corpos dos inimigos até se conseguir chegar ao patamar que permite ir para outro ecrã. No segundo nível apenas um "token" e mais um no terceiro, de forma a que no final a palavra "LALDY" fique iluminada. Mas apesar de haver menos objectos para apanhar nos níveis 2 e 3, estes são mais labirínticos e até com alguns truques de ilusionismo pelo meio, em particular o terceiro, cuja construção se baseia na num sistema distinto da geometria euclidiana, modificando o axioma das paralelas e instalando a confusão em quem tenta chegar a algum local, num efeito brilhante.

Depois de todos os "tokens" recolhidos, estamos em condições de lutar contra o tentacular monstro, também conhecido por Cthulhu. É um nível muito curto e fácil, e talvez aqui o autor pudesse ter feito um pouco mais para fazer durar o desafio. Depois de três níveis muito bem conseguidos, em particular o terceiro, esperávamos atingir o clímax no duelo final, mas rapidamente conseguimos derrotar o monstro final.

Em modo de conclusão, gostámos bastante de Savage Princess 2 e nota-se uma boa evolução relativamente ao primeiro episódio. Continuando assim, não nos admiraríamos que Kevin McGrorty conseguisse atingir o estatuto de Mega Jogo com o próximo trabalho. E seguramente que Savage Princess teria qualidade para aparecer nos nomeados de algumas categorias do GOTY 2023, caso tivesse chegado a tempo. Ficará seguramente para o próximo trabalho.

Embora não exista ainda uma versão digital, a versão física pode aqui ser adquirida.

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