Nome: H.A.T.E.
Editora: Gremlin Graphics Software
Autor: Costa Panayi, Ben Daglish, Colin Dooley
Ano de lançamento: 1989
Género: Shoot'em'up
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Número de jogadores: 1
Memória: 48 K
Link para descarga:
AquiDepois de sete anos dedicado ao ZX Spectrum, Costa Panayi despede-se em 1989 da programação para este computador com H.A.T.E., abreviatura de Hostile All Terrain Encounter. E fá-lo da melhor maneira, com um puro shoot'em'up, a revelar todo o seu génio.
O "Encounter" no nome também não é coincidência. De facto, H.A.T.E. é a sequela de Alien Highway, fechando brilhantemente a saga. É que depois de Highway Encounter nos ter enchido as medidas, Alien Highway, não sendo um mau jogo, antes pelo contrário, deixou-nos o sabor a alguma desilusão, muito por força de ser demasiado parecido com o primeiro episódio da série. Sentimos que faltou alguma originalidade e ambição ao seu autor, que neste caso não foi Costa Panayi, para que o jogo atingisse mais altos vôos. Ao contrário de H.A.T.E., que voa bem alto, quer de forma metafórica, quer de forma literal, pois o jogo mete-nos ao comando de um avião tipo Space Shuttle. Mas não só, como iremos ver...
Comecemos pelas semelhanças entre eles. Assim, a acção continua a desenrolar-se num plano diagonal, com a nossa máquina a avançar, enquanto os inimigos surgem na direcção oposta. Notoriamente foi utilizado o mesmo motor dos dois primeiros jogos, no entanto, com muitas melhorias, o que é natural, pois passaram-se quatro anos entre Highway Encounter e H.A.T.E..
Graficamente também existem semelhanças, com a zona onde tudo se desenrola, apenas monocromática, embora as cores variem de nível para nível. As áreas adjacentes e que contém informação útil, como o número de células disponíveis, o grau de aquecimento do laser, o nível e a pontuação, contém algum colorido, tornando o conjunto mais atractivo. O próprio movimento da nave e a forma de disparo traz à memória outros trabalhos de Panayi, pelo que é muito fácil entrar na dinâmica de H.A.T.E..
Mas as diferenças são muitas, e começam logo na originalidade do número de vidas com que iniciamos cada nível, correspondente ao número de células que obtivemos no nível anterior. As células são obtidas sempre que se destrói umas estruturas alienígenas semelhantes a um globo. Estas deixam depois um artefacto (a célula) que, se apanhado, é acoplado à nossa nave e aumenta o número de vidas disponíveis nesse nível (algo muito parecido com o que acontecia em Highway Encounter).
Assim, é mais que obrigatório apanhar essas células, não só porque os inimigos são muitos em cada nível e assim permite-nos compensar as vezes que somos atingidos (o tiro destrói apenas uma célula), mas porque quando chegamos ao fim do nível, encontra-se uma barreira que apenas é ultrapassada se tivermos alguma célula disponível. Doutra forma, a barreira elimina-nos e voltamos ao início do nível anterior, se ainda tivermos alguma vida disponível, doutra forma é o fim do jogo. Parece um pouco confuso ao início, mas rapidamente apanhamos o fio à meada.

Outra das novidades é que apesar do jogo ter 30 níveis (o nível 31 é igual ao primeiro, mas com dificuldade muito maior), estes estão compartimentados em blocos de 10. Até ao nível 10, a tarefa é relativamente simples. Do nível 11 ao 20, tem um nível de dificuldade intermédio, enquanto que a partir daí, o nível de dificuldade torna-se diabólico. Nesta fase, já os inimigos se movimentam muito rapidamente e todos disparam contra nós, incluindo os globos. Valha-nos uma preciosa ajuda dada por Panayi. Assim, quando perdemos o jogo, recomeçamos o próximo no início de cada bloco. Por exemplo, se perdermos no nível 32, recomeça-se o jogo no nível 31, evitando termos que fazer todo o caminho novamente.
A outra novidade, e é aquela que a nosso ver faz sobressair H.A.T.E. dos inúmeros clones de Zaxxon, é a possibilidade de conduzirmos, quer um avião, quer um tanque. Estes alternam de nível para nível, e exigem estratégias diferentes. O avião desloca-se para cima e para baixo, em altitude, enquanto que o tanque pode avançar um pouco mais no terreno, além de poder disparar bombas, algo que temos tendência a esquecermo-nos, mas que é bastante útil (para as dispararmos, carregar na tecla de disparo e de avançar, em simultâneo).
H.A.T.E. encerra então o capítulo de Costa Panayi e da sua editora, a Vortex (embora o jogo tenha sido lançado com o selo da Gremlin) no ZX Spectrum. Possui uma jogabilidade maravilhosa e é cativante até mais não. Assim que começamos a jogar, é muito difícil parar.
Deixamos agora uma pergunta à comunidade: qual dos jogos da trilogia preferem?