Nome: Wycheweald
Editora: NA
Autor: Red Zebra
Ano de lançamento: 2023
Género: Aventura
Teclas: Não redefiníveis
Joystick: Não
emória: 48 / 128 K
Número de jogadores: 1
Link para descarga: Aqui
Foi de forma completamente surpreendente que no dia 1 de Janeiro surgiu aquele que será seguramente um dos mais sérios concorrentes ao GOTY de... 2023. Sim, apesar de estarmos no início do ano, não temos a mínima dúvida que este jogo irá estar em todas as listas de páginas que dedicam votações aos melhores do ano (Planeta Sinclair incluído).
E de onde é que aparece esta Red Zebra, da qual nunca ouvimos falar???? Bem, presumimos que mais tarde ou mais cedo iremos falar deste programador (ou grupo de programadores), pois jogos com a qualidade de Wycheweald aparecem esporadicamente, pelo que não se irão conseguir manter incógnitos, se é que a intenção era essa, por muito tempo.
E já agora, uma última questão: alguém sabe o que quer dizer Wycheweald?
Outra coisa que é totalmente surpreendente é como é que conseguiram colocar tanto jogo em apenas 48K de memória (ou 128K, se pretenderem uma versão mais completa, com música e mais gravuras). Isto porque apesar de estarmos perante um típico RPG, a fazer lembrar Bloodwych ou mesmo Iron Lord, o mapa é enorme. Quando pensamos que já vimos tudo, abre-se uma nova ala no mapa, levando-nos para novas zonas, seja um castelo, fortificações, aldeia ou até antigos cemitérios.
Existe também uma multiplicidade de opções, quer iniciais, quer ao longo do jogo, mostrando que nada foi deixado ao acaso. É inevitável que exista alguma repetição nos cenários (mas também acontecia em Lords of Midnight, ou em Hero, e não é por isso que não deixam de ser jogos fenomenais). São tantas as personagens com que nos deparamos, assim como o equipamento a que temos acesso, incluindo feitiços, que difícil, difícil, é escolher-se aquilo que é mais indicado para cada situação.
Em qualquer momento poderemos também saber qual o nível de defesa e/ou ataque dos personagens que controlamos, que varia em função das vestimentas e as armas que têm em seu poder. E é fundamental aceder-se a estes menus regularmente, pois toda a dinâmica se foca, além de na óbvia exploração do mapa do jogo, às batalhas que inevitavelmente vamos ter que enfrentar. Sem entrarmos nas batalhas não conseguimos avançar para novos locais, uma vez que os caminhos são patrulhados pelos scouts, e seguramente que quando encontramos um, sabemos que o resto da matilha está por perto. Só vencendo-os, o caminho fica desbloqueado.
Quando entramos no modo de batalha temos então a oportunidade de utilizar as armas e feitiços que achamos serem mais indicados, de acordo com o número e força dos inimigos. Sabemos que existe o modo de ataque, mas também o modo de defesa, e apenas se definirmos a estratégia certa, podemos estar seguros que iremos derrotar os adversários. Depois da batalha, e se a vencermos, sabemos que naquele ponto não existirão mais inimigos. Ai podemos escolher continuar, mesmo que tenhamos algumas baixas (podemos utilizar feitiços para recuperar as forças, ou utilizar as mezinhas que certo ser da floresta nos vende e que tem efeitos curativos), ou podemos voltar atrás até dois pontos seguros do mapa onde poderemos retemperar totalmente os nossos níveis de energia e a capacidade de invocar feitiços.
Mais para perto do final, e ainda antes de defrontarmos o adversário final (Necromancer), teremos que usar da intuição para desbloquearmos o acesso a alguns locais. Quando chegamos a este ponto, convém estar com a máxima atenção a uma certa figura que se encontra no ecrã (e ao número que lhe está associado). Imaginem um cofre-forte no qual têm que encontrar a chave de acesso que permite a sua abertura. Não andam muito longe daquilo que terão que fazer para conseguirem avançar até ao duelo final.
Porque já chegámos ao final do jogo, depois de muitas e muitas hora de exploração e de batalhas ganhas (e outras perdidas), deixamos algumas dicas:
- Tenham sempre na memória os dois pontos do mapa onde podem descansar. Necessitarão de os utilizar com muita frequência, normalmente ao fim de quatro ou cinco batalhas, implicando percorrer o caminho para trás, que nessa altura já deverá estar desimpedido.
- O posicionamento dos nossos personagens, bem como a escolha das armas é aspecto fulcral para se vencer as batalhas. De pouco serve termos um arqueiro na linha da frente, enquanto que atrás temos os personagens mais poderosos (normalmente com a espada, machado ou lança).
- Actualizem sempre o equipamento e vestimenta dos vossos personagens assim que recolham itens melhores.
- Por vezes o melhor ataque é a defesa. Há que saber usar a opção de defesa nos momentos mais indicados.
- E também o correcto uso dos feitiços é fulcral (temos que perceber o que cada um faz).
- A Feiticeira é mais do que simples ornamento na floresta. Usem-na para conseguir informações sobre a missão que têm em mãos, bem como comprar a mezinhas (evitando terem que voltar aos pontos de descanso).
- Um das bandeiras dá prémio.
- Também o mapa é para ser usado em todo e qualquer momento. Não apenas para localizarem o local onde se encontram ou querem ir, mas também porque tem informação sobre a missão em curso.
- Tenham sempre o caminho mais directo para os dois pontos de descanso livres de inimigos.
- ... E cuidado com o Lobisomem...
Mas o jogo tem também duas lacunas menores, uma inevitável e de fácil resolução, a outra perfeitamente evitável e que não tem solução. Quanto à primeira, a velocidade de movimentação. Com tanta coisa, o jogo teria que sofrer sempre neste campo. Resolvemos facilmente aumentando a velocidade de processamento do computador.
Quanto à segunda, o uso das teclas "WASD". Uma pena que não sejam redefiníveis, pois quando chegámos ao fim do jogo, já quase que tínhamos uma tendinite na mão esquerda (além da quantidade de vezes que nos enganávamos nos comandos). Não havia necessidade e o ZX Spectrum não é uma consola...
Obrigado pelo regresso as "reviews" de alguns jogos! É sempre uma mais valia esse tipo de análise.
ResponderEliminarMuito obrigado. Tento sempre fazer, infelizmente o tempo é pouco. O que demora mais nem sequer é escrever a review, é mesmo levar o jogo até ao fim (neste caso foi mais de 8 horas, mas valeu bem a pena)... :)
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