Nome: Laserbirds
Editora: Bitnamic Software
Autores: Wilton
Género: Shoot’em’up
Ano de lançamento: 2020
Teclas: Redefiníveis
Joystick: Kempston, Sinclair
Memória: 48 K
Número de jogadores: 1
Pode um clone de Galaxians surpreender em pleno século 21? Pode pois, basta juntarmos a jogabilidade do original que o inspirou, umas pitadas de elementos novos (já lá iremos), e 128 níveis recheados, capazes de nos agarrem do início ao fim. São estes os ingredientes de Laserbirds, a nova proposta vinda da Terra de Vera Cruz.
Vamos então começar por falar destes elementos novos, pois para quem conhece Galaxians, Pheenix, Space Invaders e outros do género, já sabe o que esperar. Um “tiro neles” frenético, onde rapidez e precisão no gatilho são fundamentais para se conseguir ir passando os níveis. Não existem power-ups ou qualquer outro tipo de add-ons, não é por aqui que o jogo se torna inovador. As capacidades da nossa nave permanecem iguais do início ao fim dos 128 níveis, isso se tivermos habilidade para lá chegar, com uma excepção: em alguns níveis a nave levanta realmente vôo. Quer isso dizer que deixa de estar “pregada” no canto inferior, podendo nesses níveis especiais utilizar as teclas de cima e baixo para vaguear livremente pelo ecrã, num puro shoot’em’up vertical.
Aliás, esta diversidade é um dos pontos fortes de Laserbirds. Não só o ecrã estático de repente ganha o referido scroll vertical, como também existem níveis, onde em vez de termos que lidar com os passarocos mecânicos, é a própria “mãe” que nos ataca, acompanhada de alguns elementos da sua guarda pretoriana. Estes “big bosses” são ossos duros de roer, pois têm um escudo protector bastante forte e aguentam “carga” com fartura. As vidas que temos, e que vamos acumulando ao longo do jogo (500 pontos valem uma vida extra), normalmente esgotam-se muito rapidamente nesta fase.
Mas esta diversidade aplica-se também nos níveis típicos, isto é, aqueles em que não lidamos com o “big boss”, nem a nave levanta vôo. Ai temos um jogo muito mais ao jeito de Galaxians, com os inimigos a apresentarem-se em padrões de movimentação variados, dependendo da fase em que nos encontramos. Alguns vagueiam apenas num movimento horizontal, tornando-os alvos fáceis, mas outros deambulam livremente pelo ecrã, tornando-os muito mais imprevisíveis e, por isso, mais difíceis de serem abatidos. Ponto comum é que também têm dedo leve no gatilho e disparam com uma frequência demasiado desconfortável para quem se encontra por baixo deles. Para se passar de nível é necessário abater um certo número de inimigos, determinado por um algoritmo interno definido pelo programador. O certo é que se não estivermos continuamente a disparar, poucas hipóteses temos de avançar.
Outra novidade diz respeito à quantidade de dano que podemos sustentar. Normalmente, neste género de jogos, qualquer impacto recebido implica uma vida a menos. Aqui isso não se passa, pois existe um escudo protector que impede que os tiros sejam fatais. No entanto, o escudo tem um limite que aguenta, medido pela barra inferior. Quando chega ao vermelho, quer dizer que o fim está iminente e apenas resta esperar que se consiga concluir o nível sem mais impactos. Mas nem tudo é mau, pois assim que iniciamos novo nível, o escudo regenera-se e voltamos a ter a energia no máximo. Quem disse que os programadores apenas estavam aqui para nos atazanar a vida?
Mas também algumas naves inimigas têm o escudo protector, à semelhança do que acontece com a nave-mãe. Estas vão sustendo os impactos directos, e surge aqui outra das novidades. À medida que vão sendo atingidas, as suas cores vão também mudando, pelo que sabemos sempre quando estamos prestes a eliminar um inimigo. Mais uma excelente ideia do programador…
Falámos das cores, e entra aqui outro dos pontos muito favoráveis de Laserbirds. Como terão tido oportunidade de reparar no primeiro ecrã, as naves têm várias cores associadas, sistema muito semelhante ao “multicolor”, normalmente popularizado em jogos de plataformas. É uma novidade um shoot’em’up ter uma funcionalidade do género, e a principal consequência é termos um espectáculo visual intenso, explosivo mesmo, e que incentiva a continuar a chacina.
E que dizer do ecrã de carregamento? Uma pequena obra-de-arte, da responsabilidade de Andy Green, sendo actualmente o nosso artista preferido dos 8 bits. E o mínimo que se pode dizer é que correspondeu inteiramente às expectativas criadas, criando um loading screen que retrata na perfeição o que o nosso piloto vai encontrar ao longo do jogo.
Testámos amplamente Laserbirds antes de emitir o veredicto final. Estamos assim capacitados para deixar algumas dicas, que não sendo garantia de sucesso, pelo menos irão facilitar um pouco a vida do nosso intrépido aventureiro:
- Disparar ininterruptamente, as balas irão sempre acertar em algo
- Fazer perseguição individual nos níveis em que os inimigos têm escudos protectores mais fortes é boa política, pois vai diminuindo cadenciadamente o número de inimigos no ecrã, sem estarmos tão dependentes da “sorte”
- Jogar com a pontuação, pois de cada vez que ganhamos uma vida extra, o escudo regenera-se (se acontecer no início do nível, pouco efeito se sente)
- Movimentar a nossa nave no sentido da “vaga” de inimigos, permitindo antecipar os seus tiros, e mais facilmente atingindo-os
- No nível da nave-mãe, começar por eliminar a guarda pretoriana (sempre entre 1 e 3 naves)
- No nível do scroll vertical, mover a nossa nave na diagonal, no centro do ecrã, sempre disparando, evitando-se assim a maior parte dos inimigos
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